Brasileiro Gabriel Bortoleto é piloto da McLaren
Brasileiro Gabriel Bortoleto é piloto da McLaren (Foto: McLaren)

Conheça os brasileiros e as promessas dos programas júnior da F1

Nas últimas décadas, os programas de formação de jovens pilotos dos times da F1 foram fortalecidos, com diversas escuderias investindo para que seus talentos mostrem – ou não – seu potencial nas categorias de base até o momento final de serem avaliados para uma possível promoção ao Mundial.

Lewis Hamilton, maior vencedor da história da F1, é resultado de uma dessas academias, tendo recebido apoio da Mercedes e da McLaren desde os tempos de kart até sua chegada na F1. A aposta claramente pagou dividendos para as duas organizações, que eram sócias até 2012.

Quem talvez melhor trabalhou esse caminho nos últimos 20 anos, porém, foi a Red Bull, que organizou um programa bastante forte com pilotos em diversas categorias. O funil final para a entrada na F1 acabou deixando alguns talentos de fora, o que muitas vezes gerou críticas à administração do programa. Mas é incontestável a capacidade do time austríaco de levar pilotos até o Mundial.

Para se ter ideia, dos atuais 20 competidores da F1, seis chegaram ao campeonato pelas mãos da Red Bull: Max Verstappen, Alexander Albon, Daniel Ricciardo, Yuki Tsunoda, Pierre Gasly e Carlos Sainz. Ou seja, estamos falando de mais de um quarto do grid do campeonato.

Esse sucesso da Red Bull fez muitos times focarem um pouco mais durante a última década em seus próprios programas. A McLaren, por exemplo, tem hoje em seu cockpit Lando Norris, que chegou através de seu programa de formação. Titular da Mercedes, George Russell também ascendeu à F1 e ainda passou um tempo na Williams para ganhar experiência bancado pela marca alemã.

Alguns anos antes, a Ferrari teve seu primeiro caso com Charles Leclerc, que passou por categorias de base com suporte da marca italiana, entrou na F1 pela Sauber através de outra parceria do time de Maranello e, ao mostrar rápida adaptação, foi promovido à equipe do cavalinho rampante em 2019. Ele já tem contrato renovado até 2028, o que deve fazer dele um dos pilotos com mais tempo na equipe na história.

Algumas vezes, essa promoção acontece até de forma meio inesperada. Em 2024, foi o caso de Oliver Bearman, da Academia Ferrari, que às pressas, precisou abandonar o grid da F2 para substituir Carlos Sainz no GP da Arábia Saudita por conta de um problema de saúde do espanhol.

A boa estreia de Bearman ou a expectativa sobre o jovem Andrea Kimi Antonelli, atualmente na F2 com apoio da Mercedes, chamaram ainda mais a atenção para esses programas e quais nomes eles podem levar para a F1 nos próximos anos.

É importante lembrar que para um piloto poder estrear no Mundial, além de mostrar perícia, ele precisa acumular resultados nas categorias de base que lhe garantam o direito de requisitar sua Superlicença. Já explicamos como esse processo funciona neste vídeo abaixo:

O Projeto Motor vai listar agora os pilotos que estão nos programas de desenvolvimento de cada equipe da F1. Atualmente, a única que não investe em nenhum competidor júnior é a Haas.

Red Bull/RB

Segundo o próprio site oficial da empresa, a Red Bull possui hoje 10 pilotos em seu programa júnior que estão espalhados por cinco categorias diferentes.

Se você acompanha noticiário da F1, vai notar a falta na lista de Liam Lawson, neozelandês que estreou na F1 em 2023 substituindo o contundido Daniel Ricciardo enquanto também competia na Super Fórmula Japonesa.

O piloto de 22 anos tem contrato com a Red Bull, atualmente é reserva das duas equipes do grupo, mas tecnicamente não é considerado mais do time júnior, que forma jovens talentos. Mas não se esqueça dele, já que ele teoricamente permanece como o primeiro da fila para assumir um dos carros da RB (time B do grupo na F1) quando a vaga aparecer.

O piloto mais experiente do programa da empresa austríaca depois de Lawson é Ayumu Iwasa. O japonês de 22 anos está hoje na Super Fórmula Japonesa, mas não por uma ligação com seu país natal, e sim por ser um destino tradicional dos pilotos da Red Bull que se formam na F2, mas ainda não têm espaço na F1. Inclusive, é o caso do próprio Lawson.

Iwasa foi campeão da F4 Francesa em 2020, passou sem muito brilho pela F3 em 2021, mas fez duas campanhas consistentes na F2 nos dois anos seguintes, terminando em quinto em 22 e quarto em 23.

No atual campeonato da F2, a Red Bull tem dois representantes, ambos competindo pela equipe Campos. O francês Isack Hadjar, de 19 anos, já está em sua segunda temporada na categoria. Em 2023, ele terminou em 14º. Em seu currículo, Hadjar ainda carrega um terceiro lugar na F4 Francesa de 2020, quinto na Freca (F-Regional Europeia Alpine, ex-F3 Europeia) de 21 e quarto da FIA F3 de 22.

Seu companheiro é Pepe Martí. O espanhol de 18 anos faz sua estreia na F2 em 2024, vindo de um quinto lugar na FIA F3 de 23. Antes disso, ele também terminou na terceira posição na F4 Espanhola de 21.

O esquadrão da Red Bull na FIA F3 tem quatro pilotos. Os alemães Tim Tramnitz e Oliver Goethe, ambos de 19 anos, o polonês Kacper Sztuka, de 18, e o britânico de Arvid Lindblad, 16. Nas categorias de F4, o representante taurino é o francês Enzo Deligny, de 15 anos.

A Red Bull não coloca suas pilotas da F1 Academy (categoria feminina em que todas as equipes passaram a patrocinar alguma competidora em 2024) na lista oficial de sua equipe júnior, apesar de afirmar em seu site que elas competem sob o guarda-chuva do programa.

Nesta série, competem pelas bandeiras da empresa as irmãs emiradenses Hamda Al Qubaisi, de 21 anos, com experiência nas F4 Italiana e Alemã além da Freca, e Amna Al Qubaisi, de 24, que também tem oficialmente o posto de pilota reserva da RB na F1. O time é completado pela holandesa Emily de Heus, também de 21, com passagens pela F4 Espanhola e W Series.

Mercedes

Assim como a Red Bull, a Mercedes possui dois pilotos reservas em seu time na F1 que não são considerados parte de seu programa de formação. O primeiro é Mick Schumacher, que realmente não teve suporte da marca até chegar à F1. Aliás, o alemão era parte da Academia Ferrari em seu período na base e depois como titular na Haas.

Frederik Vesti, porém, é um caso mais parecido com o de Lawson. O dinamarquês de 22 anos entrou para o time júnior da Mercedes em janeiro de 2021, pouco mais de um ano depois de ser campeão da Freca. Com o suporte da marca alemã, ele foi quarto lugar da FIA F3 daquele ano e depois cumpriu duas temporadas na F2, terminando com o vice de 23.

A Mercedes preferiu mantê-lo agora como reserva do time da F1 em vez de enviá-lo para alguma outra categoria pelo mundo, como Super Fórmula, Fórmula E ou campeonatos de GT ou protótipos.

Oficialmente ainda no programa de formação, estão outros seis pilotos. O mais próximo da F1 é Andrea Kimi Antonelli que está em sua primeira temporada na F2 apesar de ter apenas 17 anos e que tem criado bastante expectativa.

Andrea Kimi Antonelli, do programa da Mercedes, é considerado como um futuro F1 em pouco tempo
Andrea Kimi Antonelli, do programa da Mercedes, é considerado como um futuro F1 em pouco tempo (Foto: Mercedes)

A carreira do italiano tem sido meteórica. Bicampeão europeu de kart em 2020 e 21, ele levantou as taças das F4 Italianas e Alemã, as duas principais competições da série na atualidade, em 2022. No ano seguinte, também foi campeão da Freca. Esse desempenho empolgou a Mercedes, que resolveu impulsionar seu protegido direto para a F2 em 2024, pulando a F3.

Aos 20 anos, Doriane Pin é a representante da Mercedes na F1 Academy. A francesa subiu do kart com bons resultados em seu país e surpreendeu em competições de GT e protótipos (incluindo no WEC) entre 2021 e 23. Ela chamou a atenção da Mercedes que resolveu investir na pilota na competição feminina de monopostos paralelamente à participação dela no WEC e IMSA.

Anda participam do programa da marca alemã no nível da F4 o chinês Yuanpu Cui e o britânico Alex Powell, ambos na F4, e no kart, o britânico Kenzo Craigie, de 14, e a espanhola Luna Fluxa, de 13.

Ferrari

Assim como suas rivais, a Ferrari também tem entre seus pilotos reservas um jovem que participou do seu programa de formação. Robert Shwartzman, de 24 anos, foi campeão da FIA F3 em 2019 e vice da F2 em 21. Mesmo fazendo todo esse caminho, ele nunca conseguiu um espaço na F1, apesar do apoio do time de Maranello.

Hoje, o israelense compete no WEC pela equipe oficial da Ferrari na classe Hipercarros. E pela chance concedida a Bearman no último GP da Arábia Saudita, difícil acreditar que ele ainda esteja nos planos da marca italiana.

Oficialmente, Bearman é tanto um dos pilotos reservas e de desenvolvimento da Ferrari na F1 como parte da Academia de jovens talentos. Campeão das F4 Italiana e Alemã de 2021, ele foi terceiro colocado na FIA F3 em 22 e sexto em sua temporada de estreia na F2 no ano seguinte.

Em 24, o britânico de 18 anos segue na categoria de base (a mais próxima da F1), mas com a boa repercussão de seu sétimo lugar em Jeddah sem sequer participar dos treinos livres de sexta-feira, seu nome já vem sendo bastante comentado para uma possível vaga no Mundial em 25. Histórica parceira da Ferrari, a Haas, que nem possui programa de jovens pilotos, poderia ser seu destino para esse passo.

A Ferrari também tem como representante o sueco Dino Beganovic, de 20 anos, campeão da Freca de 22 e que está em sua segunda temporada na FIA F3.

O brasileiro Rafael Câmara, de 18 anos, é outro integrante da Academia da empresa. Após uma carreira com resultados promissores no kart, incluindo um vice-campeonato mundial, o pernambucano estreou nos carros em 2021 quando terminou em terceiro nas F4 Italiana e Alemã.

O brasileiro Rafael Câmara recebe suporte da Academia Ferrari nas categorias de base
O brasileiro Rafael Câmara recebe suporte da Academia Ferrari nas categorias de base (Foto: Ferrari)

Em 2024, Câmara faz sua segunda temporada na Freca, campeonato em que terminou em quinto em 23 e que tem a companhia de outro piloto da Academia Ferrari, Tuukka Taponen, de 17 anos. Este ano, eles já se enfrentaram na F-Regional do Oriente Médio, em que o finlandês levou a melhor e conquistou o título.

Duas mulheres também fazem parte oficialmente do programa. A brasileira Aurélia Nobels, de 17 anos, que entre 2022 e 23 já competiu nas F4 Brasileira, Dinamarquesa, Italiana e Europeia, e entrou na Academia através na competição “Girls on Track”, realizada em parceria com a FIA.

Em 2024, ela ganhou a chance de correr na F1 Academy ao lado de outra vencedora do Girls on Track, a espanhola Maya Weug, de 19 anos, que chega com um pouco mais de experiência após uma temporada a mais no automobilismo e a participação na Freca em 23.

McLaren

Depois de anos apoiando jovens pilotos até a F1 como Lewis Hamilton, Kevin Magnussen, Stoffel Vandoorne e Lando Norris, entre outros participantes, o programa de desenvolvimento de pilotos da McLaren chegou a ser desativado em 2019.

Em 2023, a equipe resolveu dar uma nova estrutura para a iniciativa, que passou a ser dirigida pelo ex-piloto Emanuele Pirro. O competidor mais experiente a entrar no programa foi o mexicano Pato O’Ward, de 24 anos, que já está ligado ao time desde 2020 pela operação na Indy da marca britânica. Neste período, ele também recebeu algumas chances de testes e treinos livres na F1.

Apesar de também não ser um piloto em formação, oficialmente, o japonês Ryo Hirakawa, de 30 anos, faz parte da academia. Ele compete atualmente no WEC pela Toyota e tem o papel de piloto reserva na McLaren.

Entre as reais promessas que estão sendo treinadas para o futuro, o primeiro piloto da lista é o brasileiro Gabriel Bortoleto, de 19 anos, campeão da FIA F3 de 2023 e que nesta temporada está competindo na F2.

O time ainda tem em seu guarda-chuva a filipina Bianca Bustamante, de 19 anos, que realiza sua segunda temporada na F1 Academy, e o americano Ugo Ugochukwu, campeão da F4 Europeia de 2023 e que compete na F3 Britânica em 24.

Alpine

A Alpine tem um dos programas mais tradicionais de formação de pilotos, que remete às várias encarnações da Renault na F1 desde o final dos anos 70. Atualmente, são dez pilotos na academia da marca francesa em competições de carros, seis no kart, e isso sem contar o patrocínio da empresa para categorias de base como F4 Francesa e a Freca.

Alpine, do Grupo Renault, tem tradição e uma longa lista de nomes em seu programa de formação de pilotos para a F1
Alpine, do Grupo Renault, tem tradição e uma longa lista de nomes em seu programa de formação de pilotos para a F1 (Foto: Alpine)

Filho de Mick Doohan, pentacampeão da MotoGP, Jack, de 21 anos, é o mais experiente. Depois do vice-campeonato da FIA F3 de 2021 e o terceiro da F2 em 2023, o australiano é hoje piloto reserva da Alpine na F1.

No atual grid da F2, a Alpine conta com dois representantes. O francês Victor Martins, de 22 anos, foi campeão mundial de kart de 2016, da F-Renault Europeia de 20, FIA F3 de 22 e quinto na sua estreia na F2 em 23. O indiano Kush Maini, de 23 anos, chegou ao programa apenas no ano passado e tem como principal resultado na carreira o vice-campeonato na F3 Britânica de 20.

Na FIA F3, a marca apoia mais três pilotos. A alemã Sophia Florsch, de 23 anos, tem um currículo extenso de participações não só em monopostos, mas também em GTs e protótipos do WEC. O búlgaro Nikola Tsolov, de 17, tem como principal resultado o título da F4 Espanhola de 22 enquanto o italiano Gabriele Minì, de 19, foi campeão da F4 Italiana de 20, e vice da Freca em 22.

Na faixa da F4, o brasileiro Matheus Ferreira, de 17 anos, é uma das apostas da Alpine. O piloto de Brasília faz em 2024 apenas sua segunda temporada em carros, em que irá focar nos campeonatos alemão e europeu da categoria. Ao seu lado, ele terá o japonês Kean Nakamura-Berta, de 16 anos, campeão europeu de kart de 22.

A Academia da marca ainda conta com o italiano Nicola Lacorte, de 16 anos, que irá competir na Freca, e a inglesa Abbi Pulling, de 21, que correrá na F1 Academy e na F4 Britânica em 2024.

Aston Martin

A Aston Martin iniciou seu programa de desenvolvimento de jovens pilotos em novembro de 2021 com a contratação do então campeão da F2, o brasileiro Felipe Drugovich. Desde então, o paranaense de 23 anos tem participado de testes, sessões especiais com carros de duas temporadas atrás da F1 (único tipo autorizado pela FIA para treinos particulares) e treinos livres.

Em 2024, Drugovich passou a ter a companhia no programa de Jak Crawford, americano de 18 anos que, mesmo sem muito destaque, passou por toda a escada da base da F1 com passagens pelas F4 Italiana e Alemã, FIA F3 e agora na F2.

A marca inglesa também tem em sua estrutura a suíça Tina Hausmann, de 17 anos, que após competir nas F4 Italiana e Europeia em 2023, está agora na F1 Academy.  

Campeão da F2, o brasileiro Felipe Drugovich passa atualmente por uma programação específica para ganhar quilometragem com o carro de F1 da Aston Martin
Campeão da F2, o brasileiro Felipe Drugovich passa atualmente por uma programação específica para ganhar quilometragem com o carro de F1 da Aston Martin (Foto: Zak Mauger/Aston Martin)

Sauber

Mesmo correndo sob a bandeira da Alfa Romeo na F1 nos últimos anos, a Sauber lançou o seu programa de desenvolvimento em 2020. É preciso ainda entender o que irá acontecer com a academia agora que a organização foi comprada pela Audi, que já manteve estruturas do tipo focadas em outras categorias em que competia como Fórmula E, GTs e WEC.

Atualmente, o piloto mais experiente da Academia Sauber é Théo Pourchaire. O francês de 20 anos tem no currículo o título da F4 Alemã de 2019, vice da FIA F3 de 20, e segundo lugar e o título da F2 em 22 e 23, respectivamente. Em 24, ele irá competir na Super Fórmula Japonesa.

Em 2024, o representante do time na F2 é Zane Maloney, de 20 anos. O piloto de Barbados foi campeão da F4 Britânica de 2020 e vice da FIA F3 de 2022.

A alemã Carrie Schreiner, de 25 anos, é quem recebe suporte da Sauber na F1 Academy em 2024. No ano passado, o time também teve na categoria a suíça Léna Buhler, de 26, mas resolveu coloca-la para competir na Freca nesta temporada.

Por fim, a Academia Sauber também apoia o alemão Taym Saleh de 14 anos, que ainda segue nas competições de kart em 2024.

Williams

O tradicional time britânico é outro que possui uma extensa lista de nomes em sua Academia com oito pilotos espalhados por diversas categorias do mundo.

Jamie Chadwick está no programa desde 2019, período em que conquistou o tricampeonato da W Series, quarto lugar na F3 Asiática e sétimo da Freca. Em 2024, ele compete, com apoio da Williams, pela segunda vez na Indy NXT, categoria de base da Indy.

Na F1 Academy desta temporada, o time optou por apoiar a americana Lia Block, de 17 anos, filha do famoso piloto de rali Ken Block, e que já competiu na Extreme E em 23.

Na F2, os representantes da equipe são o britânico Zak O’Sullivan, de 19 anos, campeão da F3 Britânica de 2021, e vice da FIA F3 de 23, e o argentino Franco Colapinto, 20 anos, campeão da F4 Espanhola de 19, e quarto na FIA F3 de 23.

O britânico Luke Browning, de 22 anos, compete em 2024 na FIA F3. Ele tem no currículo os títulos da F4 e F3 Britânicas de 20 e 22, respectivamente, além da vitória no tradicional GP de Macau de F3 de 23.

Campeão da F4 Francesa de 2022, Alessandro Giusti, de 17 anos, recebe o apoio da Williams para competir na Freca em 24. No kart, a academia do time ainda tem o ucraniano Oleksandr Bondarev e a japonesa Sara Matsui, ambos de 14 anos.

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