
Novato na F1 em 15, Nasr aponta desafios de Bortoleto na estreia
Em 2025, o Brasil volta a ter um representante na F1 com Gabriel Bortoleto. O piloto de 20 anos chega com o currículo de campeão da F3 e da F2 nas últimas duas temporadas.
Ele correrá pela Sauber, time que está em fase de transição para se tornar a Audi em 2026, e por isso, segue com o olhar mais no futuro. Assim, ela vem enfrentando dificuldades nos últimos tempos e terminou na última posição do campeonato de construtores em 24.
Bortoleto encerra um período importante em que o Brasil ficou sem pilotos na F1. O último representante do país a largar em GPs foi Pietro Fittipaldi, em 2020, como substituto por duas provas do lesionado Romain Grosjean na Haas.
Felipe Massa foi o último brasileiro que competiu de forma regular como titular, até 2017, quando estava na Williams, após uma longa carreira que também contou com passagens por Sauber e Ferrari, 11 vitórias e um vice-campeonato mundial.
Felipe Nasr, no entanto, foi o brasileiro mais recente a estrear como titular, em 2015. Ele competiu por duas temporadas também pela Sauber, porém, em um momento muito diferente da equipe.
Na época que entrou, o time ainda estava sob propriedade de Peter Sauber e Monisha Kaltenborn, porém, enfrentando sérias dificuldades financeiras. No ano seguinte, a dupla de dirigentes vendeu a equipe para o fundo Longbow Finance, que apesar de ter base na Suíça era liderado principalmente por empresários suecos.
Ao final de 2016, Nasr não chegou a um acordo pela renovação com o time e mudou o foco de sua carreira para o endurance, onde nos últimos anos conquistou três títulos da IMSA (campeonato americano da modalidade) e venceu por duas vezes as tradicionais 24 Horas de Daytona, como já contamos aqui no Projeto Motor.
Usando sua experiência pela passagem na F1, Nasr conversou com o Projeto Motor sobre o ambiente e principais lições que ele tirou para indicar os desafios que Bortoleto irá enfrentar neste seu primeiro ano na F1.
E avisou que, até pelo momento da Sauber, o mais importante é pontuar desde o início com a equipe os objetivos para a temporada de 2025.
“É você alinhar bem essas expectativas. A equipe vem, essa equipe que ele vai estrear, ela vem de um momento de transformação. Ela é uma equipe que ainda não performa no mais alto nível do grid. E eu digo assim nas posições lá em cima. Então alinhar expectativas dentro do time é essencial. E saber trabalhar com isso”, explicou o piloto da Penske Porsche ao Projeto Motor.
“Mas não tira o fato de ele poder entregar 100% do trabalho dele todo final de semana. Eu tenho certeza de que ele vai ter um ano de aprendizado, vai conhecer o carro, tem um companheiro de equipe [Nico Hulkenberg] forte do lado, e é entregar o trabalho dele 100% na pista e fora da pista, com os mecânicos e engenheiros, trabalhar com a fábrica”, continuou.
Confira a entrevista em vídeo no nosso Instagram.
O mundo da F1 que Bortoleto terá que se adaptar
Nasr lembrou que um dos principais impactos para um estreante na F1 como Bortoleto é a dimensão da categoria. Isso inclui os compromissos comerciais, marketing e com imprensa e principalmente pelo tamanho das equipes, que possuem uma quantidade de funcionários para diversas áreas muito acima de tudo que se vê nas categorias de base.

“É um mundo que parece que está entrando num desconhecido, porque primeiro que você vai chegar lá, você vai trabalhar com 250 pessoas, sendo que em outras categorias como F2, F3, você tem um time ali com dez, 15, 20 pessoas no máximo.”
“Então, a dimensão do trabalho já é maior. As responsabilidades são maiores, compromissos são maiores, mais quantidade, mais viagens. Então, ele tem que estar muito presente com tudo isso, saber administrar o tempo dele, energia”, alertou Nasr.
O piloto de 32 anos ainda recordou como é a sensação da primeira corrida, recordando toda a expectativa que tinha no final de semana do GP da Austrália de 2015, quando fez sua primeira corrida na F1.
“Esse momento de estreia é muito legal. Essa expectativa de estreia é muito legal. Eu lembro da minha primeira corrida na Austrália e você sabe que está vivendo um sonho, mas ao mesmo tempo é um desconhecido. Então, é uma mistura de sentimentos”, contou.
Naquela prova, Nasr terminou na quinta posição, melhor resultado em primeira corrida de um brasileiro na história.
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