Grandes atuações pouco lembradas de Senna | 10+ Projeto Motor
Quando se fala em Ayrton Senna, sempre se fala de como o piloto era espetacular e conquistou vitórias incríveis e memoráveis. Só que muitas das pessoas acabam se lembrando quase sempre dos mesmos exemplos.
Os casos de Interlagos em 1991 e 93, Donington Park em 1993 e Suzuka em 1998 são especialmente os mais lembrados pelos fãs. Por outro lado, algumas corridas até mais incríveis de Senna são esquecidas.
Justamente por isso o Projeto Motor resolveu relembrar 10 grandes momentos do tricampeão brasileiro que nem sempre são colocados entre as maiores atuações de sua rica carreira. Veja quais são:
10 – GP do Canadá de 1988
Equipe-Motor: McLaren-Honda
Grid: 1º
Resultado: 1º
Tratava-se de uma corrida importante para as pretensões de Senna no campeonato, já que, pouco antes, Alain Prost havia emendado duas vitórias consecutivas.
O brasileiro, pole position, perdeu a ponta na largada, mas seguiu no encalço do francês de olho em uma oportunidade de retomar a liderança. A manobra decisiva veio na volta 19, com uma ultrapassagem limpa no hairpin.
Dali em diante, Senna mostrou ritmo de corrida superior e venceu confortavelmente. Era a recuperação definitiva do futuro tricampeão após o erro de Mônaco, duas provas antes.
9 – GP de San Marino de 1985
Equipe-Motor: Lotus-Renault
Grid: 1º
Resultado: abandono
Duas semanas depois de conquistar sua primeira vitória na F1, Senna chegou a Ímola disposto a repetir a dose. O piloto da Lotus conquistou a pole position e vinha na liderança do começo ao fim, inclusive sobrevivendo à pressão de Elio de Angelis, seu companheiro de equipe, e de Prost.
No entanto, a quatro voltas do fim, quando parecia encaminhado ao triunfo, Senna abandonou a prova com uma pane seca. O gosto foi amargo, mas o brasileiro mostrava que, de fato, havia chegado para ficar no pelotão da frente.
8 – GP do México de 1989
Equipe-Motor: McLaren-Honda
Grid: 1º
Resultado: 1º
Na corrida em que igualou o recorde de pole positions que pertencia a Jim Clark, com 33, Senna fez uma apresentação completa. Além da velocidade costumeira, o campeão mundial mostrou um ritmo sólido e inteligência estratégica para vencer pela terceira vez seguida.
Uma escolha certa de pneus fez com que o brasileiro conseguisse completar a prova sem precisar fazer pitstops, enquanto que Prost sofreu e terminou apenas em quinto.
7 – GP da Inglaterra de 1988
Equipe-Motor: McLaren-Honda
Grid: 3º
Resultado: 1º
Essa foi mais uma prova que evidenciou a diferença de intimidade com o molhado entre Senna e Prost. Na única vez em que as McLaren ficaram de fora da primeira fila em 88, o brasileiro se livrou de Gerhard Berger e Michele Alboreto, ambos da Ferrari, para cravar uma dominante vitória em Silverstone.
Já o francês se atrapalhou, mostrou pilotagem pífia e abandonou as ações simplesmente porque não queria continuar na prova. Foi um resultado que deu um estímulo importante na luta pelo título.
6 – GP da Bélgica de 1985
Equipe-Motor: Lotus-Renault
Grid: 2º
Resultado: 1º
Mais um daqueles dias que Senna mostrou que era um piloto muito acima da média na pista molhada. A chuva caiu no domingo em Spa, mas parou pouco antes da corrida.
Na largada, a pista ainda estava úmida e os pilotos largaram com pneus de chuva. Senna tomou a frente e escapou na frente. Aos poucos, o traçado secou e Prost buscou o brasileiro. Quase todo mundo chegou a parar para os slick. Só que uma nova precipitação molhou o circuito e Senna voltou a sobrar na pista.
Vitória com 28 segundos de vantagem para o segundo, Mansell. A segunda da carreira do paulistano.
5 – GP da Hungria de 1991
Equipe-Motor: McLaren-Honda
Grid: 1º
Resultado: 1º
Era um momento crítico para Senna no campeonato. Ele vinha de ter marcado 11 pontos nas 5 corridas anteriores contra 37 de Mansell. A diferença na classificação estava em apenas em 8. Sob pressão, a McLaren fez um grande esforço para atualizar o carro.
O brasileiro marcou a pole com 1s2 de vantagem para as Williams. Na largada, Patrese pulou bem, mas Senna fez uma manobra agressiva na freada para a curva 1 e manteve a ponta. O italiano e Mansell mostraram que em ritmo de corrida seguiam com m carro melhor, e pressionaram o piloto da McLaren o tempo inteiro.
Senna, no entanto, soube se defender, aproveitando o traçado sinuoso, e segurou os dois rivais até a bandeira de chegada.
4 – GP do Japão de 1993
Equipe-Motor: McLaren-Ford
Grid: 2º
Resultado: 1º
O campeonato já tinha sido decidido em favor de Prost, que também anunciou a aposentadoria. Senna também confirmou que estava de saída da McLaren para a Williams.
O brasileiro, que vinha de uma sequência de oito corridas fora do pódio, voltou a mostrar seu talento em uma bela briga com o eterno rival. Ele encarou bem o francês da Williams enquanto a pista esteve seca e, claro, quando a chuva veio, sobrou na frente. O domingo ainda ficou marcado por uma famosa discussão que ele teve com o estreante Eddie Irvine.
3 – GP de Portugal de 1984
Equipe-Motor: Toleman-Hart
Grid: 3º
Resultado: 3º
Mais uma demonstração de talento do jovem Senna, que se despedia da Toleman naquela etapa de encerramento de 84. Mesmo na pista seca, ele posicionou seu carro na terceira posição no grid e se manteve entre os quatro primeiros durante toda a prova, apesar do motor mais fraco que os principais adversários em um circuito com longos trechos de aceleração.
No final, ele recebeu a bandeira quadriculada em um impressionante terceiro lugar, fechando a sua temporada de estreia com três pódios.
2 – GP da Austrália de 1993
Equipe-Motor: McLaren-Ford Cosworth
Grid: 1º
Resultado: 1º
Tudo bem que, com os campeonatos de pilotos e construtores já definidos, o clima era de “fim de feira”, mas ainda assim é espantoso ver como Senna dominou o fim de semana do GP da Austrália de 93.
Primeiro veio a inesperada pole no sábado, numa saída em que a McLaren havia errado o cálculo do combustível e o brasileiro, ignorando os apelos para voltar aos boxes, registrou uma de suas conhecidas voltas voadoras.
Depois, a irrepreensível vitória, praticamente de ponta a ponta, sem tomar conhecimento das poderosas Williams. No pódio, os eternos rivais Senna e Prost selaram publicamente as pazes.
1 – GP da Espanha de 1986
Equipe-Motor: Lotus-Renault
Grid: 1º
Resultado: 1º
Uma atuação de gente grande marcou o primeiro triunfo do ás paulistano sobre pista seca. Largando do posto de honra na grelha (conforme lhe era habitual naquela estação), Senna acabou superado por Nigel Mansell na 40ª passagem da prova, mas soube poupar pneus para dar o troco sobre o “Leão” 22 giros mais tarde.
Desesperado com a perda de desempenho, o bretão procurou os boxes para colocar calçados novos e regressou à pista voando. Em 10 voltas a vantagem de 20 segundos desaparecera, mas Ayrton segurou a onda e protagonizou uma das chegadas mais famosas da história, garantindo o lugar mais alto do pódio por meros 14 milésimos.
Comentários