Conheça o incrível Continental GT que a Bentley levará para Pikes Peak
Subida de Montanha é uma das modalidades mais antigas e tradicionais do automobilismo. Por conta de questões de segurança, ela perdeu durante a segunda metade do século XX espaço para as provas em autódromos. Mesmo assim, eventos deste tipo ainda são realizados principalmente na Europa e Estados Unidos, sendo Pikes Peak certamente o mais icônico. E a Bentley é a próxima grande marca a tentar capitalizar com isso.
As montadoras não dão as costas para essas provas e de vez em quando fazem programas especiais para quebrar algum recorde. A Volkswagen chamou a atenção de todo o mundo em 2018 com sua campanha com o modelo ID R, que não só fez o melhor tempo de um carro elétrico em Pikes Peak, como bateu o recorde geral. A Peugeot também tinha feito uma grande publicidade de seu feito ao levar o eneacampeão mundial do WRC, Sebastien Loeb, também para cravar o recorde em 2013.
Em 2021, a Bentley quer também fazer barulho nas montanhas do Colorado. O objetivo não é a melhor marca geral, normalmente feito por protótipos produzidos especialmente para a subida, mas a da classe Time Attack 1, que consiste em modelos baseados em carros ou motos de rua, porém, com preparação bastante aberta. A companhia inglesa, que completou seu centenário em 2019, já tem recordes em outras duas classes em Pikes Peak, com SUVs e carros de produção.
E para conseguir o seu terceiro recorde em Pikes Peak, a Bentley resolveu a apostar em um trabalho em seu modelo Continental GT3, que já faz algum sucesso em sua modalidade em pista, e que está recebendo uma série de atualizações para bater o tempo de 9min36s559 no percurso de 20 km feito no ano passado por um Porsche GT2 RS Clubsport.
O Bentley Pikes Peak
Para a “Corrida rumo às Nuvens”, a Bentley escolheu usar a base de seu modelo que já compete nas principais competições de GT3 do mundo, o Continental GT3, que inclusive venceu a edição de 2020 da tradicional 12 Horas de Bathurst,.
Alguns pontos importantes sobre Pikes Peak são importantes para entender a preparação para esse evento. Além do percurso cheio de curvas sinuosas, a característica que mais mexe com os carros é a altitude. Os carros largam a cerca de 1.400 metros em relação ao nível do mar e chegam ao final a 4.300 metros.
Para se ter ideia, a essa altitude, o ar tem um terço da densidade do que temos ao nível do mar. Isso influencia muito no desempenho do motor a combustão e na pressão aerodinâmica do carro. Sendo assim, a Bentley atacou diretamente esses dois lados.
A empresa instalou na traseira do Continental GT3 uma enorme asa traseira, a maior já utilizada por um carro de corrida da marca na história, segundo o comunicado da própria empresa. Ainda na parte de trás do modelo, foi instalado um enorme difusor que aumenta consideravelmente o nível de pressão na peça.
Na frente, foram instalados dois splitters de dois planos, que além de também melhorarem a eficiência aerodinâmica do pacote, ainda deixaram o carro com um visual incrível. Queira ou não, isso é importante para qualquer amante de modelos esportivos.
O motor V8 de 4 Litros turbo também ganhou alguns ajustes tanto na preparação e trabalho mecânico, com peças mais leves e novos desenhos internos, como também um novo mapeamento para ganhar alguns cavalos a mais de potência. O número final não foi divulgado, mas na versão GT3, em que o motor corre com limitador, o modelo desenvolve cerca de 500 cv.
Para ganhar mais potência, a Bentley também mexeu no sistema de escape, com seis saídas mais curtas, e incluiu novas entradas de ar na região da porta traseira (que não são necessárias na versão GT3 de pista). Este último item é bastante importante para a refrigeração do motor principalmente por conta do ar mais rarefeito.
Bio combustível para divulgar plano para as ruas
A cereja no bolo desse carro é certamente o combustível. A Bentley resolveu dividir o seu plano de eletrificação de frota em dois estágios, com seus modelos de rua sendo transformados em híbridos até 2023. Motores a combustão na empresa seguirão existindo até 2029. No plano estratégia da companhia, então, em 30, todos os seus modelos serão elétricos.
Esse Continental GT3 não é híbrido, porém, para representar a preocupação ambiental e fazer alusão ao projeto de transformação da linha comercial, a Bentley está desenvolvendo um bio combustível baseado em gasolina que promete reduzir em 85% a emissão de gases nocivos ao meio ambiente. A Bentley ainda não divulgou a mistura que irá utilizar neste combustível, mas em seus comunicados bate bastante na tecla do “renovável”, dando a entender que boa parte dele deve conter elementos como etanol e outros do tipo.
Esse ponto do combustível é importante para a companhia e o grande motivo para toda essa campanha, já que a intenção é divulgar que os novos modelos da Bentley que entrarão no mercado nos próximos anos, mesmo ainda sendo equipados com motores a combustão combinados com sistema de propulsão elétrica, poderão utilizar combustíveis bio (como etanol) ou sintéticos (que estão sendo chamados no mercado de e-fuel).
A edição de 2021 de Pikes Peak, a 99ª da história, irá acontecer em 27 de junho. A Bentley promete novos detalhes sobre o seu novo carro até lá, e o Projeto Motor irá atualizar aqui.
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