(Foto: LAT/Mercedes)

Com novo contrato, Hamilton entrará para clube dos quarentões da F1

Em 2007, Lewis Hamilton entrou na F1 fazendo bastante barulho. O novato de 22 anos brigou pelo título até a corrida final, na qual chegou como líder do campeonato, inclusive. Claro que ele teve a vantagem de já estrear na categoria em uma das melhores equipes da época, a McLaren, mas é sempre bom lembrar que seu companheiro na época era Fernando Alonso, bicampeão mundial nas temporadas imediatamente anteriores.

O tempo passou e, 16 anos depois, com muitos altos e baixos, Hamilton se tornou uma máquina de quebrar de recordes. Ele conquistou – até o momento – sete títulos mundiais, 103 vitórias, 104 pole positions, e muitos grandes momentos dentro e fora das pistas.  

Hoje, junto com sua equipe Mercedes, marca que o apoia e patrocina desde os tempos do kart, o piloto britânico não passa pelo seu melhor momento na F1 e já não vence nenhuma prova há um ano e nove meses (36 GPs neste interim).

Mesmo assim, ele ainda é considerado um dos melhores pilotos do grid e agora, após alguns meses de suspense, ele assinou um novo contrato com a equipe alemã para seguir correndo com os carros da estrela de três pontas por, pelo menos, mais dois anos, até o final de 2025.

Hamilton enfrentará tradição de queda de desempenho pós-40

A decisão agora, aos 38 anos, significa que Hamilton vai fazer a última temporada de seu novo acordo com a Mercedes já com 40 anos completos, pois ele faz aniversário em janeiro. Assim, ele entrará para um grupo não tão seleto, pois mais de 100 pilotos quarentões já competiram na história do Mundial, porém, que com o passar das décadas, tem se tornado mais exclusivo para receber novos membros.

Para se ter ideia, neste século, apenas outros quatro pilotos competiram na F1 com mais de 40 anos: Michael Schumacher, Pedro de la Rosa, Kimi Raikkonen e Fernando Alonso. Destes, apenas dois conseguiram pelo menos subir ao pódio depois de baterem nos 40: Schumacher e Alonso. Nenhum deles venceu corridas nem poles após o quadragésimo aniversário.

E como já explicamos no começo do ano, quando Alonso foi terceiro no GP do Bahrein aos 41 anos (e muitos pódios dele vieram depois na temporada, inclusive após ele completar 42), seguir competitivo na F1 moderna não é nada fácil para os quarentões.

Excluindo os casos que aconteceram nas 500 Milhas de Indianápolis durante os anos 50, quando a prova, mesmo não seguindo as regras do Mundial, fazia parte do calendário da categoria, apenas 22 pilotos terminaram corridas entre os três primeiros após quatro décadas de seu nascimento.

Só que fazendo um recorte mais recente, apenas quatro pilotos subiram ao pódio na F1 após completarem essa idade desde 1983: Jacques Laffite, aos 42 anos, Nigel Mansell, aos 41 (com o adendo que ele fez a pole e venceu a corrida), Michael Schumacher, aos 43, e Alonso.

A questão fica ainda pior quando olhamos que apenas oito pilotos na história venceram corridas após os 40 anos na F1 (excluindo novamente os vencedores da Indy 500 da década de 50) e cinco conquistaram poles. Nigel Mansell é o último em ambas, em 1994.

Mas se existe um exemplo que pode dar motivação para Hamilton achar que ainda pode brigar por vitórias e títulos é de um caso que acontece na atualidade, de Fernando Alonso, que com um carro competitivo aos 42 anos já abocanhou sete pódios na temporada de 2023 e é o terceiro colocado no campeonato.

Alonso já está na casa dos 40 anos e Hamilton também pretende seguir correndo na F1 quarentão. Com tanto tempo na pista, ambos se tornaram personagens essenciais da categoria nos últimos 20 anos
Alonso já está na casa dos 40 anos e Hamilton também pretende seguir correndo na F1 quarentão. Com tanto tempo na pista, ambos se tornaram personagens essenciais da categoria nos últimos 20 anos (Foto: Instagram Fernando Alonso/Reprodução)

Recorde de número de GPs

Com o novo contrato e o número previsto de corridas para as próximos temporadas girando entre 22 e 24 por ano, Hamilton certamente se tornará, pelo menos, o segundo piloto da história da F1 com mais largadas.

Atualmente, ele é o terceiro, com 323 corridas, 26 atrás de Raikkonen. Assim, ele deve igualar o finlandês no GP do Azerbaijão de 2024. Só que depois, se quiser alcançar o atual líder, ele não só terá que renovar por mais uma vez seu acordo com a Mercedes (ou seguir correndo em outra equipe), como ainda terá que torcer para Alonso cansar da F1.

O espanhol tem hoje 268 largadas na F1, 45 a mais que Hamilton, e segue contando e sem mostrar sinais que pretende parar. Ou seja, mesmo quando Alonso se aposentar, o britânico ainda teria que seguir correndo por mais duas temporadas inteiras para superar seu número de participações.

Como o bicampeão ainda tem acordo com a Aston Martin pelo menos até o fim de 2024, o novo contrato de Hamilton com a Mercedes, que termina em 2025, já não seria suficiente para se tornar o piloto com mais largadas na F1.

De qualquer maneira, não é segredo para ninguém que não é bem essa estatística que Hamilton deseja alcançar nesse novo contrato. Mas sim, o inédito oitavo título mundial de F1, isolando-se como o maior campeão da história à frente do outro heptacampeão, Michael Schumacher. Mas aí, além de manter o seu alto nível, ele também terá que torcer para a Mercedes se recuperar nos próximos dois anos para lhe dar um bom carro.

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