David Coulthard ganhou uma pintura especial da Red Bull em sua despedida da F1
(Foto: GEPA/Red Bull)

Relembre 10 pinturas únicas e inusitadas de equipes da F1

As equipes da F1 adotam maneiras diferentes de fazer comemorações ou prestar suas homenagens. Uma forma usada que tem bastante efeito é por meio de uma pintura especial em seus carros, o que gera repercussão com o público e deixa a escuderia com uma cara diferente de forma temporária.

Nos últimos anos, isto foi utilizado por equipes em circunstâncias específicas. Por exemplo, a Mercedes celebrou seu aniversário de 125 anos de envolvimento com o automobilismo com uma pintura retrô utilizada no GP da Alemanha de 2019.

A Ferrari, por sua vez, mudou o tom de seu vermelho, também homenageando o passado, para comemorar os 1000 GPs na F1, em Mugello, em 2020. Já a McLaren reforçou a parceria com a Gulf usando a pintura clássica do azul com o laranja no GP de Mônaco de 2021. Então, que tal relembrar outras pinturas especiais que deixaram sua marca na F1?

Houve vários times que mudaram sua cara por motivos dos mais diversos. Apenas para delimitar melhor o critério, vamos selecionar apenas pinturas que fizeram aparições em atividades oficiais durante os fins de semana de GP. Portanto, soluções criativas usadas apenas em testes, por exemplo, ficarão de fora – pelo menos deste vídeo aqui.

McLaren amarela – GP de Portugal de 1986

A antiga pintura branca e vermelha da McLaren com o patrocínio da marca tabagista Marlboro é uma das mais marcantes da história da F1. Foi com ela que a equipe inglesa dominou a categoria, emendou títulos e estabeleceu seu império entre os anos 80 e o começo da década de 90.

McLaren com patrocínio amarelo de Keke Rosberg no GP de Portugal de 1986

Porém, houve uma circunstância especial em que a lendária pintura teve uma cara diferente. No GP de Portugal de 86, a Marlboro fez uma ação de marketing. O carro de Keke Rosberg usaria uma pintura com o amarelo no lugar do vermelho, para promover a sua marca Marlboro Lights, enquanto o carro de Alain Prost manteria o esquema tradicional.

Apesar de a novidade ter dado uma aparência diferente à McLaren e ser lembrada até os dias de hoje, no geral os resultados da ação não foram um grande sucesso, já que a pintura usada por Rosberg não provocou um impacto tão grande especialmente na transmissão pela TV.

Na corrida, Rosberg abandonou quando ocupava o quinto lugar, com problemas de motor, e a McLaren nunca mais mudaria novamente sua pintura enquanto a parceria com a Marlboro durou.

Parcerias com Estúdios de cinema – 2003 a 06

Em meados dos anos 2000, a Red Bull e sua antecessora, a Jaguar, usavam pinturas especiais para realizar ações promocionais de filmes de destaque. Tudo começou em 2003, no GP da Grã-Bretanha, quando houve a divulgação do filme “Exterminador do Futuro 3”.

David Coulthard de Super-Homem no pódio do GP de Mônaco de 2006

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No ano seguinte, em Mônaco, a Jaguar ganhou tons de vermelho e até um diamante colado em seu bico para promover “12 Homens e Outro Segredo”. Um destes diamantes até foi perdido, como contamos em outro artigo aqui no Projeto Motor.

Em 2005, também no GP em Monte Carlo e com o time já assumido pela Red Bull, foi a vez de uma ação por conta do filme Star Wars Episódio III, o que estampou Darth Vader perto do bico e transformou os mecânicos em Stormtroopers.

Já em 2006, o filme divulgado foi Super-Homem: O Retorno, e isso até deu sorte para a equipe. David Coulthard conquistou o terceiro lugar, no primeiro pódio da história da Red Bull, e recebeu seu troféu vestindo a capa do homem de aço.

Red Bull branca – GP do Brasil de 2008

Em uma homenagem especial a David Coulthard em sua corrida de despedida, a Red Bull usou uma pintura diferente no GP do Brasil de 2008. Apenas Coulthard adotou um carro majoritariamente branco, que dava destaque à Wings for Life – uma fundação sem fins lucrativos que incentiva pesquisas para a cura de lesões na medula espinhal.

Para o plano sair do papel, foi necessário o apoio de todos os chefes de equipe, pois a Red Bull competiria com pinturas bem diferentes em seus dois carros, o que não era permitido por regulamento.

A causa defendida era nobre, mas na pista as coisas não deram certo. Coulthard e seu carro branco foram eliminados em um acidente logo na largada, o que colocou o piloto na lista de despedidas melancólicas da F1.

Criatividade da BAR – temporada de 2004

A criatividade da BAR em 2004 merece um capítulo à parte, mas primeiro precisamos dar um contexto. Segundo o regulamento da época, todas as equipes que ficaram de fora do top 4 em 2003 poderiam utilizar um terceiro piloto nos treinos livres das corridas em 2004. E mais: por razões promocionais, este terceiro carro poderia usar uma pintura diferente em relação aos dois titulares.

Piloto de testes da BAR na F1, Anthony Davidson ganhou algumas pinturas especiais nos treinos de sexta-feira
Piloto de testes da BAR na F1, Anthony Davidson ganhou algumas pinturas especiais nos treinos de sexta-feira (Foto: Honda)

A BAR aproveitou a oportunidade e escalou Anthony Davidson para as atividades, e deixou a imaginação correr solta em algumas etapas. Por exemplo, em Monza, a carenagem trazia a silhueta do piloto posicionada no cockpit. Já em Interlagos, o conceito usado lembrava um grafite, sendo que a tampa do motor ostentava o rosto de Davidson e a estrela que ele usava em seu capacete.

Mas a mais diferente mesmo veio na China. O carro de Davidson ficou azul e amarelo, exibindo a marca de cigarros que pertencia ao grupo da patrocinadora principal da BAR.

O luto da Ferrari – GP da Itália de 2001

Deixamos para o final o único caso da lista em que a mudança de pintura se deu por um motivo bastante triste. No GP da Itália de 2001, os carros da Ferrari correram sem nenhum patrocinador, com o modelo dominado pela cor vermelha e com um bico preto, bem diferente do habitual.

A Ferrari mostrou seu luto pelos atentados de 11/09 com uma pintura sóbria na F1
A Ferrari mostrou seu luto pelos atentados de 11/09 com uma pintura sóbria na F1 (Foto: Ferrari)

Isso se deu porque a prova em Monza aconteceu entre 14 e 16 de setembro, poucos dias após os atentados do dia 11 no World Trade Center e no Pentágono. Segundo justificou a Ferrari, a tragédia fez com que a corrida se tornasse um evento puramente esportivo, sem implicações comerciais.

Então, a retirada dos patrocinadores refletiria essa mentalidade. Já o bico preto era para expressar o luto. A corrida em si teve dinâmica estranha para a Ferrari. Michael Schumacher foi superado no grid por Rubens Barrichello pela única vez naquele ano, e também se tratou do único GP da temporada em que ele recebeu a bandeirada fora do pódio. Já Rubinho tentou desafiar Juan Pablo Montoya pela vitória, mas o colombiano terminou com seu primeiro triunfo na F1.

Esses são apenas alguns exemplos. Quais outras pinturas te marcaram. Comente aqui embaixo. Assista também à versão em vídeo desse artigo aqui:

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