Cinco campeões com maior antecipação na história da F1
Com a vitória conquistada no Japão, Max Verstappen garantiu o bicampeonato mundial de F1 de maneira antecipada. O holandês derrotou Charles Leclerc e Sergio Pérez e não pode mais ser alcançado, assegurando matematicamente uma conquista que parecia questão de tempo.
Com o resultado, Verstappen definiu a disputa na 18ª etapa de 22 no total, ou seja, após 81% do campeonato de 2022 ter sido concluído. O bi de Verstappen pareceu uma conquista definida de forma prematura, mas ainda assim não foi suficiente para entrar no grupo seleto da F1.
Ao longo da história, houve pilotos que conseguiram garantir o título ainda mais cedo. O Projeto Motor relembra os cinco pilotos que se sagraram campeões com mais antecedência da história da F1.
Sebastian Vettel (2011) – 78% do campeonato da F1
Na sequência de seus quatro títulos mundiais, Sebastian Vettel alternou campanhas acirradas na disputa com outras de amplo domínio. Por exemplo, sua primeira taça, em 2010, veio só na última etapa, graças a uma virada impressionante, sendo que ele não havia liderado o campeonato em nenhum momento antes da prova decisiva.
Mas se o primeiro título foi apertado, no segundo ele nadou de braçada. Em 2011, quando seu estilo de pilotagem casou perfeitamente com o RB7 da Red Bull, Vettel dominou as ações do começo ao fim. Para se ter uma ideia, de 19 etapas no total, o alemão só não subiu ao pódio em duas ocasiões, o que incluiu nada menos do que 11 vitórias.
Na 15ª etapa, em Suzuka, Vettel garantiu matematicamente o título ao receber a bandeirada na terceira colocação, selando o páreo após somente 78% do campeonato ter sido disputado.
Jackie Stewart (1969 e 71) – 72% do campeonato da F1
Nem todo mundo se lembra, mas Jackie Stewart impôs um dos maiores reinados que a F1 já viu na virada dos anos 60 para os 70. No período, o escocês registrou 27 vitórias, e ficou por muito tempo o piloto mais vencedor da história da categoria. E, neste processo, Stewart garantiu dois de seus três títulos com bastante antecedência.
Um deles veio justamente no primeiro, em 1969. Com o modelo MS80 da Matra, Stewart definiu um padrão de ou vencer e chegar ao pódio, ou de abandonar com problemas. No total, foram seis vitórias, e o título matematicamente assegurado em Monza, a oitava de 11 etapas no total.
Dois anos mais tarde, o padrão se repetiu já com a Tyrrell. Mais uma vez o escocês teve seis conquistas, e curiosamente ele garantiu o bicampeonato em uma das raras vezes em que abandonou, na Áustria. De novo a conquista veio em oito de 11 corridas.
Desta forma, tanto em 69 quanto em 71 Stewart se sagrou campeão com 72% do campeonato concluído, feito mais do que suficiente para colocá-lo nesta seleta lista.
Jim Clark (1963 e 65) – 70%
Jim Clark é uma das figuras mais cultuadas de todos os tempos, e a temporada de 1963 é uma das explicações para sua reputação. O único ponto fora da curva foi o GP de Mônaco, quando abandonou, sendo que o principado foi um dos poucos pontos de maior fraqueza de sua carreira.
Tirando isso, Clark foi ao pódio em todas as outras nove corridas, quando inclusive anotou sete vitórias. Em Monza, oitava etapa do ano, Clark recebeu a bandeirada 1min30s à frente do segundo colocado, Richie Ginther, e pelo menos uma volta à frente de todo o restante do pelotão. Com isso, ele se sagrou campeão mundial pela primeira vez com sobras.
Dois anos mais tarde, a história praticamente se repetiu. Das primeiras sete etapas, Clark só não venceu em Mônaco, quando deixou de participar da prova para competir – e conquistar as 500 Milhas de Indianápolis. Na Alemanha, garantiu seu quinto triunfo seguido e esteve matematicamente fora do alcance de toda a concorrência.
Sendo assim, Clark conquistou seus dois títulos mundiais com 70% dos campeonatos completados, um traço de seu domínio avassalador nos anos 60.
Nigel Mansell (1992) – 68%
A trajetória de provações de Nigel Mansell rumo ao título mundial se tornou parte da cultura popular da F1. Mas, depois de um longo período batendo na trave, o inglês quando conquistou o título o fez com bastante autoridade.
Em 1992, Mansell esteve a bordo do FW14B, equipamento apelidado pelo rival Ayrton Senna como “carro de outro planeta”. Domando todos os fundamentos dos recursos eletrônicos, sobretudo suspensão ativa e o controle de tração, o inglês foi o único que conseguiu extrair o máximo do conjunto.
Com uma vantagem gigante sobre a concorrência, Mansell venceu nove vezes naquele ano, que era um recorde para a época. Em agosto, no GP da Hungria, Mansell chegou atrás apenas de Senna, e foi o suficiente para ele assegurar o seu único título mundial.
Aquilo aconteceu na 11ª etapa de 16 do campeonato no total. Ou seja, Mansell foi campeão com 68% da temporada disputada, o que também era um recorde para a época. Aquele seria o único título da carreira de Mansell, mas, mesmo assim, foi um feito bastante marcante de um domínio que esmagou todos os rivais.
Michael Schumacher (2001, 02 e 04) – 76%, 64% e 77%
O domínio de Michael Schumacher e da Ferrari na primeira metade da década de 2000 foi um dos mais avassaladores de todos os tempos. Em sua série de cinco títulos consecutivos, em apenas dois o alemão passou por um aperto maior – em 2000, contra Mika Hakkinen, e 2003 contra Kimi Raikkonen e Juan Pablo Montoya.
De resto, a força demonstrada pela parceria foi tão grande que resultou em títulos definidos muito antes da etapa final. Em 2001, Schumacher até teve resistência de David Coulthard no começo do ano, mas, de forma geral, se impôs ao anotar nove vitórias e colocar a mão na taça na Hungria, quando 76% do campeonato havia sido concluído.
No ano seguinte, houve simplesmente o maior massacre que a categoria já viu. Schumacher subiu no pódio em todas as corridas, venceu por 11 vezes, e selou o título em Magny-Cours. Na ocasião, ele igualou o histórico pentacampeonato de Juan Manuel Fangio e sacramentou a disputa no mês de julho, com 64% da campanha concluída. Este se trata do título com maior antecipação de toda a história da F1 até os dias de hoje.
E ainda havia espaço para mais um passeio. A combinação entre Schumacher e F2004 rendeu nada menos do que 12 vitórias nas primeiras 13 etapas da temporada de 2004. Sem um concorrente à altura, o título foi garantido na etapa de Spa, a 14ª de 18 no total, o que deu ao alemão a sua sétima e última conquista com 77% da campanha realizada.
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