Notícias da F1 que pareciam 1º de abril, mas eram verdade

Ah, o 1º de abril… Desde os tempos de escola, sempre um dia de pegadinhas e brincadeiras. Até mesmo na imprensa. Em diversos países, inclusive, é normal nesta data vermos diversas notícias falsas em jornais e sites sobre F1 e vários outros temas.

Projeto Motor, porém, resolveu fazer um caminho um pouco diferente: vamos lembrar manchetes que marcaram a F1 em qualquer data e que pareciam absurdas demais para serem verdade. Só que eram. E não foram poucas as vezes que a categoria e seus pilotos nos surpreenderam.

Vamos lá:

Nigel Mansell é afastado na McLaren porque não cabia no carro

Campeão do mundo em 1992, da Indy em 93, e vencedor da etapa de encerramento da temporada de 94 da F1, Nigel Mansell, aos 43 anos, ainda podia ser considerado uma estrela em meados da década de 90.

Sem lugar na Williams, que resolveu apostar na dupla Damon Hill e David Coulthard, o inglês recebeu um convite para correr em 95 pela McLaren, equipe que vinha de um ano bastante difícil, mas que estava para começar uma parceria técnica que viria render muitos frutos no futuro com a Mercedes.

Só que os problemas com o time começaram logo nos testes da pré-temporada. O Leão reclamava que não conseguia se mexer dentro do cockpit do MP4-10. É verdade que o britânico sempre foi um piloto parrudo, mas um dos principais problemas era que ele estava fora de forma. Os quilos a mais no corpo atrapalharam ainda mais para ele entrar dentro do carro.

O resultado da situação foi que a McLaren teve que fabricar um novo carro com o cockpit feito sob medida. Só que isso levou algum tempo e Mansell acabou perdendo as duas primeiras corridas do campeonato, no Brasil e Argentina.

Nigel Mansell até tentou um retorno à F1, mas o cockpit da McLaren ficou pequeno lara o Leão
Nigel Mansell até tentou um retorno à F1, mas o cockpit da McLaren ficou pequeno lara o Leão

A estreia aconteceu apenas na terceira etapa, em Ímola. Mansell terminou em décimo, enquanto seu companheiro de equipe, Mika Hakkinen, foi quinto. Na prova seguinte, em Barcelona, o campeão do mundo fez mais uma apresentação desastrosa, sequer recebendo a bandeira quadriculada.

Sua postura de reclamar do carro, alinhada à falta de comprometimento de entrar em forma, fizeram Ron Dennis tomar a decisão de encerrar a parceria por ali mesmo.

Tricampeão, Prost é demitido da Ferrari após comparar carro a caminhão

A relação de Alain Prost com a Ferrari ficou bastante desgastada durante a temporada de 1991 por conta do fraco desempenho do modelo 643. O francês, assim como seu companheiro, Jean Alesi, tinha contrato para 92, mas já existia a sensação no paddock que isso não seria cumprido.

Só que nunca que alguém imaginaria que um piloto com o currículo do então tricampeão poderia ser demitido antes mesmo do final do campeonato.

Após o GP da Espanha, Prost fez duras críticas à equipe italiana, reclamando que o time foi o motivo de ele não ter vencido em Barcelona. Na corrida seguinte, penúltima do calendário, em Suzuka, ele terminou em quarto, e comparou a dirigibilidade do carro com a de um caminhão.

Demissão de Prost da Ferrari faltando uma prova para o fim da temporada foi um terremoto na F1
Demissão de Prost da Ferrari faltando uma prova para o fim da temporada foi um terremoto na F1

Foi a gota d’água. A equipe demitiu Prost antes do GP da Austrália, colocando Gianni Morbidelli em seu lugar para a corrida.

“O comportamento dele nesta temporada não tem sido ao nível que a Ferrari espera de um grande piloto. O seu comportamento dentro e fora da pista fez com que a Ferrari seja obrigada a encerrar a relação”, explicou o então diretor técnico do time, Claudio Lombardi.

Prost ficou em emprego para 92, retornando à categoria em 93, quando conquistou o tetracampeonato pela Williams. De qualquer maneira, a demissão da Ferrari se tornou um mancha permanente em seu currículo recheado de vitórias.

Barrichello acampa em frente à sede da Brawn por renovação de contrato na F1

Rubens Barrichello estava mesmo disposto a tudo para garantir uma vaga no grid da temporada de 2009. Com o fim da Honda, equipe que ele defendeu por três anos e da qual já era considerado carta fora do baralho nas negociações, ele viu suas chances serem revigoradas quando Ross Brawn assumiu o time.

Depois de conversas que o deixaram convencido de que iria renovar, Barrichello pegou seu trailer que deixava para circular pela Europa estacionado em frente à sede da equipe, aguardando o chamado para assinar o contrato. E ficou por lá, acampado durante cinco dias, até conseguir assinar.

Com situação financeira e de fornecimento de motores minimamente resolvida, pelo menos para o começo da temporada, Brawn realmente confirmou o paulista em seu time, ao lado de Jenson Button, fazendo com que a insistência e perseverança do brasileiro fossem compensadas.

Nelsinho Piquet e o Singapuragate

O escândalo do GP de Singapura de 2008 não deve nunca ser levado como uma brincadeira. Mas a verdade é que, quando Reginaldo Leme trouxe a informação durante uma transmissão da Globo de que Nelsinho Piquet estava assumindo que bateu seu carro de propósito para ajudar o companheiro, Fernando Alonso, era difícil de acreditar que aqui poderia ser real.

A notícia foi confirmada depois através de uma investigação e os dois principais dirigentes da equipe Renault, Flavio Briatore e Pat Symonds (hoje, na Williams) foram suspensos por anos pela FIA. O brasileiro, apesar de dizer que recebeu propostas, nunca mais voltou à F1.

O caso é – e será por muito tempo – lembrado como um dos mais graves e escabrosos da história da categoria.

Sutil é preso por agredir dirigente da Lotus com um pedaço de vidro

Considerado sempre um bom piloto, Adrian Sutil enfrentou um momento difícil na carreira quando se viu envolto a um caso criminal que chocou o paddock da F1.

O alemão foi acusado e condenado pela agressão com uma garrafa de vidro a um dirigente da equipe Lotus, Eric Lux.

O caso aconteceu em uma casa noturna na China, em um domingo após o GP do local de 2011. Lux chegou a precisar tomar pontos no pescoço, ainda no local. Diversos outros pilotos estavam presentes, inclusive Lewis Hamilton.

Sutil acabou condenado a 18 meses de prisão em liberdade condicional e uma multa de 200 mil euros, além de perder sua vaga na Force India para 2012.

Presidente da FIA é pivô de escândalo sexual em fotos de orgia nazista

Max Mosley foi o centro das atenções em 2008 quando se viu ao centro de um escândalo sexual em que ele aparecia em fotos durante uma orgia sadomasoquista com conotação nazista.

A polêmica estourou quando o tabloide inglês “News of the World” publicou as imagens em que o então presidente da FIA acompanhado de cinco prostitutas, que estavam vestidas com trajes nazistas, e em diversas situações embaraçosas.

Mosley conseguiu evitar sua queda do cargo em um primeiro momento, mas o problema iniciou uma fase de muita pressão, em que acabou com sua renúncia um ano depois.

Razia perde vaga na F1 antes mesmo da estreia por conta de inadimplência

O anúncio que Luiz Razia correria na F1 em 2013 pela Marussia aconteceu em janeiro. O brasileiro vinha de uma boa temporada na GP2, em que terminou com o vice-campeonato, e uma boa expectativa foi formada ao seu redor.

Só que chegaram os testes de pré-temporada e estranhamento, e depois de participar da primeira bateria em Jerez, ele ficou de fora da programação em Barcelona. O time conduziu as sessões com Max Chilton. E logo surgiu o motivo: um dos patrocinadores do baiano não tinha feito um depósito combinado na conta da equipe.

Razia ainda tentou reverter a situação, até que a Marussia perdeu a paciência e fechou com Jules Bianchi, que tinha apoio da Ferrari, fornecedora de motores da escuderia.

A notícia veio como uma bomba. Razia, depois de ser anunciado oficialmente, dar diversas entrevistas e posar para fotos, tinha perdido a vaga antes mesmo da estreia.

Lewis Hamilton é desclassificado de corrida por mentir para comissários da F1

Se a pauta do dia é mentira, Lewis Hamilton pode ser considerado o Pinóquio da última década da F1. O inglês foi desclassificado do GP da Austrália de 2009 por mentir para os comissários em uma investigação após a prova.

O inglês, então na McLaren, foi convocado a dar explicações de um lance da corrida, em que ele foi ultrapassado por Jarno Trulli quando a prova estava sob safety car. O italiano, em um primeiro momento, foi desclassificado, e ele herdou o terceiro lugar.

Só que alguns dias depois, a FIA analisou o rádio de Hamilton e descobriu que ele tinha deixado Trulli passar propositalmente, aconselhado pela equipe, que estava em dúvida sobre sua posição. O terceiro do italiano foi reinstaurado, enquanto o piloto da McLaren perdeu até mesmo o quarto lugar.

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