(Foto: XPB /Alpine)

Alpine F1 recebe aporte de grupo que inclui atores de Deadpool e Creed

A Alpine anunciou nesta segunda-feira (26) que sua equipe de F1 recebeu um aporte de € 200 milhões de um grupo de investidores que passa a ser proprietário de 24% do time.

Os novos acionistas da equipe sãos os grupos Otro Capital, RedBird Capital Partners e Maximum Effort Investments, todos com diversos investimentos já realizados em várias modalidades do esporte.

O RedBird Capital Partners talvez seja o mais conhecido para as pessoas que acompanham o mercado de aquisições no esporte. De forma direta, entre vários investimentos, o grupo é proprietário hoje de 99% das ações do time de futebol Milan e de 85% do francês Toulose.

O fundo americano tem também uma das maiores participações no Fenway Sports Group, que é dono da equipe de beisebol Boston Red Sox e do time inglês de futebol Liverpool. Além disso, este grupo também tem 50% das ações da equipe de Nascar Roush Fenway Racing.

Isso para ficar apenas no setor de esportes, já que os investimentos também estão na área de entretenimento, energia, serviços diretos a consumidores e financeiros. A carteira atual do RedBird soma U$ 8,6 bilhões.

O Maximum Effort Investments é, porém, o que tem mais chamado a atenção das manchetes desta segunda-feira, já que inclui atores de Hoollywood bem famosos. O próprio nome do grupo, que em português significa “Esforço Máximo”, remete ao personagem mais conhecido de um desses nomes, do canadense Ryan Reynolds, que interpreta o Deadpool nos cinemas.

A holding de investimentos, porém, também tem como um dos proprietários o ator Rob McElhenney, que, entre diversas produções, é mais conhecido pela série It’s Always Sunny in Philadelphia. Além de financiar produções de filmes e séries, a companhia deles também adquiriu em 2020 o time galês de futebol Wrexham AFC, considerada a terceira equipe mais antiga da modalidade no mundo.

Para o investimento específico na equipe Alpine na F1, Reynolds e McElhenney ainda trouxeram para o grupo o ator Michael B. Jordan, bastante conhecido principalmente por seus papeis em Pantera Negra e Creed.

Alpine ainda luta para se tornar uma das equipes que competem por vitórias na F1, como sua antecessora que competia sob nome Renault (Foto: XPB /Alpine)
Alpine ainda luta para se tornar uma das equipes que competem por vitórias na F1, como sua antecessora que competia sob nome Renault durante a década de 2000 (Foto: XPB /Alpine)

O grupo de investidores será representado no conselho de administração da equipe Alpine por Alec Scheiner, fundador da Otro Capital, e que também é sócio da RedBird. Atualmente, através de seus investimentos, o executivo americano também já foi presidente da equipe da NFL Cleveland Browns e vice-presidente do Dallas Cowboys. Através da parceria com a RedBird, ele também investe no Toulouse, no qual, assim como irá acontecer na Alpine, ele representa os investidores no conselho de administração.

Com o investimento realizado por esses três grupos, a avaliação do valor da equipe chega a €900 milhões segundo o comunidado da Alpine. O aporte será injetado por inteiro na operação da equipe na F1.

A informação também é importante para um novo parâmetro do valor de mercado dos times da categoria, que teoricamente estariam subindo segundo defendem dirigentes da própria F1. Isso estaria acontecendo por conta de medidas realizadas nos últimos anos como a nova divisão das receitas, teto de gastos (que deixa as organizações mais saudáveis) e surgimento de novas fontes de receitas e maior interesse de um público mais jovem por conta de ativações como a série da Netflix e maior engajamento nas redes sociais.

Para se ter ideia dessa valorização, em 2020, para comprar todas ações da Williams, o fundo americano Dorilton Capital investiu em torno de €152 milhões, já contabilizando aqui as dívidas que a equipe possuía.

O que significa o acordo para a Alpine

A equipe Alpine de F1 seguirá com a divisão esportiva de mesmo nome, pertencente ao Grupo Renault, como proprietária majoritária e responsável pelas principais decisões estratégicas.

O acordo garante um aporte de valor considerável para investimento, equivalente a mais de 30% acima do teto de gastos de uma temporada da F1, o que dá tranquilidade para a atividade da equipe no médio prazo.

Além disso, também atrai para a Alpine nomes que não só têm experiencia na administração de entidades esportivas, mas, principalmente, em mídia e marketing. A ideia é aliviar o peso da necessidade de constante investimento vindo apenas da Renault, e traçar novas estratégias na busca de parceiros comerciais e para o fortalecimento da marca Alpine, algo que a Renault ainda busca desde que a reativou de forma efetiva em 2020.

Esse objetivo com o nome Alpine foi reiterado pelo próprio presidente do Grupo Renault, Luca de Meo, no comunicado sobre o acordo, ao dizer que espera seguir o desenvolvimento da marca nos próximos anos dentro e fora da pista.

“A F1 e a Alpine são propriedades estratégicas para o Grupo Renault. Durante os últimos dois anos, nós reativamos a Alpine, capitalizando sobre o seu icônico cupê esportivo A110, impulsionando ainda pela entrada na F1, onde tem como objetivo se tornar uma concorrente pelo título. Essa parceria vai acelerar o desenvolvimento da Alpine F1, diversificando a geração de receita e aumentando o valor da marca”, declarou o dirigente.

Isso tudo faz parte da estratégia da Renault de transformar a Alpine não apenas em nome histórico do automobilismo, mas em uma marca de esportivos com faturamento de cerca de €8 bilhões em 2030. O projeto é ambicioso já que significaria uma evolução de 40% para a empresa em relação a 2022.

Novo modelo Alpine A424 que foi lançado em Le Mans e irá participar da classe principal do WEC, a Hipercarros a partir de 2024 (Foto: Julien Delfosse / DPPI / Alpine)
Novo modelo Alpine A424 que foi lançado em Le Mans e irá participar da classe principal do WEC, a Hipercarros a partir de 2024 (Foto: Julien Delfosse / DPPI / Alpine)

Hoje, a Alpine ainda está na fase de investimentos por parte da Renault, o que significa que a empresa sozinha ainda é deficitária. Os franceses prometem, segundo comunicado a investidores, que a empresa automotiva deixa essa situação e passa a atuar em equilibírio financeiro ao final de 2026, quando novas linhas de rua serão lançadas. A companhia trabalha para ter sete modelos 100% elétricos à venda ao público até o final da década.

E para alcançar esses objetivos, a Renault enxerga no automobilismo uma plataforma de marketing estratégica primordial. Por isso segue com o investimento e foi atrás de novos parceiros para garantir um orçamento saudável para a equipe de F1.

A empresa, no entanto, deixa claro que não irá parar por aí, e está trabalhando no novo projeto para a classe de Hipercarrros do Mundial de Endurance (WEC) e 24 Horas de Le Mans que estreia em 2024, e tem enfatizado em novas empreitadas esportivas, como nos GTs e a participação da edição de 2023 da tradicional competição de subida de montanha de Pikes Peak com o modelo A110 de rali moderno adaptado.

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