Fotos: Toyota

6 pilotos substitutos que fizeram bonito na F1

Ser competitivo na F1 é algo que requer bastante preparação. Os pilotos precisam entender cada detalhe de seu carro e do funcionamento de sua equipe para poder extrair o máximo de rendimento e buscar o melhor resultado. 

Mas, às vezes, isso não é possível. Há ocasiões em que os pilotos assumem suas vagas em caráter de emergência, de modo que não há tempo de fazer uma preparação ideal antes de ir à competição.

Foi o que aconteceu com Nico Hulkenberg. Fora do grid definitivo de 2020, o alemão foi convocado em cima da hora pela Racing Point para substituir o doente Sergio Pérez nas duas corridas realizadas em Silverstone. Demorou algumas sessões para Hulkenberg pegar o jeito, mas a boa performance até que veio: ele ficou em terceiro logo em sua segunda classificação, e conseguiu terminar a corrida na zona de pontos, em sétimo.

Hulkenberg F1
Hulkenberg voltou à F1 em Silverstone (Foto: Racing Point)

Iremos relembrar de mais seis pilotos substitutos que fizeram bonito na F1. 

Roberto Moreno – Benetton (1990)

A Benetton era uma equipe em ascensão na virada dos anos 80 para os 90. O time multicolorido começava a ganhar espaço no pelotão da frente, o incluiu até a vitória de Alessandro Nannini no controverso GP do Japão de 89.

No entanto, a passagem do italiano pela F1 teve um fim prematuro durante a temporada de 90. Nannini sofreu um acidente de helicóptero, o que provocou grandes lesões em seu braço direito. Isso aconteceu antes do GP do Japão, de modo que a Benetton precisou correr atrás de um substituto com certa urgência. 

O escolhido foi Roberto Moreno, que se juntaria ao seu velho amigo Nelson Piquet. Naquele ano, Moreno vinha penando com o carro da pequenina Eurobrun, sendo que ele havia se classificado para largar em apenas duas das 14 etapas realizadas na temporada. 

Moreno F1 1990
Moreno estreou na Benetton com pódio no Japão (Foto: Reprodução)

Na primeira corrida da parceria, a Benetton teve o melhor momento de sua história na F1 até então. Depois da batida entre Ayrton Senna e Alain Prost na primeira curva, Piquet e Moreno ganharam posições e ficaram somente atrás de Nigel Mansell, da Ferrari. O inglês enfrentou problemas mecânicos, o que deixou a dupla da Benetton com caminho aberto para conquistar aquela que seria a última dobradinha brasileira da história. 

Moreno era só emoção com o resultado inesperado, especialmente por ser a sua primeira corrida pela Benetton. O rendimento permitiu que o brasileiro fosse mantido pelo time para a temporada de 1991, e ele só perdeu sua vaga ao ser substituído por Michael Schumacher.

Michael Schumacher – Jordan (1991)

Antes de chegar à Benetton, Schumacher teve uma passagem rápida pela Jordan, equipe que fazia uma temporada de estreia interessante pela F1 em 91. Mas, antes do GP da Bélgica, um dos pilotos do time, Bertrand Gachot, foi preso por ter usado spray de pimenta durante uma briga com um taxista.

Isso gerou revolta de outros pilotos, mas não tinha jeito: a Jordan precisava de alguém para ocupar o cockpit em Spa. E é aí que apareceu Schumacher: a Mercedes, que tinha o alemão sob contrato, pagou à Jordan pela vaga para que o futuro heptacampeão pudesse fazer sua estreia. Além disso, o empresário de Schumi na época garantiu a Eddie Jordan que seu piloto conhecia muito bem Spa, o que não era verdade. 

Porém, isso tudo virou detalhe, já que Schumacher mostrou um ritmo fortíssimo e colocou a Jordan no sétimo lugar no grid, 0s7 à frente de seu companheiro de equipe, o veterano Andrea de Cesaris.

Schumacher estreia F1
Schumacher abandonou cedo, mas teve tempo de fazer barulho com a Jordan (Foto: Reprodução)

Só que a corrida foi muito curta para o alemão. Schumacher teve tempo de subir para quinto na largada, mas sua embreagem quebrou a caminho da curva Eau Rouge, o que provocou seu abandono imediato. Mesmo assim, foi suficiente para que Schumacher chamasse a atenção da Benetton. A partir da corrida seguinte, em Monza, o alemão ocupava a vaga que até então era de Moreno.

Mika Salo – Ferrari (1999)

Quando Schumacher teve seu forte acidente em Silverstone na temporada de 99, a Ferrari sofreu um baque. Isso porque o então bicampeão do mundo fraturou sua perna, o que o deixaria afastado de atividade por alguns meses. 

Para seu lugar, a equipe trouxe o veterano Mika Salo, que estava sem vaga fixa em 1999. O finlandês apenas havia realizado duas corridas naquele ano, substituindo Ricardo Zonta na BAR, também por motivo de lesão.

Em sua primeira corrida de vermelho, o desempenho foi discreto. Salo ficou apenas em nono lugar, enquanto que Eddie Irvine, seu companheiro, venceu a prova.

No GP seguinte, em Hockenheim, a história foi diferente. Salo conseguiu se classificar à frente de Irvine no grid, e com os problemas de Mika Hakkinen, assumiu a liderança. 

Mika Salo F1
Salo quase venceu em Hockenheim pela Ferrari (Foto: Shell/Ferrari)

No entanto, Salo precisou deixar Irvine passar pela vitória, já que o colega era a única possibilidade da Ferrari na luta pelo título. Mesmo assim, o finlandês obteve naquele dia o melhor resultado de sua carreira. Os pontos que ele conquistou – incluindo o pódio em Monza, três corridas mais tarde, foram fundamentais para que a Ferrari conquistasse o título de construtores.

Pedro de la Rosa e Alexander Wurz – McLaren (2005)

Pouco depois de chegar à McLaren, Juan Pablo Montoya sofreu uma lesão no ombro, o que acabou o deixando afastado por duas corridas. Para substituí-lo, o time tinha dois pilotos reservas: os experientes Alexander Wurz e Pedro de la Rosa. 

Wurz, um piloto de 1,87 m de altura, ainda não se sentia totalmente confortável no apertado modelo da McLaren, então inicialmente o escolhido foi De La Rosa. O espanhol não competia na F1 desde 2002, mas ainda assim conseguiu se classificar à frente de Kimi Raikkonen no grid do GP do Bahrein. Ele foi superado pelo finlandês na corrida, mas marcou pontos com o quinto lugar e registrou a volta mais rápida da prova.

Em Imola, uma corrida depois, foi a vez de Wurz ter a sua chance. Sua última prova havia sido em 2000, pela Benetton, mas ainda assim o austríaco ganhou posições, se beneficiou da quebra de Raikkonen para terminar em um bom quarto lugar. Para melhorar ainda mais, a posição se transformou em pódio, já que, depois da conclusão do evento, Jenson Button foi desclassificado devido a uma irregularidade técnica da BAR.

Kamui Kobayashi – Toyota (2009)

Kamui Kobayashi deu o que falar em seus primeiros GPs na F1, ainda competindo pela Toyota. O titular Timo Glock sofreu uma lesão na perna na classificação do GP do Japão, e não poderia competir nas duas etapas finais do ano. 

Em seu lugar entrou Kobayashi, que ainda competia regularmente na GP2, nome usado na época para a atual F2. No Brasil, o japonês chamou a atenção por uma corrida combativa, especialmente por ter sido uma pedra no sapato de Jenson Button.

Mas o destaque mesmo para Kobayashi veio em Abu Dhabi. Ao ser eliminado ainda no Q2, o japonês pôde escolher o quanto de combustível gostaria de usar na largada. Ele partiu para uma estratégia de um único pitstop, enquanto que os pilotos à sua frente fariam duas paradas. 

Kobayashi conseguiu tirar bom proveito da tática diferente, inclusive tendo superar mais um duelo com Button, o mais novo campeão mundial da F1. No fim, Kobayashi terminou em sexto, à frente do parceiro Jarno Trulli, e marcou pontos naquela que seria a última corrida da Toyota na F1.

Substitutos da F1: confira mais detalhes no vídeo especial:

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