WEC e IMSA cada vez mais próximas

IMSA E WEC: como duas gigantes do endurance planejam se aproximar

Nos últimos anos, o WEC (Mundial de Endurance) e a IMSA (Associação Internacional de Esporte a Motor, que regulamenta o principal campeonato de endurance na América do Norte) têm se aproximado para tentar deixar a modalidade mais forte.

A ideia é que cada uma siga com sua vida de forma independente, mas que com uma regulamento técnico igual ou mais próximo, que permita carros competirem nos dois campeonatos, se aumente a quantidade de montadoras e equipes com capacidade de estarem no endurance no geral. Além disso, o mercado de fabricação de modelos, sejam GTs ou protótipos, também ganha mais espaço.

Aqui no Projeto Motor já contamos um pouco da história dessa convergência e na série “WEC em 5 minutos”, no nosso canal no YouTube, falamos da história e raízes do WEC. Vale agora também contarmos um pouco sobre a IMSA, campeonato que voltou com força na última década.

A história da IMSA

A versão atual da IMSA começou em 2014, após a fusão da American Le Mans Series e a Grand-Am, duas competições de endurance. Mas esse campeonato tem uma tradição muito antiga, com suas raízes lá em 1969. A categoria cresceu bastante durante os anos 70 e 80, se tornando uma das mais populares da América do Norte, com provas em circuitos mistos nos Estados Unidos e Canadá, e usando GTs e protótipos. 

Nos anos 90, porém, assim como o Mundial de Marcas, a IMSA também começou a enfrentar problemas e foi vendida diversas vezes, mas sem conseguir recuperar seu bom momento. A volta em grande estilo aconteceu apenas 2014, com a fusão que já citamos, e passando a ser de propriedade da Nascar. Entre suas provas mais importantes, estão as 24 Horas de Daytona, as 12 Horas de Sebring e a Petit Le Mans, realizada no circuito de Road Atlanta. 

Por coincidência ou não, essa volta se deu justamente em um momento de recuperação do endurance como um todo, apenas dois anos depois do ressurgimento do Mundial de Endurance. E as duas categorias, mesmo com conceitos bastante diferentes, começaram a conversar.

A IMSA não adotou o regulamento LMP1 em suas provas por considerar muito caro. Mas manteve os LMP2, os mesmos do WEC, competindo com seus DPi na classe principal. A partir de 2017, no entanto, aconteceu uma mudança de caminho importante na IMSA que anos mais tarde também teria uma forte influência no WEC. A categoria norte-americana adotou um novo regulamento para sua classe principal, a DPi. Os protótipos passariam a ser construídos usando a base dos LMP2 das quatro fabricantes homologadas pela FIA.

Protótipos DPis da Cadillac e Acura da IMSA nas 24 Horas de Daytona de 2022
Protótipos DPis da Cadillac e Acura da IMSA nas 24 Horas de Daytona de 2022 (Foto: IMSA)

Ao contrário do LMP2 convencionais, que seguiriam existindo em uma classe secundária, os novos DPis seriam utilizados por montadoras que poderiam desenvolver seus próprios motores e sistemas eletrônicos, além de fazerem alterações na carenagem em pontos específicos para ganho aerodinâmico e estilização das marcas.

A grande vantagem é que as montadoras podiam fazer protótipos para disputar as vitórias gastando muito menos do que nos caríssimos LMP1. Assim, quatro marcas começaram a disputar o campeonato: Cadillac, Acura, Nissan e Mazda. 

A convergência e como funcionará o novo momento do endurance

Com o sucesso da receita da IMSA e a perda de montadoras importantes em sua classe principal, o WEC estudou suas alternativas. A categoria resolveu seguir o caminho dos Hipercarros, classe que já explicamos aqui. Mas em 2020, as duas categorias voltaram a conversar sobre a possibilidade de andarem mais próximas, e começaram a trabalhar na convergência de regulamentos. Um acordo foi fechado para que os principais protótipos de ambas pudessem competir nos dois campeonatos. 

A nova geração dos DPis, que segue o mesmo conceito da anterior, será introduzida em 2023 seguindo o regulamento “LMDh”, de Le Mans Daytona. Os protótipos poderão competir pela vitória na classificação geral tanto na IMSA, onde será chamada de GTP, quanto no WEC, na Hipercarros. E, por outro lado, os hipercarros, que estrearam em 2021 no WEC, também poderão correr também na IMSA a partir de 2023. 

E sabe o que é mais legal? Enquanto ainda nãos se encontram dentro da pista, as duas categorias já realizam juntas um evento no circuito de Sebring, nos Estados Unidos, com duas corridas no mesmo final de semana. A IMSA com as suas tradicionais 12 Horas de Sebring e o WEC com os Mil quilômetros de Sebring.

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