Uso do safety car na decisão de 2021 gerou polêmica
(Foto: Pirelli)

As mudanças na regra do safety car da F1 após polêmica decisão de 2021

Foram meses de discussão após a definição do título de 2021 na última volta do GP de Abu Dhabi de 2021. Lewis Hamilton e Mercedes se sentiram prejudicados pelas decisões do então diretor de provas da FIA, Michael Masi, quanto à utlização do safety car na última volta, enquanto Red Bull e Max Verstappen festejaram a conquista e não viam problemas.

De qualquer maneira, independente do que aconteceu em Yas Marina, algo ficou claro para todos os envolvidos: as regras precisavam ser mais claras e as decisões da direção seguirem um padrão mais bem definido. Masi foi afastado de seu cargo e substituído por Eduardo Freitas e Niels Wittich, além de uma comissão ter sido formada para ajustar o regulamento de utilização do safety car.

Algumas mudanças já tinham sido anunciadas após reunião do Conselho Mundial da FIA em fevereiro, mas, na semana da abertura do Mundial, no Bahrein, a entidade publicou agora o regulamento com novos detalhes.

A alteração mais importante foi a inclusão da palavra “todos” no lugar de “qualquer” no artigo que regulamenta o momento em que os retardatários podem descontar a volta de atraso em relação ao líder antes da relargada. Uma das reclamações da Mercedes foi que Michael Masi decidiu no GP de Abu de Dhabi de 2021 permitir apenas os retardatários que estavam entre Hamilton e Verstappen descontarem suas voltas com o objetivo de agilizar o procedimento e conseguir fazer a relargada para o último giro da prova.

Agora, a redação do artigo 55.13 ficou da seguinte forma:

“Se os fiscais de pista considerarem que está seguro, a mensagem “CARROS QUE TOMARAM UMA VOLTA PODERÃO AGORA ULTRAPASSAR” será enviada para todos os competidores usando o sistema de mensagens oficial, todos os carros que tomaram uma volta do líder serão obrigados a passar os carros que estão na volta do líder e o safety car.”

Hamilton e Verstappen travaram dura briga pelo título da F1 em 2021 (Foto: Pirelli)

Outro ponto de discussão após a prova de Yas Marina já tinha sido ajustado na versão de fevereiro. Na prova decisiva, para conseguir fazer a relargada para última volta, Masi deu a relargada logo após os retardatários descontarem suas voltas enquanto o regulamento já dizia na época que isso só poderia acontecer uma volta depois que o último carro descontasse sua volta para o líder.

Na interpretação da Mercedes, como o último retardatário passou por Hamilton durante a penúltima volta, a relargada só poderia acontecer no fechamento da passagem seguinte, o que seria no momento em que os pilotos já iriam receber a bandeira quadriculada.

A FIA manteve a ideia original do regulamento, mas, para agilizar o procedimento, definiu agora um novo procedimento para o momento da relargada no último parágrafo do mesmo artigo 55.13:

“A não ser que os fiscais de pista considerem que a presença do safety car ainda seja necessária, assim que a mensagem “CARROS QUE TOMARAM UMA VOLTA PODERÃO AGORA ULTRAPASSAR” tenha sido enviada para todos os competidores usando o sistema oficial de mensagens, o safety car irá retornar aos pits no final da volta seguinte.”

Ou seja, a relargada agora acontece na volta seguinte a que o diretor de provas avisar aos retardatários que eles podem descontar a volta e não mais quando o último deles o fizer. Assim, teoricamente, a direção de prova não fica dependendo da agilidade desta manobra e os pilotos já sabem com mais antecedência quando a relargada irá acontecer.

É mantido, no entanto, o conceito que os retardatários só podem descontar a volta quando a pista já estiver limpa e segura. Alguns pilotos tinham questionado em Abu Dhabi o motivo para não terem recebido a autorização de descontarem a volta antes, o que não era possível porque a pista ainda estava sendo limpa, com fiscais no traçado.

Mudança na regra de pontuação

Também na versão de fevereiro do regulamento desportivo, a FIA já tinha feito mudanças na distribuição de pontos para o caso de corridas terminarem com menos de 50% das voltas. A medida foi tomada após os pilotos receberem metade da pontuação após completarem apenas duas voltas atrás do safety car no GP da Bélgica de 2021. Alguns ajustes, porém, foram feitos nesta nova versão publicada antes da abertura do Mundial de 2022.

Para começar, os pilotos não receberão pontos caso o líder não consiga completar pelo menos duas voltas sem a intervenção do safety car. Antes, bastavam duas passagens para a distribuição de 50% dos pontos, mesmo que fossem atrás do carro de segurança.

E agora, uma gradação da pontuação foi formulada para o caso da corrida ser terminada com mais de duas voltas, mas menos de 25% da sua distância original (coluna 1 da tabela abaixo), entre 25% e 50% (coluna 2) e entre 50% e 75% (coluna 3). No caso de mais de 75% da prova for completada, serão distribuídos os pontos totais no mesmo formato dos últimos anos.

Nova pontuação da F1 em caso da corrida não chegar ao final. Ajuste na coluna três foi feito na última versão do regulamento (FIA)

A Sprint Race também teve sua distribuição de pontos reformulada. Em vez de apenas os três primeiros serem premiados, agora, os oito melhores da minicorrida de classificação de sábado pontuarão. O vencedor receberá 8 pontos, o segundo colocado, 7, terceiro, 6, e, os outros, respectivamente, 5, 4, 3, 2 e 1, até o oitavo.

Três etapas com as sprint races de sábado foram anunciadas para a temporada de 2022: em Imola (GP da Emília-Romanha), no Red Bull Ring (GP da Áustria) e Interlagos (GP de São Paulo).

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