Pace e Alesi foram pilotos que a F1 esperava mais do que apenas uma vitória

Os melhores pilotos com apenas uma vitória na F1 | 10+ Projeto Motor #10

Chegar à F1 talvez seja o exercício mais difícil para um automobilista. Formar uma carreira sólida nela é para poucos. Vencer, então, certamente necessita um esforço hercúleo, ao qual poucos estão preparados e dignos de alcançar. Sempre lembramos os grandes gênios que conquistaram numerosos troféus e títulos, mas houve também quem desse contribuições mais singelas à história do esporte. São esses que o Projeto Motor pretende homenagear neste artigo.

Listamos abaixo aqueles que, para nosso comitê editorial, são os dez ases mais talentosos a terem registrado uma única e solitária vitória em um GP oficial. Volantes que, por uma razão ou outra, não puderam ser maiores do que suas estatísticas permitiram, porém provaram habilidade em situações vividas na própria F1 ou em outras séries. Sem mais delongas, segue o nosso 10+ de número 10:

10 – JARNO TRULLI

GPs: 256 (1997-2011)
Equipes: Minardi, Prost, Jordan, Renault, Toyota e Lotus
Vitória: GP de Mônaco de 2004

Jarno Trulli celebra sua única vitória na F1 no GP de Mônaco de 2004
Jarno Trulli celebra sua única vitória na F1 no GP de Mônaco de 2004 (Foto: Renault Sport)

Ainda nos primeiros meses de Minardi, muito já se esperava de Jarno Trulli. Campeão mundial de kart, o italiano entrou na F1 com o currículo de ter sido veloz em todas as categorias pelas quais passou, com enorme tino para a vitória. Na classe-mãe, este potencial não se concretizou. Mas Trulli deixou um magnum opus: o GP de Mônaco de 2004, onde confirmou inesperada pole position e liderou todas as voltas do páreo, à frente de gente do calibre de Michael Schumacher e Fernando Alonso.

9 – INNES IRELAND

GPs: 53 (1959-1966)
Equipes: Lotus, BRP, Reg Parnell e White
Vitória: GP dos Estados Unidos de 1961

Innes Ireland, pela Lotus, em 1960

Tudo na F1 é questão de timing. Este foi o problema de Innes Ireland: piloto veloz, porém de índole turbulenta, seu grande pulo seria em 1962, quando lhe foi oferecida uma vaga na BRM ao lado de Graham Hill. Em vez disso, Ireland se juntou à pouco competitiva BRP, em nome de promessa feita a Alfred Moss. Assim, sua única vitória na F1 foi curiosamente sua última corrida pela Lotus, o GP dos EUA de 1961. Mas Ireland poderia ter feito mais.

8 – ALESSANDRO NANNINI

GPs: 78 (1986-1990)
Equipes: Minardi e Benetton
Vitória: GP do Japão de 1989

Auge de Nannini na F1 foi pela equipe Benetton

O italiano Alessandro Nannini venceu na F1 graças à famigerada desclassificação de Ayrton Senna em Suzuka-89. Mas Nannini foi mais que isso: fez jogo duro para Nelson Piquet na Benetton em 1990 e, por pouco, não superou Senna em Hockenheim, no mesmo ano. Infelizmente a carreira de “Sandro” foi encurtada por conta de um acidente de helicóptero, justamente no auge da carreira.

7 – FRANÇOIS CEVERT
GPs: 
46 (1970-1973)
Equipe: Tyrrell
Vitória:
 GP dos Estados Unidos de 1971

O galã François Cevert sofreu um acidente fatal quando estava prestes a se tornar piloto principal da Tyrrell

Por toda sua carreira na F1 Cevert serviu de escudeiro de Jackie Stewart na Tyrrell. O francês viu de perto a conquista de dois títulos do escocês e obteve 13 pódios, um terceiro lugar no campeonato de 71 e uma vitória em Watkins Glen. Com a aposentadoria de Stewart, esperava-se que François enfim pusesse em prática o que aprendeu com o amigo. Tudo foi interrompido de maneira trágica ainda no fim de 73, com um acidente brutal que tirou a vida de Cevert no mesmo autódromo em que triunfou na F1.

6 – ROBERT KUBICA

GPs: 76 (2006 a 2010)
Equipes: BMW, Renault
Vitória: GP do Canadá de 2008

Acidente em rali impediu da F1 ver o potencial total de Kubica
Acidente em rali impediu da F1 ver o potencial total de Kubica (Foto: BMW AG)

Kubica despontou como fenômeno na temporada de 2006, inclusive conquistando um pódio logo em sua terceira corrida, em Monza. Em 2008, fez uma campanha altamente competitiva com a BMW, com uma simbólica vitória no Canadá (onde havia sofrido um grave acidente no ano anterior). Ali, parecia que era mera questão de tempo até Kubica “explodir” de vez. No entanto, a carreira do polonês na F1 chegou a um fim prematuro com um grave acidente de rali no início de 2011.

5 – JOSÉ CARLOS PACE

GPs: 72 (1972-1977)
Equipes: Williams, Surtees, John Goldie, Brabham
Vitória: GP do Brasil de 1975

José Carlos Pace liderou uma dobradinha brasileira no GP do Brasil de 1975

Quem viu “Moco” correr na F1 garante que seus números não fazem jus ao seu potencial. O paulista chamou a atenção em sua passagem pela Brabham, especialmente em 1975, quando venceu em Interlagos em dobradinha com Emerson Fittipaldi e conquistou sua única pole position (África do Sul). A partir do ano seguinte, sofreu com os motores Alfa Romeo, mas seu talento estava intacto. Pace teve a vida interrompida de forma trágica, com um acidente de avião ainda no início de 77.

4 – JEAN ALESI

GPs: 201 (1989-2001)
Equipes: Tyrrell, Ferrari, Benetton, Sauber, Prost e Jordan
Vitória: GP do Canadá de 1995

A espera de Jean Alesi na F1 terminou no GP do Canadá de 1995
A espera de Jean Alesi na F1 terminou no GP do Canadá de 1995

Francês de família siciliana, Alesi sempre foi um piloto de muito carisma fora das pistas e de um estilo bastante agressivo dentro, o que logo chamou a atenção dos fãs. Em sua 3ª temporada, já estava na Ferrari, onde criou fortes laços. Sua vitória, muito esperada, aconteceu em uma prova maluca, em que diversos dos favoritos sofreram problemas. Sua Ferrari teve problemas na volta aos boxes e sua comemoração sobre a Benetton de Schumacher virou marca registrada.

3 – LUIGI MUSSO

GPs: 24 (1953-58)
Equipes: Maserati e Ferrari
Vitória: GP da Argentina de 1956

De personalidade forte, Musso morreu quando rivalidade interna na Ferrari se acirrou em 1958

Piloto com sucesso nas competições de carros esportivos, Musso teve uma carreira bastante regular na F1, com sete pódios, e diversas atuações de destaque. Em 57, ficou na terceira posição no Mundial, correndo pela Ferrari. Sua única vitória, na Argentina, aconteceu em dupla com Fangio, que após problemas no seu carro, pegou o do italiano na volta 29 de 98 e ganhou a prova. Ele morreu após um acidente no GP da França de 58.

2 – LUIGI FAGIOLI

GPs: 7 (1950-51)
Equipe: Alfa Romeo
Vitória: GP da França de 1951

Um dos grandes talentos dos Grand Prixs dos anos 30, Fagioli teve vitórias importantes por marcas importantes. Após a II Guerra, participou de apenas 7 provas (todas pela Alfa) no Mundial de F1, com 6 pódios. A única vitória, porém, foi após ceder seu carro para Fangio, que teve problemas com o seu (o regulamento permitia). Inconformado com a ordem do time, ele deixou a Alfa e não correu mais na F1. De qualquer maneira, é até hoje o piloto mais velho a vencer uma prova, aos 53 anos.

1 – PIERO TARUFFI

GPs: 18
Equipes: Alfa Romeo, Ferrari, Mercedes, Maserati e Vanwall
Vitória: GP da Suíça de 1952

Um imenso talento, Taruffi talvez teria mais triunfos se a F1 tivesse nascido antes

Um vencedor em duas e quatro rodas. Campeão do europeu de 500 cc e detentor do recorde de velocidade máxima de uma motocicleta (quase 280 km/h) nos anos 30, Piero Taruffi replicou todo o talento para os carros. Brilhou em subidas de montanha no pós-guerra. Na F1, venceu de ponta a ponta a rodada de abertura da temporada 1952, em Bremgarten. Largou as pistas aos 50 anos, em 57, após vencer a Mille Miglia. Um acidente vitimou 14 pessoas (três volantes e 11 espectadores) na prova e Taruffi, em luto, decidiu que “aquilo não era mais para ele”.

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