5 pilotos que tiveram a estreia dos sonhos na F1
Um dos grandes destaques do GP do Bahrein de 2021 foi Yuki Tsunoda. O jovem japonês, que fez a estreia na F1, mostrou forte ritmo ao longo do fim de semana, e na corrida realizou ultrapassagens para receber a bandeirada em nono lugar.
Isso significa que o piloto da AlphaTauri registrou seus primeiros pontos logo em seu GP de estreia, o que rendeu diversos elogios pelo paddock. O diretor técnico da F1, Ross Brawn, chegou a dizer que Tsunoda é o melhor novato que a categoria já teve em muitos anos.
Este cenário já foi visto com outros pilotos no passado. Vários nomes chegaram a ter a estreia dos sonhos, em que tudo deu certo logo na primeira corrida. Alguns casos mais antigos ficaram famosos, como Giancarlo Baghetti, que venceu seu GP de estreia, em 1961, Johnny Herbert, com o quarto lugar em Jacarepaguá, em 1989, Jean Alesi, que também ficou em quarto em Paul Ricard, no mesmo ano, ou até mesmo Kimi Raikkonen, que calou os críticos em 2001, como já contamos em outro artigo.
Mas, aqui, separamos cinco exemplos mais recentes de pilotos que estrearam na F1 botando pra quebrar.
Mark Webber – GP da Austrália de 2002
Depois de bater na porta F1 por alguns anos, Mark Webber fez sua estreia no Mundial em 2002, pela pequenina equipe Minardi. As possibilidades imediatas eram bem modestas, já que o time não sabia o que era pontuar desde 1999. Para 2002, o carro da Minardi mais uma vez tinha várias limitações, o que deixou Webber sem grandes expectativas para seu GP de estreia, que aconteceria em sua terra natal, na Austrália.
Na classificação, Webber fez o que dava e colocou seu carro no 18º lugar no grid. Ele conseguiu superar os dois carros da Jaguar, o companheiro de Minardi, Alex Yoong, e Takuma Sato, que foi prejudicado pela chuva na tomada de tempos. Na corrida, porém, a sorte de Webber virou de cabeça para baixo.
Logo na largada, um acidente múltiplo eliminou nada menos do que oito carros. Pouco a pouco a concorrência foi ficando pelo caminho, o que chegou a colocar Webber numa inacreditável quinta posição. Nas voltas finais, ele chegou a sofrer ataques de Mika Salo, da Toyota, mas conseguiu se manter no posto até a bandeirada e marcar dois pontos, o que parecia inimaginável para a Minardi na época. Webber e o chefe da equipe, o também australiano Paul Stoddart, até subiram no pódio para celebrar o feito, o que representou os primeiros pontos de um piloto da Austrália na F1 desde 1986.
Nico Rosberg – GP do Bahrein de 2006
Campeão da GP2 em 2005, Nico Rosberg ingressou na F1 cercado de expectativas pela Williams, em 2006. A sua estreia não parecia que seria das melhores, mas, no fim das contas, tudo deu certo.
Na classificação, o alemão de 20 anos cometeu um erro e foi eliminado no Q2, no formato que fazia sua estreia justamente naquela corrida. Rosberg partiu em 12º, e na largada, chegou a se enroscar com Nick Heidfeld, o que o fez perder o bico e o obrigou a fazer um pitstop prematuro.
O piloto da Williams caiu pro último lugar, distante do penúltimo, e parecia que sua corrida já estava arruinada. Mas não foi bem assim. Rosberg aliou um ritmo alucinante com ultrapassagens agressivas e conseguiu escalar o pelotão. Ele recebeu a bandeirada em sétimo, sendo na época o terceiro mais jovem da história a marcar pontos. De quebra, Rosberg ficou com a melhor volta da prova, quebrando o recorde de precocidade neste quesito. Apesar dos tropeços, o jovem piloto indicou que chegava à F1 para fazer barulho.
Kevin Magnussen – GP da Austrália de 2014
A temporada de 2014 marcava uma nova era para a F1, com a introdução do regulamento turbo híbrido. De quebra, o grid passava por mudanças, inclusive a McLaren, que passaria a abrigar o jovem Kevin Magnussen, uma grande promessa da época. Magnussen era protegido do time há alguns anos, e recebeu o voto de confiança para fazer dupla com Jenson Button.
Com a intensa mudança do regulamento, a relação de forças do grid também havia sido chacoalhada. Na classificação, com chuva, Magnussen brilhou ao colocar a McLaren no quarto lugar do grid, sendo superado apenas pelas favoritas Mercedes, e Daniel Ricciardo, que ficou em segundo com a Red Bull.
Durante a corrida, no seco, o bom ritmo permaneceu, e o dinamarquês ainda herdou uma posição devido ao abandono de Lewis Hamilton. Magnussen recebeu a bandeirada em terceiro, conquistando um surpreendente pódio logo de cara, algo que a McLaren não havia feito em todo o ano de 2013.
Mas ainda podia melhorar. A Red Bull de Ricciardo não foi aprovada na inspeção da prova, já que seu motor havia extrapolado o limite do fluxo de combustível, o que o fez ser desclassificado, e ainda por cima promoveu Magnussen ao segundo lugar, que seria o melhor resultado de sua carreira.
Felipe Nasr – GP da Austrália de 2015
Felipe Nasr entrou na F1 em circunstâncias complicadas em teoria, o que dá uma noção do quão impressionante foi sua estreia. O brasileiro correria pela Sauber, time que sequer havia pontuado no ano anterior, e o fim de semana de abertura da temporada teve alguns contratempos. Um desentendimento contratual viu um outro piloto, Giedo van der Garde, reivindicando uma vaga na Sauber para Melbourne, sendo que o imbróglio tirou os dois carros da equipe do primeiro treino livre do evento.
Mesmo com o tempo de pista prejudicado, as coisas caminharam de maneira positiva na prática. O carro da Sauber era bem mais competitivo que o do ano anterior, e Nasr se posicionou no 10º lugar do grid para sua prova de estreia. Na largada, ele partiu bem e ganhou várias posições, e chegou a se enroscar com Pastor Maldonado, mas seu carro se manteve intacto. O estreante da Sauber pulou para sexto e ultrapassou o também novato Carlos Sainz para subir para um impressionante quinto lugar. Apesar do ataque dos rivais no restante da corrida, Nasr terminou no top 5 e marcou bons pontos em sua estreia, algo que nenhum outro brasileiro conseguiu fazer.
Stoffel Vandoorne – GP do Bahrein de 2016
Depois de dominar a GP2 em 2015, Stoffel Vandoorne ficou à espera de uma oportunidade de brilhar na F1. E a estreia na principal categoria do planeta veio em uma circustância inesperada. Fernando Alonso se lesionou em um assustador acidente na Austrália e teria de ficar de fora do GP do Bahrein enquanto se recuperava. Vandoorne, o piloto reserva da McLaren, foi acionado para correr mesmo sem a preparação ideal.
Só que as limitações não se mostraram um problema para o belga. Mesmo em uma McLaren que ainda patinava com a parceria com a Honda, ele se classificou duas posições à frente do parceiro, Jenson Button, para garantir o 12º lugar no grid. Durante a prova, Vandoorne mostrou forte ritmo e postura inteligente, além de uma estratégia eficaz, para terminar em décimo. Isso rendeu à McLaren seu primeiro ponto naquele ano, o que deixou o piloto em uma posição bastante badalada.
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