(Foto: Adam Pretty/Getty Images/ Red Bull Content)

AlphaTauri irá mudar de nome e terá operação próxima da Red Bull

Um dos principais dirigentes da divisão de automobilismo da Red Bull, Helmut Marko anunciou mudanças importantes na AlphaTauri. A equipe já vem em um processo de mudanças internas nos últimos meses e chegou até ter sua venda estudada pelo grupo austríaco.

A novidade revelada por Marko nesta semana é que a equipe AlphaTauri deve mudar de nome em 2024 com a chegada de um novo patrocinador master. O time era conhecido como Toro Rosso até 2019, quando a empresa revolveu rebatizá-lo com sua marca de moda. O novo nome, porém, ainda não foi revelado.

Antes de ser adquirida pela Red Bull, em 2005, a equipe se chamava Minardi, esquadra carismática e muito querida pelos fãs, mas que na época, já sob controle do empresário australiano Paul Stoddart, se arrastava pelas últimas posições do grid.

A Red Bull vinha nos últimos meses cogitando a possibilidade de vender a equipe e deixar de ter dos times na F1. No final das contas, no começo de 2023, anunciou que tinha decidido manter a estrutura secundária, que é a porta de entrada para os jovens pilotos do programa de formação da companhia.

Só que entre a decisão de seguir com a organização sediada em Faenza, na Itália, e o péssimo desempenho do time em 2023, a mudança de nome será acompanhada por transformações bastante radicais em todo o desenho da operação.

Uma das questões apontadas por Marko é que, aproveitando as recentes mudanças do regulamento que aumentaram a permissão de um número maior de peças compradas de concorrentes e a maior cooperação técnica entre times da F1, o grupo quer aproximar e centralizar parte do desenvolvimento dos carros de suas duas equipes.

“Vai ter novos patrocinadores e um novo nome. A orientação é clara: se basear na Red Bull Racing o máximo que o regulamento permitir. Construir tudo você mesmo é o caminho errado”, afirmou Marko ao portal austríaco Kleine Zeitung, sem revelar, no entanto, o novo nome da escuderia.

Equipe júnior da Red Bull, AlphaTauri mudará de nome pela segunda vez desde que foi comprada pela empresa austríaca (Foto: Rudy Carezzevoli/Getty Images / Red Bull Content)
Equipe júnior da Red Bull, AlphaTauri mudará de nome pela segunda vez desde que foi comprada pela empresa austríaca (Foto: Rudy Carezzevoli/Getty Images / Red Bull Content)

A sede em Faenza, pelo menos em um primeiro momento, será mantida, mas a equipe terá uma estrutura ainda maior do que já tem hoje na cidade de Bicester, na Inglaterra, onde fica a Red Bull Advanced Technologies. A divisão é a responsável por todo o desenvolvimento dos carros da Red Bull e já cooperava a engenharia da AlphaTauri.

Muitos engenheiros do time italiano já ficavam baseados em Bicester. Só que agora, a aproximação será ainda maior, com a promessa até da construtução de uma nova estrutura para garantir que praticamente todo o grupo de engenharia do time trabalhe mais próximo dos responsáveis pela equipe principal do grupo. Toda a área de aerodinâmica, por exemplo, ficará na sede de Bicester.

A ideia não é só economizar custos e melhorar o desempenho especificamente da AlphaTauri. Mas também de abrir mais espaço no orçamento total da própria Red Bull, que fica mais próxima do teto imposto pela F1, através de uma melhor distribuição destes gastos de desenvolvimento técnico entre as duas equipes do grupo.

“A cooperação com a Red Bull Racing vai ser mais próxima, também em termos de teto de custos e sinergias”, explicou Marko.

Mudanças na administração na AlphaTauri

A – ainda – AlphaTauri já tem outras mudanças importantes anunciadas desde o mês de abril. Desta forma, a mudança de nome e formato do desenvolvimento técnico irá acontecer durante uma transição importante também em sua administração.

Franz Tost, chefe da AlphaTauri desde 2006, quando ela ainda se chamava Toro Rosso, irá deixar p cargo principal da organização ao final da atual temporada. Ele passa a atuar como conselheiro a partir de 2024. Para o seu lugar, foi contratado Laurent Mekies.

O francês já trabalhou na equipe quando ela ainda se chamava Minardi, entre 2001 e 2004, e depois da aquisição pela Red Bull, seguiu como engenheiro chefe da Toro Rosso até 2014, quando foi contratado pela FIA para ser diretor de segurança da entidade. Em 2018, ele se transferiu para a Ferrari, onde permaneceu até o começo de 2023 passando pelos cargos de diretor esportivo e de corridas.  

Franz Tost e Helmut Marko foram os dois principais responsáveis pela Toro Rosso/AlphaTauri desde a compra da equipe, em 2004 (Foto: Peter Fox/Getty Images / Red Bull Content)
Franz Tost e Helmut Marko foram os dois principais responsáveis pela Toro Rosso/AlphaTauri desde a compra da equipe, em 2004 (Foto: Peter Fox/Getty Images / Red Bull Content)

A equipe ainda contratou Peter Bayer, que trabalhou na FIA até 2022 como diretor executivo de F1 e secretário geral de esportes, para ser o CEO da organização. Assim, ele será responsável por toda a parte administrativa e supervisionará a direção estratégica da equipe tanto em Faenza como na operação técnica na Inglaterra.

Formação de pilotos

Desde que foi adquirida pela Red Bull, a Toro Rosso/Alpha Tauri se tornou uma importante incubadora de pilotos para a empresa. Muitos tiveram a chance de serem promovidos para equipe principal e até conquistarem vitórias e resultados importantes.

Outros não conseguiram a chance, porém, passaram anos competindo na estrutura com a oportunidade de permanecerem na F1 se desenvolvendo sem precisarem buscar grandes patrocinadores.

A lista dos nomes revelados pela equipe é grande e tem entre eles, por exemplo, Sebastian Vettel, Daniel Ricciardo, Max Verstappen, Carlos Sainz, Alex Albon, Pierre Gasly, Sébastien Buemi, Jean Éric-Vergne e Daniil Kvyat. Desde 2005, a organização conquistou duas vitórias, ambas em Monza: no GP da Itália de 2008, com Vettel, e de 2020, com Gasly.

Gasly venceu de forma surpreendente o GP da Itália de 2020 pela AlphaTauri (Foto: Mark Thompson/Getty Images / Red Bull Content)
Gasly venceu de forma surpreendente o GP da Itália de 2020 pela AlphaTauri (Foto: Mark Thompson/Getty Images / Red Bull Content)

Marko promete que a próxima encarnação da Toro Rosso/AlphaTauri vai seguir com esse conceito de equipe júnior. Não se sabe, porém, o que vai acontecer com a atual dupla de pilotos. Yuki Tsunoda está em sua terceira temporada pelo time e tem contrato apenas até o final de 2023.

A pressão maior, no entanto, parece estar sob o novato Nyck de Vries. O holandês de 28 anos teve passagens pelos programas de formação da McLaren e Mercedes durante sua carreira nas categorias de base e conquistou os títulos da F2 em 2019 e da Fórmula E em 21.

Após anos se dividindo entre o time da Mercedes na categoria de carros elétricos e o posto de piloto de testes da marca alemã na F1, ele recebeu uma chance de estrear na F1 pela Williams no GP da Itália de 2022 substituindo Albon, doente.

Um bom nono lugar fez a Red Bull resolver lhe dar uma chance na AlphaTauri, já que a empresa não tinha nenhum piloto com Superlicença em seu programa de formação para promover à F1. Os resultados até o momento em 2023, no entanto, não estão sendo bons, e o piloto vem cometendo uma série de erros, o que já fez com que rumores sobre uma possível substituição comecem a circular no paddock da F1.

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