(Foto: Charles Coates / LAT Images/Pirelli)

EUA é o país que teve mais circuitos diferentes na F1. Conheça as pistas

Com o anúncio de que a cidade de Las Vegas voltará ao calendário da F1 em 2023, os EUA se consolidam agora de forma disparada como o país em que já recebeu a categoria em mais circuitos diferentes.

Contando já com a prova de Miami, que estreia em 2022, e o novo traçado urbano de Las Vegas, os Estados Unidos terão sediado provas do campeonato em 11 circuitos diferentes. E a conta pode até subir para 12 se considerarmos o oval e o misto de Indianápolis como pistas diferentes. França, com sete, e Espanha, com seis, são os países que vêm em seguida na lista.

Um dos motivos para isso ter acontecido, claro, é a eterna procura da F1 por uma identidade nos EUA, algo que nunca aconteceu. GPs diferentes foram promovidos e depois perderam força até morrerem com o passar dos anos. Mas isso parece ter começado a mudar nos últimos 10 anos com a consolidação de Austin como a casa do GP dos Estados Unidos, em um evento que tem sido sucesso de público todos os anos no Circuito das Américas.

Medidas realizadas da administração comercial da F1, que desde 2017 está nas mãos do grupo americano de mídia Liberty, também trouxeram um novo público no país para a categoria. A série “Drive to Survive”, da Netflix, é sempre um caso muito lembrado, mas vale também destacar o crescimento cada vez mais forte das redes sociais do campeonato.

A F1 então resolveu dobrar a aposta para se consolidar de uma vez por todas no que é talvez o mercado mais importante para a maioria de seus patrocinadores e para a indústria automobilística. E assim, com a confirmação da corrida de Las Vegas, o Mundial terá três provas nos EUA em 2023. Isso não é inédito, já que o próprio país já teve três eventos na temporada de 1982, com Long Beach, Detroit e também Las Vegas. Mas sem dúvida nenhuma era um outro momento tanto da categoria quanto da visão do público americano em relação à F1.

E que tal relembrarmos os vários desses circuitos que receberam o Mundial desde 1950? O Projeto Motor traz aqui a lista para você:

500 Milhas de Indianápolis (1950 a 61 – 11 corridas)

Na formação do Campeonato Mundial de Pilotos, em 1950, sentiu-se a necessidade de trazer os EUA para o calendário pela óbvia questão de ser um dos grandes mercados produtores de automóveis do mundo e pela já consolidada tradição automobilística local. E o que poderia ser melhor do que ter as próprias 500 Milhas de Indianápolis, a principal corrida americana?

A corrida de Indianápolis fez parte do calendário do Mundial por 11 anos e contava pontos. Ou seja, é inegável que ela está na história do campeonato. Porém, também é possível apontar que, tecnicamente, nunca um carro de F1 correu de verdade no evento. Isso porque apesar de aceitar participar do Mundial da FIA, Indianápolis nunca topou se adequar ao regulamento chamado de F1.

500 Milhas de Indianápolis de 1950 fizeram parte do Mundial de Pilotos (Foto: IMS)

Desta forma, pilotos e equipes europeias que queriam participar e conquistar pontos nas 500 Milhas de Indianápolis precisavam construir carros específicos para a prova. Por motivos de custo, que incluíam ainda a longa viagem, afastou praticamente todo mundo da prova.

A grande exceção foi na edição de 1952, em que a Ferrari levou para Indianápolis uma versão modificada para o regulamento da AAA do seu modelo 375, com um motor V12 de 4,5 litros. Alberto Ascari pilotou pelo time, conseguindo se classificar em 25º do grid, mas depois de uma rodada, ficou apenas em 31º na corrida. Os campeões mundiais Juan Manuel Fangio e Giuseppe Farina também fizeram tentativas, isoladas e sem apoio de equipes europeias, mas sequer conseguiram se classificar.

A partir de 1961, deixou de fazer sentido as 500 Milhas continuarem no calendário, principalmente porque a F1 começou a ter o seu próprio GP dos EUA em outro local.

Sebring (1959 – 1 corrida)

O primeiro GP dos EUA dentro do Campeonato Mundial de Pilotos aconteceu em 1959, no circuito de Sebring, na Flórida.

O empresário Alec Ulmann, de origem russa, tinha começado a promover em 1952 as 12 horas de Sebring em um aeroporto da região que estava sendo transformado em autódromo. Com a entrada do evento no Mundial de Marcas e o sucesso do “GP dos EUA” de Riverside, ele convenceu a FIA a levar a F1 para Sebring para fazer um GP dos EUA dentro do calendário do Mundial.

A corrida fechou a temporada de 59, ano em que as 500 Milhas ainda faziam parte do calendário. O evento, no entanto, se mostrou caro e não teve o sucesso de público esperado. Mas a F1 gostou da ideia de ter uma prova dela, com seus pilotos e equipes, nos EUA e assim, seguindo em parceria com o próprio Ulmann, fechou acordo para continuar com a etapa no lugar original do GP dos EUA.

Riverside (1960 – 1 corrida)

O circuito de Riverside, na Califórnia, estava ganhando fama como um dos melhores circuitos mistos dos EUA na década de 60. Ulmann seguia como promotor do GP dos Estados Unidos e levou a categoria para correr por lá.

Só que mais uma vez, a corrida foi um fracasso em termos comerciais. Ulmann teve que pagar do próprio bolso a premiação dos pilotos por não conseguir fechar nenhum grande patrocínio. O público também não compareceu da forma como se esperava.

Assim, mais uma vez, Ulmann e F1 chegavam à conclusão de que precisariam encontrar uma nova casa.

Watkins Glen (1961 a 80 – 20 corridas)

Ulmann tentou por alguns meses levar a F1 para Daytona, mas não conseguiu chegar a um acordo. Foi quando Cameron Argetsinger, diretor de Watking Glen, localizada no norte do estado de Nova York, ofereceu seu circuito para ser sede do evento. Não poderia ter dado mais certo.

Até a data de hoje, Watkins Glen ainda é sede que mais vezes recebeu o GP dos EUA. A corrida ficou por lá por praticamente duas décadas. O evento acabou ajudando a pista a se consolidar na época como um dos mistos mais importantes dos Estados Unidos, recebendo diversas provas no estilo mais europeu.

As condições nem pareciam as mais favoráveis pelo fato do autódromo ser bastante isolado, longe de centros urbanos. Mas isso acabou contribuindo para gerar uma atmosfera particular para a prova, com o público acampando no entorno do circuito, e pilotos e equipes se hospedando em pequenos hotéis e casas na região.

Principal casa do GP dos EUA, Watkins Glen passou por uma reforma em 1971 ganhando um novo setor
Principal casa do GP dos EUA, Watkins Glen passou por uma reforma em 1971 ganhando um novo setor e ficando mais extenso (Foto: Divulgação)

O GP dos EUA em Watkins Glen recebeu o prêmio concedido pela Associação de Pilotos de GP (GPDA) de evento mais bem organizado do calendário nos anos de 1965, 70 e 71. Em 70, foi palco da primeira vitória brasileira na F1, com Emerson Fittipaldi, em prova marcada também pela confirmação do único título póstumo da história, para Jochen Rindt. Depois, em 74, seria a vez do próprio Fittipaldi se tornar campeão na pista, conquistando seu bicampeonato.

A F1 também passou por dois eventos bastante traumáticos no circuito, com os acidentais fatais do francês François Cevert, em 1973, e o austríaco Helmut Koinigg, em 74.

A pista acabou saindo do calendário apenas em 1981. Ela chegou entrar na programação inicial, mas a corrida foi cancelada por conta de problemas financeiros que deixaram o circuito com dívidas e sem capacidade de pagar as taxas pra voltar a receber a F1.

Long Beach (1976 a 83 – 8 corridas)

Com o GP dos EUA finalmente estabilizado em Glen, a F1 buscou aumentar sua presença no país e fechou ainda durante os anos 70 uma segunda prova por lá, mas na costa Oeste. Foi assim que nasceu a corrida de rua de Long Beach, na Califórnia.

O condado faz parte de Los Angeles, e o evento tinha a intenção de aliar a F1 ao glamour da região, com suas praias, clima quente e as estrelas de Hollywood. Era uma espécie de GP de Mônaco americano. Como o GP nacional acontecia em Watkins Glen, a prova de Long Beach ganhou o nome de GP dos EUA do Oeste.

Com a decadência de Watkins Glen que resultou no fim do evento no leste, Long Beach ganhou ainda mais importância no começo dos anos 80. O GP promovia boas corridas e era sucesso de público.

Long Beach sediu o GP dos EUA do Oeste
Long Beach sediu o GP dos EUA do Oeste

Mas, assim como acontecia com a prova de Glen, o promotor local tinha problemas financeiros. Para 1984, então, ele convenceu a cidade de deixar de lado o contrato com a F1 e assinar com a Indy, pois acreditava que conseguiria promover assim um evento mais sustentável. Ninguém pode falar que ele estava errado, já que a corrida da Indy em Long Beach existe até hoje.

Las Vegas Caesars Palace (1981 e 82 – 2 corridas)

Com a corrida de Long Beach trazendo o glamour de Hollywood entre o final dos anos 70 e começo dos 80, e a desistência de Watkins Glen de última hora para 81, Bernie Ecclestone, que já começava a liderar a parte comercial e de acordos da F1, trabalhou para manter os Estados Unidos com dois GPs. E ele acreditava que Las Vegas, com toda sua vocação para grandes eventos, era o local ideal.

O circuito foi construído para ser uma pista não permanente no estacionamento do famoso hotel Caesars Palace, um dos símbolos da cidade. A área recebeu areia no seu entorno e o traçado era direcionado com muretas de concreto.

Las Vegas teve uma primeira passagem pelo calendário da F1 nos anos 80

Os pilotos, no entanto, não gostavam muito da pista, que tinha pouco estilo e quase nenhum desafio. Ela é considerada por muitos como uma das piores que já recebeu a F1. Foi nela, em 1981, em que Nelson Piquet conquistou seu primeiro título mundial.

Após os promotores locais desistirem de continuar recebendo a F1, a Indy ainda correu no mesmo local em 1983 e 84.

Detroit (1982 a 88 – 7 corridas)

A temporada de 1982 foi especial como presença da F1 nos EUA. O país teve três corridas no mesmo ano, já que Long Beach e Las Vegas ainda estavam no calendário, e Detroit, capital nacional do setor automobilístico, entrou com mais um circuito de rua. Foi a primeira vez que isso aconteceu na F1 e só foi repetido em 2020, por conta de reagendamentos de etapas durante a pandemia, em que a Itália também sediou três corridas, em Monza, Imola e Mugello.

A pista do GP de Detroit era estreita, tinha muitas ondulações e curvas em 90°. Por conta dessa condição, além do clima sempre quente e úmido, era uma prova em que tradicionalmente tinha muitos abandonos.  

Detroit foi um das principais sedes da F1 nos EUA nos anos 80
Detroit foi um das principais sedes da F1 nos EUA nos anos 80

O evento ficou logo conhecido por ser terrivelmente organizado. Logo na estreia, em 1982, treinos livres de quinta-feira precisaram ser cancelados por problemas da organização. Por conta do calor, o asfalto sofria frequentemente com rachaduras e a cidade se recusava a investir em reformas.

O rompimento entre F1 e Detroit se deu para 1989, quando a FIA apontou que as instalações não-permanentes dos boxes não estavam mais dentro dos padrões do Mundial e pediu a construção de um prédio fixo para a estrutura. A prefeitura se recusou a fazer a construção e o GP deixou de acontecer.

Dallas (1984 – 1 corrida)

Dallas entrou também para a lista de fracassos da F1 nos Estados Unidos. Mais uma vez a aposta foi em um circuito de rua em uma cidade que queria internacionalizar seu nome com um evento visto por todo o mundo.

A organização da etapa foi bastante abaixo do que a F1 já exigia na época. A montagem do circuito precisou seguir pedidos para não perturbar os residentes locais. Assim, não existiu grande preocupação em montar um bom traçado, mas apenas aproveitas as vias que estavam disponíveis. Todo o circuito era direcionado com blocos de concreto, com algumas poucas áreas de escape. Assim como Caesars Palace, a pista acabou entrando para o hall de piores da história.

A temperatura ambiente chegou aos 38°C enquanto a da pista chegou aos 66°C. Para tentar evitar o calor tão intenso, a prova foi marcada ainda para o período da manhã, com o warm-up (sessão que existia na época antes das corridas) às 7h45, o que fez o francês Jacques Laffite chegar ao circuito de pijamas.

No sábado, uma prova de Can-Am deixou a pista bastante danificada, com problemas nos guard-rails e no asfalto, que derreteu e rachou. Os organizadores trabalhararam durante a noite nos reparos, incluindo a substituição de parte do asfalto por cimento de secagem rápida. Blocos de concreto e alambrados também precisaram ser refeitos de última hora.

No domingo pela manhã, no entanto, a pista ainda estava longe do ideal, e alguns pilotos, liderados por Niki Lauda, chegaram a ensaiar um boicote ao evento, apesar das 90 mil pessoas presentes nas arquibancadas. A corrida acabou acontecendo de qualquer jeito, mas a F1 nunca mais voltou a Dallas.

Phoenix (1989 a 91 – 3 corridas)

Com as perdas de diversos eventos e os fracassos de Detroit, Dallas e Las Vegas, a F1 se viu no final dos anos 80, depois de ter duas corridas por vários anos e até três em 1982, com a possibilidade de não visitar os Estados Unidos pela primeira vez.

Ecclestone encontrou mais uma vez às pressas uma nova casa para a categoria: a cidade de Phoenix, no Arizona. O nome “GP dos Estados Unidos” voltaria a ser usado assim, sem um complemento como “leste” ou “oeste”, o que não acontecia desde 1980.

De novo, a categoria correria em um circuito de rua, montado no centro de uma cidade americana, dentro das limitações de estrutura e traçado que isso trazia. E novamente, os pilotos reclamavam da qualidade do asfalto e do circuito.

O GP dos Estados Unidos se manteve no calendário com uma prova realizada em Phoenix no final dos anos 80

A pista passou por modificações durante suas edições, mas o público local nunca se interessou muito. Ecclestone chegou a dizer que o problema principal era que não existia espaço para a instalação de arquibancadas suficientes.

Apesar de chegar a existir um contrato para 1992, a corrida acabou sendo cancelada pelos problemas entre a cidade e a F1. Os Estados Unidos, assim, deixariam de figurar no calendário durante todo o restante da década de 90.

Indianápolis (2000 a 07 – 8 corridas)

Depois de diversos fracassos durante os anos 80 e um hiato de nove anos durante os 90, a F1 voltaria a ter uma casa nos EUA. E não era qualquer uma: Indianápolis. A corrida aconteceria em um circuito misto dentro do autódromo, utilizando algumas partes do famoso oval, e receberia o nome de GP dos Estados Unidos.

O evento teve o cuidado que os anteriores no país não tiveram na sua organização e promoção, e isso deu resultado. O público na primeira edição, em 2000, chegou a 225 mil pessoas nas arquibancadas do autódromo, o que é longe dos números das 500 Milhas de Indianápolis, mas extremamente positivo para a F1 em qualquer lugar do mundo.

E a cada ano, a prova parecia crescer e a F1 cada vez mais parecia se consolidar no local. Até que em 2005, o fiasco dos pneus aconteceu, e boa parte do trabalho foi jogado fora. Como já contamos em detalhes em um vídeo aqui do Projeto Motor, os pneus Michelin enfrentaram problemas para o contorno da curva do oval que levava à reta dos boxes. Vários acidentes aconteceram.

Muita negociação aconteceu, mas não se chegou a um consenso do que poderia ser feito para resolver o problema. Assim, pro questões de segurança, todos os carros equipados com pneus Michelin desistiram da prova ao final da volta de aquecimento e apenas seis competidores, que usavam compostos da Bridgestone, largaram: duas Ferrari, duas Jordan e duas Minardi.

A corrida seguiu em Indianápolis por mais dois anos, mas a relação entre os proprietários do autódromo e a F1 ficou abalada. Após o GP de 2007, Tony George, então CEO do circuito, tentou forçar um novo acordo financeiramente melhor para Indianápolis, já esperando que a F1 não aceitaria. Foi o que aconteceu e a categoria, novamente, ficou sem casa nos EUA.

Austin (2012 até hoje – 8 corridas)

De todos os eventos promovidos pela F1 nos Estados Unidos, o de Austin é disparado a maior surpresa positiva. Em maio de 2010, Ecclestone anunciou um acordo de 10 anos para a categoria correr na cidade texana, que iria construir um autódromo do zero para receber a categoria. Seria a primeira vez que isso iria acontecer no país.

A verdade, no entanto, é que o próprio Ecclestone não colocava fé que a prova realmente aconteceria e segurou o contrato por muitos meses mesmo após o anúncio. A organização local chegou a entrar em guerra com o inglês, mas não se mostrava aberta a desistir de realizar a corrida.

Após meses de negociações, finalmente Ecclestone topou confirmar Austin no calendário de 2012, e a cidade saiu correndo para conseguir construir sua pista a tempo, com pouco mais de 12 meses de prazo terminar a obra. Mais uma vez dúvidas foram levantadas sobre se a pista estaria pronta e até se o GP teria o apelo necessário com o público do sul dos EUA, mais acostumado com provas de Nascar.

Austin é com certeza o caso de maior sucesso de público do GP dos EUA de F1
Austin é com certeza o caso de maior sucesso de público do GP dos EUA de F1 (Foto: Peter Fox/Getty Images/Red Bull Content)

Só que tudo ficou pronto e o GP dos Estados Unidos se tornou um grande sucesso de público. A pista foi projetada pelo arquiteto Hermann Tilke, responsável por diversos outros autódromos do Mundial, e assim assumiu um estilo mais dentro do padrão da F1. A cada ano, a corrida apenas cresceu em apelo de público e em 2022 o Circuito das Américas recebeu um recorde de 400 mil pessoas durante todo o final de semana.

Aliás, a própria pista, projetada a princípio para a F1, passou a ter uma programação de sucesso, recebendo não só campeonatos mundiais como WEC e MotoGP, mas também provas de categorias americanas como Indy e Nascar, sempre com sucesso.

E mesmo com a chegada de novas etapas da F1 a outras cidades do país, Austin segue como sede do GP dos Estados Unidos e teve seu contrato com a F1 renovado até 2026.

Miami (a partir de 2022)

Mesmo com o sucesso da corrida em Austin, a F1 seguiu se esforçando para ter uma segunda prova nos Estados Unidos, preferencialmente em um grande centro de destino turístico. Dois alvos foram acertados: um retorno a Las Vegas e uma prova em Miami.

O empresário do setor imobiliário Stephen Ross, proprietário do time de futebol americano Miami Dolphins, é desde o começo um dos principais nomes da organização da etapa na Flórida. A princípio, a ideia era de realizar a corrida na região do porto, onde já tinham sido realizadas provas de outras categorias nos anos 70 e 80.

A corrida, no entanto, não recebeu apoio local e a área foi descartada porque iria interferir demais no funcionamento da cidade. O evento como um todo recebeu diversas críticas de líderes locais e políticos. Ross não desistiu e seguiu trabalhando para então levar a corrida para o entorno do estádio do próprio Dolphins. Ainda assim, a comunidade local se posicionou contrária e muita negociação sobre os horários e ruas aconteceram.

Obras do circuito de Miami no entorno do estádio do Dolphins. Traçado será parte em rua e parte construído especialmente para a F1 no estacionamento da Arena (Foto: Miami GP)

A F1 conseguiu enfim convencer comunidade, líderes locais e a prefeitura a topar o evento a partir de 2022, assumindo a responsabilidade inclusive de ações sociais na comunidade e de encontrar horários de fechamento das ruas que não atrapalhem o funcionamento das escolas e comércio.

Um circuito está sendo construído no entorno do estádio Hard Rock, onde também acontece o Masters de Miami de tênis, e usará ruas e parte do estacionamento.

Las Vegas (a partir de 2023)

Mesmo fechando contrato com Miami, a F1 não desistiu de voltar a Las Vegas. A ideia sempre foi de fazer um circuito de rua com uma corrida noturna, aproveitando as luzes dos grandes cassinos e hotéis.

O anúncio oficial veio agora no final de março de 2022 para uma prova que deve acontecer em novembro de 2023. A programação será cheia de novidades, com os treinos livres acontecendo na quinta-feira e a corrida no sábado à noite.

Traçado do novo GP de Las Vegas da F1 (Imagem: F1)

O novo circuito terá 6,1 Km de extensão, com 14 curvas. Os carros irão cruzar uma grande reta de 2 Km pela famosa avenida Las Vegas Strip, passando pelos principais pontos icônicos de turismo da cidade. Neste setor, pelas simulações da F1, os carros devem alcançar os 342 Km/h. A receita é a mesma utilizada em Baku e Jeddah, de um circuito de rua de alta velocidade.

Desta forma, a F1 volta a fincar com força seu pé nos Estados Unidos, agora tentando não sair mais.

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