(Foto: DPPI)

No WEC, Rossi recorda chance de trocar MotoGP por F1 em 2006

Em São Paulo para competir na etapa de Interlagos do WEC (Mundial de Endurance), Valentino Rossi conversou com a imprensa sobre a transição das motos para os carros depois de tantos anos de flerte.

O italiano, que compete pela equipe WRT BMW na classe GT3, lembrou ao ser questionado pelo Projeto Motor sobre o quão próximo esteve de trocar a MotoGP pela F1 ao receber uma proposta da Ferrari em 2006.

Ele explicou, no entanto, que na época sentia que ainda podia competir em alto nível por muitos anos no motociclismo enquanto a troca para a F1 poderia ser um risco de não atingir os objetivos e expectativas que certamente a mudança geraria.

“Sempre tive na minha cabeça que quando eu parasse com a motovelocidade  eu iria querer correr com os carros. Durante o passar dos anos, sempre fiz algumas corridas com carros. Eu fiz alguns testes também de F1. Em 2004 com a Ferrari”, lembrou Rossi ao responder o Projeto Motor.

“Foi uma decisão difícil. Tive a chance de mudar no final de 2006. Tentar correr de carros, tentar correr na F1. Mas era um grande risco. E acho que com carros eu não sou tão ruim, mas eu sou melhor com as motos. Então, eu decidi continuar [nas motos]. E sinceramente, acho que foi a decisão certa, pois eu pude seguir correndo na MotoGP por mais 12 ou 15 anos. Eu queria correr mais corridas na categoria. E eu me diverti muito. Então, foi bom assim”, continuou.

A época citada por Rossi era de transição para a Ferrari. Michael Schumacher estava deixando a equipe e a categoria enquanto Felipe Massa encerrava sua primeira temporada pelo time. A Ferrari tinha fechado durante aquele ano a contratação de Kimi Raikkonen para 2007, o que indica que, provavelmente, a proposta feita pela escuderia ao piloto da MotoGP seria para a vaga do brasileiro.

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De qualquer maneira, os números apoiam a decisão de Rossi. Depois de abrir mão da vaga na F1 pela Ferrari, ele venceu mais duas vezes a MotoGP em 2008 e 09. Além disso, somou mais 30 vitórias ao seu currículo na categoria de motovelocidade, chegando a incríveis 89 triunfos na carreira, recorde com 21 conquistas de vantagem para o segundo colocado, Giacomo Agostini.

Pós-carreira de Rossi nos carros

Como Valentino comentou, mesmo em seus tempos de MotoGP, além de testes com carros de F1, especialmente pela Ferrari, ele fez diversas participações esporádicas em corridas em competições de carros. Especialmente em provas locais na Itália e de endurance.

Sendo assim, ao encerrar sua carreira na MotoGP em 2021, a continuidade de sua relação com o esporte a motor nos carros era um passo natural para o piloto. E depois de participar de diversas provas de GT3 como 24 Horas de Spa, 24 Horas de Dubai, 12 Horas do Golfo (em Abu Dhabi), 12 Horas de Bathurst, entre outras, ele finalmente chegou ao alto nível ao entrar em 2024 no WEC.

Ele explicou que, além das diferenças óbvias entre pilotar uma moto e um carro, a adaptação especificamente ao endurance também o cobra uma visão de corrida muito diferente do que ele enfrentava na MotoGP.  

“Na MotoGP, você está sozinho e são 40 minutos acelerando ao máximo da primeira à última curva. E não tem muito cálculo. As corridas de enduro são muito diferentes. Você tem que dividir o carro com outros dois ou três pilotos. A corrida é muito longa, então, tem muita estratégia por trás. Você precisa ir rápido, mas sem danificar o carro. Tenta não cometer erros, tenta manter um bom ritmo. É difícil, pois você precisa manter a concentração por muito tempo”, apontou.

BMW M4 GT3 de Valentino Rossi no WEC (Foto: Julien Delfosse/DPPI/WEC)
BMW M4 GT3 de Valentino Rossi no WEC (Foto: Julien Delfosse/DPPI/WEC)

Lembranças do Brasil

A MotoGP competiu no extinto circuito de Jacarepaguá entre 1995 e 2004, antes da pista carioca ficar inviável para provas de alto nível da motovelocidade por conta das obras da estrutura do Pan Americano de 2007, e depois ser totalmente destruída para a construção do Parque Olímpico dos Jogos de 2016.

Rossi participou de oito dessas provas e venceu uma vez pela categoria 125cc (equivalente à atual Moto 3), uma outra na 250cc (equivalente à Moto 2) e mais quatro na classe principal do Mundial, a MotoGP, de forma consecutiva entre 2000 e 03.

Ele não escondeu sua nostalgia por essas corridas por conta da atmosfera e sua apreciação ao antigo traçado de Jacarepaguá, e disse que espera agora se divertir da mesma forma ao competir pela primeira vez em Interlagos, mesmo que seja agora com carro.

“Eu tenho ótimas lembranças [do Brasil], pois corremos no Rio na MotoGP por muito tempo. Eu amava a pista lá. Eu ganhei muitas corridas e sempre me diverti muito. Vir ao Brasil é sempre divertido. É um lugar legal. Então, estou contente de estar aqui. Esta é minha primeira vez em São Paulo, em

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