Celebrações, derrotas e as despedidas após o GP de Abu Dhabi da F1
Depois de marcar uma surpreendente pole position no sábado, Max Verstappen dominou o GP de Abu Dhabi deste domingo (13) e conquistou a 10ª vitória de sua carreira, segunda em 2020. O pódio foi completado pela dupla da Mercedes, com Valtteri Bottas em segundo e o campeonato da temporada, Lewis Hamilton, em terceiro.
A corrida em Yas Marina não foi das mais emocionantes, com Verstappen pulando na ponta na largada e depois administrando uma boa margem para seu perseguidor mais próximo, Bottas, sempre acima dos 5 segundos. No final, ele ficou 15s976 à frente da dupla da Mercedes.
O resultado não alterou as três posições do campeonato de pilotos nem de construtores, mas deixou ao final da jornada Verstappen a apenas nove pontos de Bottas na classificação geral, fechando a temporada com um saldo bastante positivo em um ano em que a Red Bull não tinha um carro páreo para a Mercedes.
Quem também terminou a corrida de encerramento da temporada em celebração foi a McLaren. Em um ano em que a equipe sofreu um forte abalo financeiro por conta do impacto da pandemia em seu negócio automotivo e nos patrocinadores, o tradicional time de Woking conquistou ao final da terceira posição de construtores superando a Racing Point nesta última etapa, em Abu Dhabi. A última vez que a McLaren tinha ficado entre os três primeiros foi em 2012.
O resultado foi possível granças ao quinto e sexto lugares de Lando Norris e Carlos Sainz, respectivamente, enquanto a Racing Point teve um domingo bastante difícil, apenas uma semana depois de colocar seus dois pilotos no pódio em Sakhir. Sergio Pérez abandonou após oito voltas e Lance Stroll recebeu a bandeira quadriculada apenas em décimo.
Despedidas em Abu Dahbi
Como é de costume, com o fechamento da temporada, Abu Dhabi foi palco de diversas despedidas. Sebastian Vettel fez a sua última corrida pela Ferrari, inclusive entoando uma canção em homenagem à escuderia no rádio durante a volta de retorno aos boxes após a bandeira quadriculada. O alemão deixa o time como o quarto piloto com mais GPs pela esquadra, 118, e o terceiro com mais vitórias, 14, atrás apenas de Michael Schumacher, 72, e Niki Lauda, 15.
Ele parte para a Aston Martin, atual Racing Point, e será substituído por Carlos Sainz. O movimento envolveu mais duas despedidas: de Carlos Sainz da McLaren – o espanhol vai para a Ferrari – e de Sergio Pérez da Racing Poin – o mexicano ainda não tem lugar para 2021.
O dominó do mercado de pilotos da F1 prossegue com Daniel Ricciardo dando adeus à Renault após apenas duas temporadas para entrar na vaga de Sainz na McLaren. Em seu lugar, a equipe francesa buscou Fernando Alonso, que estava afastado da categoria há duas temporadas.
Na Alpha Tauri, apesar de não ter sido oficializado ainda, Daniil Kvyat não escondeu que o GP de Abu Dhabi foi provavelmente sua última prova na equipe, que antes era chamada de Toro Rosso, e provavelmente da F1. Para seu lugar, o favorito é o japonês Yuki Tsunoda, terceiro no campeonato da F2 em 2020. Ainda não se sabe, porém, o que irá acontecer com Alexander Albon. O anglo-tailandês ainda luta para permanecer no time principal da Red Bull, mas um rebaixamento não seria algo inédito (como aconteceu tanto com Kvyat como Pierre Gasly) e existe a chance até dele se tornar apenas um reserva.
E finalmente, a Haas mudará sua dupla de pilotos por completo. Romain Grosjean não teve a chance de um adeus, já que ficou fora das últimas duas provas por conta das lesões sofridas no GP do Bahrein, há duas semanas, mas Kevin Magnussen fez neste domingo sua corrida final pelo time e pela F1, já que irá se transferir para a IMSA, campeonato americano de endurance. Eles serão substituídos por Mick Schumacher, campeão da F2 e filho do heptacampeão Michael Schumacher, e o russo Nikita Mazepin.
No programa Bate-Pronto, no nosso canal no Youtube, analismos a corrida em Abu Dhabi, as despedidas e tudo o que cercou o ano da F1 em meio à pandemia, com a realização de 17 corridas em seis meses. A edição contou com a participação das jornalistas Deborah Almeida e Isamara Fernandes:
A participação de Fittipaldi
Pietro Fititpaldi ficou muito tempo sondando a F1 até que neste final de 2020 teve sua sonhada oportunidade, substituindo Grosjean na Haas nestas últimas duas etapas do campeonato.
O brasileiro terminou na última posição tanto em Sakhir quanto em Abu Dhabi, mas dentro do esperado tanto pela sua falta de experiência com o carro e na F1, além das próprias limitações da Haas, com Magnussen fechando também em penúltimo.
No geral, Fittipaldi não conseguiu mostrar um ritmo para ganhar destaque, mas mostrou uma curva de evolução dentro do aceitável para um estreante nesta condição e ainda foi elogiado por não se envolver em nenhum acidente ou cometer erros bobos. Ele acabou interrompendo o hiato de brasileiros na F1, que já durava desde 2018, porém, o país volta a ficar sem ninguém no grid em 2021.
De qualquer forma, ele se tornou o quarto integrante da família Fittipaldi a correr na F1 na história, um feito único na categoria.
Comentários