Promessas do esporte a motor que não vingaram como se esperava | 10+ Projeto Motor #11

Todo grande esportista que um dia atingiu a glória precisou lidar com a responsabilidade de ser uma grande promessa. No esporte a motor, quando a ascensão nem sempre acontece da noite para o dia, este processo pode ser ainda mais demorado, sendo que muitos grandes talentos podem demorar anos e anos para atingirem seu potencial máximo.

No entanto, há aqueles que nunca conseguem se livrar deste rótulo e, em vez de se tornarem grandes referências do esporte, ficam com a incômoda posição de promessa não-cumprida. Este é o tema de mais um 10+ do Projeto Motor, no qual listaremos dez exemplos de pilotos que nunca atingiram o potencial que se esperava.

Ao contrário do que normalmente fazemos nesta seção, a lista vai muito além da F1, com representantes do motociclismo, Indy, Nascar e rali. Justamente por se tratar de competições tão distintas, não vamos elencá-los em posições, e sim mencioná-los em ordem alfabética. E, claro, convocamos você, amigo leitor, a dar sua opinião sobre nossa lista e sugerir outros nomes que ficaram de fora.

DALE EARNHARDT JR. (Nascar)

Ele é filho de um dos maiores pilotos da história da Nascar e corre pela Hendrick, equipe mais competitiva do grid, há quase dez anos. Ainda assim, nunca foi campeão. Este é Dale Earnhardt Jr., um volante que, apesar de toda a popularidade no meio redneck, nunca conseguiu concretizar um título na principal categoria do automobilismo americano. As duas vitórias em Daytona dão certo crédito, é verdade, mas a falta de títulos – sua melhor colocação na história foi um terceiro posto em 2003 – incomoda.

DANI PEDROSA (MotoGP)

Dani Pedrosa foi campeão da 125cc e duas vezes da 250cc, mas não conseguiu repetir o feito na categoria principal da MotoGP (Foto: HRC)

Um piloto de rápida ascensão na Motovelocidade, campeão mundial da 125cc e bi da 250cc, Pedrosa chegou à MotoGP pela equipe oficial da Honda com pinta de quem poderia ser a nova estrela da categoria. 10 anos depois, ele tem três vice-campeonatos no currículo, 28 vitórias em 170 provas, mas ainda persegue um título. O espanhol não pode ser considerado um fracasso, longe disso, mas a verdade é que nunca completou o que se esperava dele dentro da categoria mais importante de seu esporte.

HEINZ-HARALD FRENTZEN (F1)

Heinz-Harald Frentzen conquistou três vitórias na F1

Se os alemães se encantaram com o surgimento de Michael Schumacher no início dos anos 1990, a expectativa também era enorme sobre este outro piloto do programa de desenvolvimento da Mercedes. Em seus primeiros dias na Sauber, Heinz-Harald Frentzen parecia ser do mesmo material que os campeões mundiais, mas, quando assumiu um carro de ponta na Williams, o rendimento foi desastroso. Frentzen apresentou lampejos de brilho na Jordan, em 1999, mas suas conquistas jamais chegaram próximas ao de seu antigo colega Schumacher.

GERHARD BERGER (F1)

Gerhard Berger passou anos em equipes de ponta como Ferrari, McLaren e Benetton, mas não conseguiu se tornar uma estrela da categoria, como chegou a pintar

Gerhard Berger mostrou grande potencial quando surgiu na F1, na segunda metade dos anos 1980, o que incluiu vitórias com Benetton e Ferrari. Parecia que apenas faltava um carro de ponta para que ele se tornasse um dos grandes da categoria. Contudo, o acidente grave em San Marino-1989 parece ter servido como um divisor de águas em sua carreira. Apesar de ter tido trajetória sólida e competitiva na F1, Berger jamais se tornou o protagonista que se esperava.

IVAN CAPELLI (F1)

Campeão italiano de F3 em 1983, campeão europeu de F3 em 84, campeão da F3000 Internacional em 86. Ivan Capelli ainda se destacou no final dos anos 80 com bons desempenhos na F1 pela Leyton House, especialmente em 88. Em 92, chegou à Ferrari, e, mesmo considerando a fase ruim da equipe, foi um fiasco, marcando 3 pontos contra 18 do companheiro, Alesi. Ele foi demitido antes do final da temporada. Em 93, ganhou uma chance na Jordan, mas rodou na 1ª prova e nem se classificou na 2ª. Assim, resolveu deixar a F1.

JEAN ALESI (F1)

Alesi chegou à F1 dando pinta que poderia ser uma das grandes estrelas da década de 90. Passou pelo Mundial com apenas uma vitória
Alesi chegou à F1 dando pinta que poderia ser uma das grandes estrelas da década de 90. Passou pelo Mundial com apenas uma vitória

O francês sempre foi carismático fora da pista e com uma boa reputação pelo estilo agressivo dentro dela. Campeão da F3000 em 89, Alesi chegou com tudo à F1 com dois pódios pela Tyrrell. Conseguiu um contrato na Ferrari para 91. Só que depois disso, nunca se tornou o grande piloto que muitos esperavam. Venceu uma prova, em 95, teve alguns grandes desempenhos pela Scuderia, Benetton, Sauber e Prost, mas claramente perdeu o momento que tinha no começo da carreira. Abandonou a F1 definitivamente em 2001.

MARCO ANDRETTI (Indy)

De linhagem nobre do automobilismo americano, o começo de carreira de Marco Andretti indicou uma carreira promissora. Mas ele não conseguiu confirmar isso

Com grandes desempenhos e estatísticas nas categorias de base americanas e um nome de muito peso no automobilismo, Marco Andretti chegou à Indy, aos 19 anos, para se tornar o piloto mais jovem da história da categoria. A expectativa era do surgimento rápido de um novo ídolo nacional. Hoje, após 172 provas, ele conquistou apenas duas vitórias, e até mesmo dentro da equipe da própria família, é constantemente superado pelos companheiros. Nunca chegou perto de repetir o que pai e avô realizaram.

MAX BIAGGI (MotoGP)

Nas 250 cc – atual Moto2, categoria “de apoio” à MotoGP –, Max Biaggi foi arrasador. Defendendo Aprilia e Honda, foram quatro títulos consecutivos e 29 vitórias em 87 largadas (33,3%) entre 1991 e 1997. Por isso, quando chegou às 500 cc – e consequentemente a MotoGP –, a expectativa era grande. Mas Biaggi não entregou: apesar de sempre estar na briga por vitórias, o romano da Yamaha nunca foi páreo para o poderoso binômio Valentino Rossi-Honda. Assim, ficou a sensação de que Rossi “tomou de assalto” o seu lugar na categoria máxima do motociclismo.

MIKKO HIRVONEN (WRC)

Quando Mikko Hirvonen estreou no Mundial de Rali (WRC) em 2002, a expectativa era de que ele desse continuidade à dinastia finlandesa no campeonato. Para ficar apenas em três, nomes como Tommi Makkinen, Hannu Mikkola e Ari Vatanen. Hirvonen começou bem, com apoio oficial da Ford, mas logo perdeu espaço para Marcus Grönholm no time. Com a retirada do bicampeão em 2007, nunca foi capaz de manter uma oposição sólida à Citroën e o francês Sébastien Loeb. O resultado disso foi uma carreira respeitável, com quatro vice-campeonatos, porém sem desenvolver o que se prenunciava.

RANDY MAMOLA (MotoGP)

Carismático à la protagonista de filme do John Hughes, foi um dos motociclistas mais talentosos dos anos 80, dono de estilo agressivo e plástico na pista. Mas nunca venceu um campeonato, sofrendo às vezes de um equipamento inferior em relação aos rivais, outras de falta de regularidade. Por conta disso, Mamola venceu apenas 13 de 151 etapas que disputou nas 500 cc (categoria pré-MotoGP) e colecionou vice-campeonatos – quatro no total (1980, 81, 84 e 87).

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