8 duplas de compatriotas que marcaram história na F1 na mesma equipe
Para a temporada de 2023 da F1, a equipe Alpine terá uma nova formação: Pierre Gasly sai do guarda-chuva da Red Bull para fazer dupla com o velho conhecido Esteban Ocon. Isso significa que o time passará a ter uma dupla 100% francesa, o que mercadologicamente falando será interessante para a Alpine.
Desta forma, o grid de 2023 terá pelo menos duas duplas de compatriotas, já que, na Mercedes, Lewis Hamilton continuará ao lado do também inglês George Russell.
Com esse gancho, o Projeto Motor decidiu relembrar de oito duplas de compatriotas que competiram na mesma equipe na F1 e que marcaram história.
FRANÇA: Rene Arnoux e Alain Prost (Renault)
Para a temporada de 81, a Renault teria uma dupla 100% francesa: René Arnoux, que partiria para seu terceiro ano no time, receberia o jovem Alain Prost, que havia acabado de deixar a McLaren.
A ocasião representou uma troca de guarda dentro da Renault. Arnoux, até então líder interno absoluto, passou a ser batido pelo jovem compatriota.
Na primeira temporada, Prost conquistou três vitórias e superou Arnoux com folga. Com isso, a Renault começou a dar mais atenção a Prost em 82, apostando no francês mais jovem as suas fichas na luta pelo título.
Mas justamente no GP da França, a relação ficou tensa. Arnoux liderava, e se recusou a cumprir uma ordem para deixar Prost passar. Sendo assim, o clima se tornou insustentável. Ao fim do ano, Prost não conquistou o título, e Arnoux deixou a Renault para se juntar à Ferrari.
GRÃ-BRETANHA: Jim Clark e Graham Hill (Lotus)
Grandes amigos fora das pistas, os britânicos Jim Clark e Graham Hill era competidores diretos dentro dela. Eles terminaram como campeão e vice em 62, 63 e 65, e ainda ficaram juntos em segundo e terceiro atrás de John Surtees em 64.
Os dois tinham características bem diferentes. Clark sempre foi visto como o mais talentoso e com habilidade natural. enquanto Hill tinha que estudar e trabalhar mais para chegar às
suas conquistas.
Em 67, a Lotus resolveu juntar os dois e contratou Hill para ser companheiro de Clark. O escocês se impôs ao vencer quatro provas contra nenhuma do amigo, mas a falta de confiabilidade do novo motor Cosworth DFV o tirou de qualquer possibilidade de título contra os carros da Brabham.
Clark morreu em abril de 1968, após ter vencido a abertura da temporada da F1. Hill se tornou o piloto principal da Lotus e venceu o título mundial pela equipe.
ALEMANHA: Nico Rosberg e Michael Schumacher (Mercedes)
Michael Schumacher foi o centro das atenções nos preparativos para a temporada de 2010. Depois de três anos aposentado, o alemão retornaria às competições pela nova equipe Mercedes, que assumiria a identidade da campeã mundial Brawn GP.
Ao seu lado, Schumi teria o também alemão Nico Rosberg, que, depois de quatro anos na Williams, teria sua primeira oportunidade em uma operação de maior porte. No geral, a passagem de Schumacher pela Mercedes esteve longe de cumprir com as expectativas.
Em três temporadas, o veterano alemão subiu ao pódio somente uma vez, em 2012, e teve como destaque uma classificação em Mônaco, quando marcaria a pole position caso não sofresse uma punição.
Quem prosperou no duelo foi justamente Rosberg, responsável pela única vitória da Mercedes no período, na China. A ocasião, que todos esperavam que seria o retorno triunfal de Schumacher, na verdade serviu para mostrar ao mundo que Rosberg tinha todas as condições de fazer parte da elite da F1.
GRÃ-BRETANHA: Mike Hawthorn e Peter Collins (Ferrari)
Na segunda metade da década de 50, a Ferrari apostou em dois pilotos britânicos para enfrentar a concorrência. Mike Hawthorn e Peter Collins tinham personalidade bastante diferentes, mas quando se juntaram no time, em 57, se tornaram grandes amigos.
Os dois eram tão parceiros que a rivalidade real dentro da Ferrari na época acabou sendo entre os ingleses e o italiano Luigi Musso. Hawthorn e Collins se fecharam na troca de informações sobre acerto dos carros e até, segundo relatos de pessoas próximas a Musso, também repartiam os prêmios dos resultados dos GPs, independentemente de quem chegasse na frente.
Em 58, no entanto, uma sequência incrível de tragédias marcou a Ferrari e seus pilotos. Musso e Collins morreram em batidas na pista. Hawthorn, alguns meses após ser campeão mundial daquela temporada, perdeu a vida em acidente numa estrada britânica.
BRASIL: Nelson Piquet x Roberto Moreno (Benetton)
Os dois brasileiros são amigos de longa data, mas o destino os colocou lado a lado também na F1. Em 1990, Roberto Moreno ainda buscava estabilidade na categoria, enquanto que Nelson Piquet, já um tricampeão do mundo, entrava nos últimos capítulos de sua carreira com a Benetton.
A duas etapas do final da temporada, o outro piloto da Benetton, Alessandro Nannini, lesionou seu braço direito em um acidente de helicóptero, o que encerrou prematuramente sua carreira na F1.
Assim, Moreno foi convocado para assumir a vaga, formando uma dupla 100% brasileira com o velho amigo. E logo na primeira corrida, no Japão, Piquet e Moreno conquistaram a última dobradinha brasileira na F1.
A dupla permaneceu para 1991, com bons momentos de ambos os lados: Piquet obteve sua última vitória na carreira, no Canadá, enquanto que Moreno teve dois quartos lugares em Mônaco e Spa.
Porém, pouco depois, a Benetton sacou Moreno para dar a chance ao jovem Michael Schumacher.
GRÃ-BRETANHA: Jenson Button e Lewis Hamilton (McLaren)
Depois de se sagrar campeão mundial, Jenson Button aceitou um difícil desafio. Ele se juntaria à McLaren em 2010, onde mediria forças contra o jovem e também campeão Lewis Hamilton. Era uma formação que intrigava os ingleses, já que Button vivia o seu auge, enquanto Hamilton passou por um ano de provações com o complicado carro da McLaren em 2009.
E, de uma forma geral, o duelo teve fortes momentos para ambos os lados. Button se destacou no começo de 2010, quando venceu duas vezes nas primeiras quatro corridas, e em 2011, com o vice-campeonato e à frente do parceiro.
Já Hamilton ganhou força no fim de 2010, com suas três vitórias e a permanência na luta pelo título até a etapa final, e com atuações de destaque em meio a muitos problemas técnicos em 2012.
ARGENTINA: Juan Manuel Fangio e Froilán González (Maserati)
A Maserati teve uma verdadeira invasão argentina em 1953, e, de todos os seus representantes, dois se destacavam: Juan Manuel Fangio, que na época já tinha um título em 51, e José Froilán González, famoso por ser o primeiro piloto a vencer pela Ferrari no Mundial.
De forma geral, a Maserati não conseguia fazer frente à Ferrari e a Alberto Ascari, que dominaram as ações. Mas Fangio foi quem mais chegou perto. Retornando às competições depois de um ano lesionado em 52, o “Maestro”, como era conhecido, obteve uma vitória, outros três pódios e o vice em 53.
Para González, os pontos altos foram um terceiro lugar em casa, na Argentina, e outro na França. Mas a parceria foi breve. Para 54, González foi reconvocado pela Ferrari, enquanto que Fangio pouco depois chegou à Mercedes para fazer história.
ITÁLIA: Giuseppe Farina e Alberto Ascari (Ferrari)
Depois de conquistar o título inaugural do Mundial, em 1950, Giuseppe Farina foi destronado por Juan Manuel Fangio dentro da Alfa Romeo em 51. Assim, ele aproveitou uma mudança de regulamento para tentar voltar ao protagonismo pela Ferrari.
Mas, mais uma vez, Farina encontrou um páreo duro dentro de sua própria equipe. Em 52, Alberto Ascari simplesmente não deu chance a ninguém. Das sete provas que disputou, venceu nada menos do que seis e se tornou campeão com folga, deixando Farina relegado ao vice.
O cenário foi muito parecido em 53, com mais cinco vitórias para Ascari, sendo que desta vez Farina nem com o vice ficou. Mas foi assim que a Itália alcançou a glória máxima pela última vez na F1: com seus dois campeões do mundo brilhando juntos pela Ferrari.
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