Felipe Drugovich fez seu primeiro teste em um F1 pela Aston Martin
(Foto: AMR)

Simulador e reuniões: Drugovich explica preparação para 1º teste com F1

Felipe Drugovich já iniciou as atividades com a Aston Martin, equipe da F1 com a qual assinou para entrar no programa de formação após seu título na F2, em setembro. O brasileiro passou os últimos meses acompanhando o trabalho do time nos GPs, na fábrica e realizou um primeiro teste com um carro de 2021.

Todo esse processo é uma preparação para o que vai acontecer nas próximas semanas, em que ele vai participar de um treino livre no GP de Abu Dhabi e participar do teste oficial da F1 para pilotos novatos, também na pista do emirado, desta vez com o modelo de 2022.

Ao contrário de vários outros pilotos da base, a espera de Drugovich para andar em um carro de F1 foi um pouco maior e vem apenas agora, após ele já ter conquistado o principal título da base. Isso aconteceu principalmente pelo fato dele nunca ter participado de nenhuma academia das equipes do Mundial antes.

Durante o GP de São Paulo, o Projeto Motor conversou com Drugovich para entender como foi a preparação do piloto para pilotar pela primeira vez um carro de F1 após tantos anos de espera.

O paranaense explicou que antes do teste realizado com o AMR21 em Silverstone, ele passou cinco dias na sede da equipe realizando trabalho no simulador e em reuniões com os engenheiros para aprender o básico do carro e todos os recursos que ele precisa aprender a utilizar para tirar todo o desempenho possível de um F1.

Drugovich conversa com integrante da equipe Aston Martin durante teste em Silverstone
Drugovich conversa com integrante da equipe Aston Martin durante teste em Silverstone (Foto: AMR)

“Muito simulador. Simulador hoje em dia é crucial para você aprender os procedimentos. Só o volante precisa de um manual inteiro para você entender. Várias reuniões com a equipe. Eu tinha ido para Austin com a equipe, isso me deu uma base muito boa. Mesmo que o carro fosse o de 2022 em Austin e eu andei com o de 21, mas os procedimentos são os mesmos, o jeito que eles tratam os pneus é muito parecido. E me preparei o melhor possível com a equipe. Passei alguns dias lá”, disse o piloto.

Drugovich afirmou que o aprendizado no simulador é importante não apenas para conhecer as reações que ele iria enfrentar com o carro na pista, mas para se habituar com as várias ferramentas que o monoposto da F1 possui, que vão muito além do que ele tinha na F2.

“Desde como você liga o carro, faz funcionar tudo, até as funções que você tem no volante para compensar algum erro de balanço que o carro tem, se o balanço está um pouco errado, se você quer o carro mais traseiro, dianteiro… Na F1 você tem essa ferramenta. Aliás, essas ferramentas. Tem muitas ferramentas”, contou.

A primeira experiência de pista de Drugovich

O primeiro teste de Drugovich com um carro de F1 aconteceu no início de novembro, em Silverstone, com um modelo de 2021, por questões de limitação do regulamento, que limita os treinos com o carro atual.

Mesmo assim, a experiência serviu para o início da preparação do piloto brasileiro para os próximos passos com a Aston Martin ainda em 2022 e depois para sua função de reserva e testes de simulador em 23.

Drugovich contou ao Projeto Motor que adaptado às várias ferramentas de desempenho do carro, o que mais chama a atenção é a pressão aerodinâmica que o F1 gera, principalmente nas curvas de média e alta. Mas que após o impacto inicial, ele não viu muitas diferentes no estilo de pilotagem em relação ao F2.

Drugovich completou 300 km de testes com o modelo Aston Martin AMR21 em Silverstone
Drugovich completou 300 km de testes com o modelo Aston Martin AMR21 em Silverstone (Foto: AMR)

“Primeiramente, passou um filme na cabeça. Você passa a vida inteira buscando sentar em um carro de F1. É uma coisa incrível. E depois, fiquei surpreso com a quantidade de downforce que o carro tem. Não esperava… Bem, esperava, lógico. Mas não sabia como ia agir no corpo e tudo mais. É uma coisa absurda”, relembrou.

“Curva de baixa achei até parecido [com F2]. Lógico que foi um dia com a pista molhada e tal, então, não é 100% representativo para um final de semana de corrida. Mas só de sentir o downforce que o carro tem é uma coisa absurda. Fora do normal”, continuou.

O treino foi realizado com algumas limitações no mapa do motor e na potência da unidade de potência, além da utilização de pneus ainda da versão de 2021. Porém, já foi um belo aperitivo antes dele pode andar com o carro de 2022 em Yas Marina nos próximos dias.

“Os 300 quilômetros que eu fiz lá, foram muitas voltas de instalação, então, a gente andou relativamente pouco. E foram poucas voltas no seco e com carro diferente também. Depois de Abu Dhabi, um treino livre e o dia de treino de terça-feira, já vou me sentir bem mais confortável com o carro.”

Teste em Silverstone foi a primeira experiência de Drugovich com carro de F1 em sua carreira (Foto: AMR)

Após ficar como observador em Interlagos, Drugovich terá dias bastante intensos. Durante o GP de Abu Dhabi, ele participa da etapa final da temporada da F2, da qual ele já é campeão antecipado, do primeiro treino livre da F1. Depois, na terça-feira (22), ele realiza pela Aston Martin o teste pós-temporada de pilotos novatos.

Em 2022, ele vai dividir a função de piloto de testes e reserva da equipe inglesa com o belga Stefan Vandoorne. Os titulares do time serão Fernando Alonso e Lance Stroll.

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