(Foto: Racing Point)

As esperas mais longas pela vitória da história da F1

A primeira vitória na F1 é um momento inesquecível para qualquer piloto. Mas há aqueles que precisam aguardar muito antes de poder celebrar no topo do pódio.

É o caso de Sergio Pérez: com seu surpreendente triunfo no GP de Sakhir, o mexicano se tornou, com sobras, o piloto com mais GPs disputados antes de sua primeira vitória. 

O Projeto Motor vai relembrar os nomes que esperaram por mais tempo para poder vencer na F1. 

8. Mika Hakkinen (96 largadas)

(Foto: Daimler)

Mika Hakkinen teve uma trajetória de provações antes de poder vencer na F1. Ao todo, foram duas temporadas pela Lotus, na época já relegada ao pelotão intermediário, e outras pela McLaren, que ainda lutava para voltar a ser protagonista na categoria. Pelo time de Woking, o finlandês chegou a conquistar alguns pódios, mas sem conseguir desafiar Benetton e principalmente Williams pelas vitórias. 

A situação começou a melhorar a partir de 97. A parceria da McLaren com a Mercedes já começava a render resultados, incluindo duas vitórias de David Coulthard e a primeira pole do próprio Hakkinen, em Nurburgring. No encerramento da temporada, em Jerez de la Frontera, seria a vez do finlandês. 

Na corrida marcada pelo choque de Michael Schumacher em Jacques Villeneuve, o que resultou no título do canadense, Hakkinen triunfou no fim. Villeneuve deixou o rival da McLaren passá-lo na volta final, o que rendeu ao finlandês a vitória em sua 96ª largada. Curiosamente, seria o início de uma grande fase para Hakkinen: nos anos seguintes, ele venceria mais 19 vezes e conquistaria dois títulos mundiais.

7. Giancarlo Fisichella (110 largadas)

(Foto: Jordan)

Giancarlo Fisichella foi um peregrino das equipes intermediárias no começo de sua passagem pela F1. Depois de deixar a Minardi, o italiano se destacou por Jordan e Benetton, onde conquistou pódios, chegou a incomodar os favoritos e marcou uma pole position. 

Quando voltou para a Jordan, em 2002, parecia que o sonho da primeira vitória ficaria um pouco mais distante. A equipe inglesa havia perdido um pouco de sua força, e em 2003, quando encerrou a parceria com a Honda para começar a usar os motores Ford, a luta ficou ainda mais difícil. 

Mas veio o GP do Brasil de 2003. Em uma corrida maluca, repleta de acidentes e variáveis estratégicas, Fisichella se destacou nos instantes finais, antes da bandeira vermelha que interrompeu a corrida, para inicialmente terminar em segundo. Só que dias depois, a FIA reviu o resultado e constatou que o italiano, na verdade, era o líder na volta que contaria para o resultado final. 

Fisichella foi nomeado vencedor, e recebeu o tão sonhado troféu da primeira vitória de maneira curiosa, nos preparativos para o GP seguinte, em Imola. Ou seja, a longa espera, que durou nada menos do que 110 largadas, sequer acabou com hino nacional e festa do champanhe. 

6. Nico Rosberg (111 largadas)

(Foto: Pirelli)

A estreia de Nico Rosberg na F1 se deu pela Williams, que na época já não ocupava mais uma posição de equipe de ponta. O alemão viveu fases diferentes pelo time, com o uso dos motores Cosworth e os Toyota, na busca de chamar a atenção de alguma das escuderias de destaque no grid. 

Quatro temporadas depois, quando acumulou dois pódios na bagagem, Rosberg foi contratado pela Mercedes, que assumiria em 2010 o controle da Brawn GP, equipe campeã do mundo. Demorou um pouco para a casa ficar em ordem, e no começo da jornada Rosberg podia almejar mais alguns pódios, mas sem conseguir desafiar Red Bull, Ferrari e McLaren na luta pelas vitórias. 

A espera acabou no GP da China de 2012, na sétima temporada do piloto na F1. Em uma campanha marcada por grande oscilação de força de corrida para corrida, Rosberg marcou sua primeira pole e venceu de ponta a ponta, 111 largadas depois de sua estreia na F1. Ele se habituaria à vida de vitorioso nas temporadas seguintes e chegaria a 23 triunfos, já que a Mercedes se tornaria a grande potência da F1, o que inclusive resultou em seu título mundial, em 2016.

5. Jenson Button (113 largadas)

(Foto: Honda)

Jenson Button foi mais um que esperou muito tempo pela primeira vitória, e ela veio em condições caóticas. O inglês entrou na F1 bastante jovem para os padrões da época, aos 20 anos, e teve passagens por Williams e Benetton, que se transformaria em Renault em 2002. Mas a carreira de Button começou a se solidificar a partir de 2003, em sua mudança para a BAR.

A equipe se tornaria a operação de fábrica da Honda, e virou uma força interessante do grid a partir de 2004, quando passou a usar os pneus Michelin. Button conquistou poles e pódios, mas a primeira vitória ainda insistia em não vir. 

Isso mudou em 2006. A BAR já havia se tornado totalmente propriedade da Honda, e a equipe tentava dar um salto definitivo rumo às primeiras posições. Mas, no GP da Hungria, marcado por chuva e acontecimentos imprevisíveis, Button surpreendeu depois de largar do 14º lugar no grid para vencer. 

O curioso é que Button teria de esperar mais de dois anos para sua segunda conquista, e dali em diante ele entrou em grande fase, com o título mundial de 2009 e o vice em 2011.

4. Jarno Trulli (117 largadas)

(Foto: LAT/Renault)

Jarno Trulli demorou, mas conseguiu chegar ao topo do pódio em uma ocasião bastante especial. Sua única vitória na F1 veio em Mônaco, quando também conquistou sua primeira pole position. 

Na verdade, parecia que Trulli conseguiria sua vitória bem antes disso. Em sua primeira temporada na F1, o italiano mostrou velocidade, sobretudo quando liderou boa parte do GP da Áustria de 97. A mudança para a equipe Jordan era tida como sua grande oportunidade, mas a chance de fato nunca veio. 

Isso só mudou em 2004, quando a Renault já dava saltos rumo ao pelotão da frente. Em Monte Carlo, Trulli levou a melhor sobre seu parceiro, Fernando Alonso, e ficou com a única vitória do time naquele ano. Depois disso, o veterano passaria por Toyota e Lotus, mas nunca mais teria uma chance tão grande de vencer.

3. Rubens Barrichello (124 largadas)

A jornada de Rubens Barrichello rumo a sua primeira vitória na F1 é uma história bastante conhecida, e já temos um vídeo em nosso canal no YouTube falando somente sobre isso. Mas, vale destacar mais uma vez a longa trajetória do brasileiro até o famoso GP da Alemanha de 2000.

Barrichello mostrava talento e ritmo promissor desde que estreou na F1, e chegou a beliscar pódios e poles com a Jordan e Stewart. Mas, mesmo em situações caóticas, a vitória insistia em escapar de suas mãos, como aconteceu no GP da Europa de 99, quando o triunfo acabou com seu parceiro de equipe, Johnny Herbert.

De 2000 em diante, a situação mudou. Barrichello se juntou à Ferrari, e passaria a ser presença constante no pelotão da frente. Só que a primeira vitória apenas chegaria em situação improvável: Rubinho largou em 18º em Hockenheim, e fez ultrapassagens e uma escolha certeira de pneus para celebrar depois de 124 largadas. Aquela seria a primeira de suas 11 vitórias na F1. 

2. Mark Webber (130 largadas)

(Foto: Clive Mason/Getty Images/Red Bull Content Pool)

Mark Webber não demorou para chegar a uma equipe de ponta na F1, mas a primeira vitória acabou levando mais tempo do que ele mesmo imaginava. Depois de se destacar na F1 por Minardi e Jaguar, o australiano foi contratado pela Williams, que na época era um time de bastante força com a parceria com a BMW. Mas 2005 foi justamente o ano em que as coisas começaram a sair dos trilhos.

Webber precisou retornar à sua antiga casa em 2007, sendo que a Jaguar já tinha mudado de donos e se tornado Red Bull. Pouco depois, com a introdução do regulamento técnico em 2009, a equipe se tornou uma verdadeira potência. 

O australiano foi mais um daqueles que conquistaram a primeira pole e a primeira vitória na mesma ocasião. Isso aconteceu em Nurburgring, quando Webber levou a melhor em um duelo com o parceiro, Sebastian Vettel, e os carros da Brawn GP. Demorou 130 largadas, mas Webber conquistaria mais oito vitórias nos anos seguintes. 

1. Sergio Pérez (190 largadas)

(Foto: Racing Point)

Sergio Pérez persistiu muito antes de chegar ao topo do pódio. Os seus primeiros anos na F1, pela Sauber, chamaram a atenção da McLaren, e o jovem mexicano foi contratado para substituir Lewis Hamilton. 

Mas Pérez e a McLaren não tiveram um bom ano em 2013, então o mexicano precisou buscar uma nova casa. Ele encontrou abrigo na Force India, que o permitiu lugar por pontos e obter pódios. Na equipe, Pérez fixou suas raízes e teve participação direta na troca de comando da operação, que passaria a se chamar Racing Point durante 2018. 

No entanto, para 2021, o mexicano sobrou na luta por uma vaga. A Racing Point, que se transformará em Aston Martin, terá Lance Stroll e Sebastian Vettel, e parecia que Pérez se afastaria do grid de maneira discreta. Só que, no caótico GP de Sakhir, Pérez conseguiu se destacar mesmo depois de cair para último na primeira volta. A vitória veio em sua largada de número 190, o que representou uma despedida em alta de Pérez da equipe.

Confira mais detalhes em nosso vídeo especial:

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