
Castroneves: “Pista de Indianápolis que escolhe seus vencedores”
Helio Castroneves já é um dos grandes nomes da história das 500 Milhas de Indianápolis. Com quatro vitórias, ele está ao lado de AJ Foyt, Rick Mears e Al Unser como os recordistas da prova. Mas ele quer mais e ainda luta para se isolar nesta estatística.
Além disso, ele acumula nove resultados entre os cinco primeiros, incluindo três segundo lugares, e cinco largadas na primeira fila, com uma pole. Ele chegou a liderar a corrida em 14 edições diferentes, acumulando 326 voltas na primeira posição durante todo o período.
Com todos esses números, impossível não apontar Indianápolis como um lugar especial para Castroneves. E é assim que ele também é visto a cada ano quando chega ao circuito. Mesmo quando está entre os favoritos óbvios, ele é sempre muito lembrado e aplaudido pelo público.
Apesar de já não ser mais piloto regular no campeonato da Indy, Castroneves parte em 2025 para a sua 25ª participação nas 500 Milhas de Indianápolis em um carro extra preparado pela equipe Meyer Shank Racing, da qual ele conquistou seu triunfo mais recente em 2021 e que hoje é sócio.
Em entrevista exclusiva ao Projeto Motor (versão em vídeo completa está disponível para os assinantes do nosso Clube de Membros do canal), ao ser questionado sobre essa relação especial com Indianápolis, o brasileiro de 50 anos explicou que mais do que tudo, sempre entendeu os desafios impostos pela pista de Indiana e por isso buscou nunca os subestimar mesmo após tantos anos e triunfos.
“É uma pista que escolhe o vencedor. Tem que respeitar muito. Por mais que eu tenha muita experiência, eu respeito muito essa pista. Isso é interessante. Você sente quando tem essa energia diferente. Acho que o público também quer ver história”, disse o piloto, que venceu as edições de 2001, 02, 09 e 21.
Para 2025, a grande novidade em termos de regulamento é a unidade de potência híbrida. Os novos motores da Indy estrearam na categoria no segundo semestre de 2024, o que já dá uma certa experiência aos times e pilotos, porém, foram usados em Indianápolis apenas em testes.
O sistema lembra o da F1, com recuperação de energia nas reduções de velocidade pelo Kers. Diferente da versão atual da categoria da FIA, na Indy, o piloto acionar a descarga extra de potência quando quiser (desde que a bateria esteja carregada).
“Aumentou o peso do carro em 120 libras [54 Kg]. Então, isso é muita coisa para um carro de corrida. Isso também muda, altera o balanço do carro, a aerodinâmica. Então, essa é uma parte que todo mundo vai começando do zero. Não adianta usar o acerto que você tinha anteriormente, que isso vai modificar um pouco”, apontou Castroneves.
Por conta da pouca potência extra que o sistema híbrido da Indy ainda proporciona, ainda não está claro o quanto ele realmente terá influência na dinâmica de corrida.
Muitos pilotos da categoria têm falado que a importância vai ser até maior do que em outros circuitos por conta do pacote de baixa pressão aerodinâmica, o que deixa o carro mais sensível a qualquer potência extra.
Castroneves acredita que principalmente no trecho final da prova, o sistema poderá fazer alguma diferença, ainda mais levando-se em conta que as ultrapassagens têm sido dificultadas pela turbulência nos últimos anos. Especialmente nas últimas voltas ou até mesmo metros finais.
“Mesmo que não seja muita potência, talvez apenas 30 cavalos, mas 30 cavalos numa situação de 240 MPH [cerca de 385 Km/h], se todo mundo está igual, faz diferença. Então pode ser aí no final da corrida a mudança”, concluiu.
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