(Foto: Audi)

Audi afasta rumores e oficializa aquisição total da Sauber na F1

Após meses de informações desencontradas e boatos de bastidores de que poderia estar desistindo do projeto, a Audi anunciou na última sexta-feira (09) que está não só reforçando como acelerando sua entrada na F1.

A marca comunicou que mais do que uma participação majoritária, irá comprar 100% das ações da atual Sauber, que será rebatizada de Audi F1 Team em 2026, temporada que a empresa aproveita a introdução do novo regulamento técnico e de motores para marcar sua primeira incursão no Mundial em sua história.

Apesar de já ter as indicações de forma interna nos últimos meses, a Audi também aproveitou o comunicado oficial para apontar os principais nomes que irão liderar sua equipe na F1. Oliver Hoffmann, atual chefe do departamento de desenvolvimento técnico, será o representante do Conselho da Empresa para supervisionar o projeto.

Hoffmann ainda se tornará presidente do conselho do Grupo Sauber, possui várias empresas estão passando para o guarda-chuva da Audi. Isso inclui não só as operações esportivas na F1, categorias de base e eSports, como também as fornecedoras de serviços de engenharia, consultoria e desenvolvimento para indústria, como impressoras 3D, túnel de vento, CFD e etc.

Andreas Seidl, ex-Porsche no WEC e McLaren na F1, será o CEO da equipe de corridas, ficando responsável pela implementação do projeto e toda administração da operação esportiva. O alemão, inclusive, já está trabalhando dentro da Sauber há um ano, visando a virada de proprietários e reestruturação.

Stefano Domenicali, CEO da F1, Mohammed ben Sulayem, presidente da FIA, Markus Duesmann, presidente do Conselho da Audi, e Oliver Hoffmann, membro do conselho da Audi, em anúncio da entrada da marca na F1, em 2022

A equipe de F1 da Audi seguirá sediada na atual fábrica da Sauber, em Hinwil, na Suíça, enquanto o desenvolvimento das unidades de potência já acontece em Neuburg, na Alemanha, onde a empresa conduz o desenvolvimento de suas outras operações esportivas.

Apesar de ser bastante tradicional no automobilismo, principalmente em classes GTs e esporte-protótipos, essa será a primeira vez que a Audi irá entrar na F1, o que representa um passo gigante para a marca no mundo dos monopostos. A única incursão do tipo tinha sido na Fórmula E, operação abandonada pela Audi em 2021 após sete temporadas e um título.

Transformação da Sauber em Audi

A Sauber voltou a ter seu nome no grid da F1 em 2024, de forma planejada apenas para um período de transição depois de cinco anos competindo sob a bandeira da Alfa Romeo, que era uma patrocinadora que não tinha influência na operação.

Passando agora para as mãos da Audi como uma operação de fábrica e melhor estruturada, a Sauber volta a ums situação que já aconteceu por diversas vezes em sua história. Antes mesmo da entrada na F1, o time competia no endurance com uma relação técnico-comercial bastante próxima com a Mercedes. (https://projetomotor.com.br/historia-sauber-f1-mercedes-alfa-romeo-audi/)

Essa ligação, inclusive, que fez a equipe entrar na F1. A Mercedes, que estava de olho em uma entrada gradativa no Mundial, estimulou e a Sauber e financiou o desenvolvimento dos motores Ilmor, que seriam usados pela equipe em sua primeira temporada, em 1993.

No ano seguinte, a Mercedes entrou oficialmente como parceira do time, mas o cenário durou apenas uma temporada, já que em 95, a companhia alemã resolveu se associar à McLaren, de quem chegou até mesmo adquirir participação societária até a formação de sua própria equipe, em 2010. Isso obrigou a Sauber a seguir de forma independente na F1 por quase dez anos.

Em 2006, o time voltou a ser uma operação oficial de uma marca automotiva, dessa vez comprado pela BMW, que assumiu parte majoritária e encampou toda sua estrutura na fábrica da equipe enquanto produzia seus motores na Alemanha.

Foi neste período que a escuderia de Hinwil venceu uma corrida, o GP do Canadá de 2008 com Robert Kubica, e fez boas campanhas como o vice-campeonato de construtores de 2007 e o terceiro de 2008. Porém, ao final de 2009, seguindo a grande crise da indústria automobilística que afastou diversas marcas da F1, a BMW resolveu abandonar de novo a categoria e a Sauber se tornou mais uma vez independente.

A equipe entrou em modo de sobrevivência que perdurou por anos até que o fundador Peter Sauber conseguisse encontrar um novo comprador para a equipe, um fundo de investimento que queria aproveitar o know-how da F1 para crescer no mercado de serviços para indústria automobilística e aeroespacial.

Durante o período, também foi fechado um acordo comercial para levar o nome da Alfa Romeo, o que garantiu a saúde financeira da equipe de competições, apesar de trazer poucas vantagens técnicas.

Com a chegada da Audi, o nome Sauber volta a sumir do grid, mas a operação suíça ganha um novo fôlego pelo formato de equipe de fábrica e pelas intenções de crescimento e desenvolvimento da marca dentro da F1.

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