Curva 130R de Suzuka
(Foto: Steven Tee/Pirelli)

130R em Suzuka: uma das curvas mais incríveis do mundo

Desde a estreia de Suzuka no calendário da F1 em 1987, o circuito logo se tornou um dos preferidos dos pilotos. Segundo os relatos dos competidores, isso se dá pela diversidade, velocidade e desafio de suas curvas. Entre elas, a 130R é uma das mais famosas.

É verdade que é difícil destacar uma curva de Suzuka como mais emblemática ou desafiadora. A sequência de “esses” de alta velocidade no primeiro trecho é sempre lembrada pelos pilotos como um dos trechos mais excitantes da F1.

Outras curvas ou pontos ficaram conhecidos por conta de momentos históricos importantes, como a chicane que leva para a reta dos boxes em que Alain Prost e Ayrton Senna bateram em 1989.

Ou a primeira curva, que é composta por duas pernas de raios bastante distintos, em que Senna e Prost voltaram a se acidentar em 1990 e Mansell perdeu o controle de sua Williams em 91 atrás do brasileiro. Todas essas ocasiões decidiram títulos mundiais.

Mas a 130R é constantemente lembrada muito por conta da velocidade em que os carros chegam nela e a contornam (entre 310 e 320 Km/h) com cargas laterais acima dos 3,5 G.

Características da 130R

Parte do trecho final do traçado japonês, a curva tem esse nome porque originalmente tinha um raio 130°. Essa característica tão especial, porém, foi perdida após uma reforma em 2003 devido ao forte acidente de Alan McNish no ano anterior.

Ponto da 130R no traçado de Suzuka
Ponto da 130R no traçado de Suzuka

Desde então, a 130R ficou com uma entrada um pouco mais fechada e uma segunda parte mais aberta na saída. Mesmo assim, ela não perdeu sua característica de velocidade. Com o avanço da aerodinâmica durante os anos, os pilotos passaram a contornar a curva com aceleração total praticamente o tempo todo.

Só que isso também passou a exigir ainda mais precisão ao volante, pois qualquer descuido pode levar a uma escapada em um local em que os guard-rails são muito próximos tanto do lado externo como do lado interno da pista. Assim, mesmo com a evolução dos carros, o desafio seguiu grande e até mais perigoso.

Entre os vários momentos marcantes da 130R está a ousada ultrapassagem por fora de Fernando Alonso, de Renault, sobre Michael Schumacher, da Ferrari, em 2005.

Por outro lado, a 130R também foi ponto de acidentes impressionantes como o de McNish (já citado) e Jaime Alguersuari, em 2009, entre tantos outros. Isso sem contar em competições locais no Japão.

Pouco sobrou da Toyota de Alan McNish em seu acidente na 130R em Suzuka em 2002
Pouco sobrou da Toyota de Alan McNish em seu acidente na 130R em Suzuka em 2002 (Reprodução)

Por isso, a 130R será sempre uma curva que causa tentão, como descrito pelo tetracampeão Sebastian Vettel, em 2018, relembrando a perda de pressão aerodinâmica dos modelos da F1 nos anos anteriores, mesmo mantendo ou até aumentando a potência: “Não é confortável. É com certeza excitante, mas não tão fácil como já foi.”

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