(Foto: Sebastiaan Rozendaal / Dutch Photo Agency)

F2 e F3: conheça grids e principais histórias da base da F1 em 2023

Além da F1, o Bahrein também vai sediar no próximo final de semana (03-05/03) a abertura dos campeonatos da F2 e F3, categorias de base diretas do Mundial.

Dos três estreantes da F1 em 2023, apenas um vem direto destes certames: o americano Logan Sargeant, na Williams, que foi quarto colocado na F2 em 2022 com duas vitórias. Porém, os outros dois também tem passagens bastante recentes pelas séries que formam o caminho para chegar ao Mundial.

Oscar Piastri fez muito barulho ao conquistar em sequência os títulos da F3 em 2020 e da F2 em 2021. Isso sem contar que ele já vinha de levantar a taça também da F-Renault Europeia em 2019. No ano passado, ele não competiu em nenhum campeonato, focando em seu papel de piloto reserva da Alpine.

Piloto do programa de formação da marca francesa, o australiano criou um grande rebuliço ao negar a proposta de se tornar titular feita pela equipe azul após a transferência de Fernando Alonso para Aston Martin. Acontece que Piastri tinha cansado de esperar e já tinha fechado um acordo com a McLaren, por quem vai estrear na F1 em 2023. Já contamos os detalhes deste imbróglio aqui no Projeto Motor.

Enfim, chegamos a Nyck de Vries. O holandês esperou por mais de três anos pela oportunidade que parecia que nem surgiria mais. Campeão da F2 em 2019, ele tinha deixado naquele mesmo ano o programa de jovens da McLaren e depois da Audi (que o abriu oportunidades de algumas participações no WEC na classe LMP2).

Ele então foi contratado pela Mercedes para fazer parte do programa da equipes, incluindo a vaga de titular na Fórmula E pela marca, conquistando o título mundial em 2021, e a atividade de piloto de testes no time de F1.

Desde então ele seguiu com essas responsabilidades até que em 2022, pela relação da Mercedes com suas clientes de motores, De Vries fez uma participação no GP da Itália. Primeiro participando do treino livre pela Aston Martin e depois indo para a corrida como substituto do doente Alex Albon na Williams.

A boa impressão deixada na participação em Monza, em que largou em oitavo e terminou em nono, marcando dois pontos, o recolou no mercado. Sem chances debaixo do guarda-chuva da Mercedes, ele aceitou então a proposta da Red Bull para se tornar titular na AlphaTauri em 2023.

Essas histórias mostram a importância que a F2 e F3 ainda possuem como caminho principal para a F1, fortalecida ainda pelo sistema de pontos para Superlicença implementado nos últimos anos pela FIA.

Brasileiros da F2 e F3 em 2023

Depois de celebrar o título de 2022 na F2 com Felipe Drugovich, que encerrou um jejum de 22 anos do Brasil na principal categoria de acesso da F1, mais uma leva de brasileiros briga para subir a escada do Mundial em 2023.  

Na F3, Caio Collet parte para sua terceira temporada na categoria, depois de um nono e oitavo lugares nas participações anteriores. Em 2022, ele conquistou suas duas primeiras vitórias no campeonato.

Collet deixou o programa da Alpine após quatro anos. Desde seu título na F4 Francesa, em 2018, a marca francesa vinha gerenciando sua carreira. Com um novo esquema para competir em 2023, ele também mudou de equipe após duas temporadas na MP. Em 2023, ele irá competir pela Van Amersfoort Racing.

Collet terá a companhia de outros dois brasileiros neste ano. Gabriel Bortoleto, que faz sua estreia na categoria competindo pela equipe Trident, vem de um sexto lugar na FRECA (F-Regional Europeia). O paulista ainda não tem ligação com nenhum programa de equipes de F1, mas assinou em 2022 um contrato de agenciamento com a empresa de Fernando Alonso.

O outro representante do país na categoria será o carioca Roberto Faria, que fez sua entrada no automobilismo europeu pelo tradicional – mas menos utilizado no últimos tempos – caminho da Inglaterra. Em 2022, ele terminou a GB3 (campeonato que utiliza monopostos similares à FRECA) na quinta posição. Ele irá correr pela PHM.

Agora correndo pelo programa da Red Bull, Enzo Fittipaldi será o representante brasileiro na F2
Agora correndo pelo programa da Red Bull, Enzo Fittipaldi será o representante brasileiro na F2 (Foto: Dutch Photo Agency / Red Bull Content)

Na F2, Enzo Fittipaldi parte para sua segunda temporada na categoria, porém, em uma situação bastante nova. Depois de fazer sua estreia pela Charouz, time que normalmente frequenta a parte de trás do grid, seus bons desempenhos individuais chamaram a atenção da Red Bull.

Fittipaldi, que já fez parte da Academia da Ferrari entre 2017 e 20, fechou acordo com o programa da equipe austríaca, que o colocou para correr em 2023 pela equipe Carlin, tradicional parceira da empresa nas categorias de base e que foi vice campeã de times em 2022.

O desempenho de Fittipaldi será bastante observado para uma possibilidade na F1. Porém, ele terá uma dura concorrência, já que a Red Bull possui nesta temporada nada menos do que seis pilotos de seu programa na F2. E além dessa tropa, também é preciso ficar de olho no neozelandês Liam Lawson, que tem certo prestígio dentro da Red Bull, e que em 2023 vai competir na Super Fórmula japonesa com apoio tanto na equipe austríaca quanto da Honda.

Quem ficar de olho na F2

O grid da F2 em 2023 está bastante recheado de nomes importantes da base dos últimos anos, o que abre a possibilidade de um campeonato que deve gerar algum interesse não só do público, mas também de dirigentes da F1.

Dos 22 pilotos do novo grid, 12 já possuem algum tipo de contrato ou suporte de times da categoria principal. São eles:

Theo Pourchaire (FRA) – Sauber-Alfa Romeo
Jack Doohan (AUS) – Alpine
Victor Martins (FRA) – Alpine
Jak Crawford (USA) – Red Bull
Enzo Fittipaldi (BRA) – Red Bull
Isack Hadjar (FRA) – Red Bull
Dennis Hauger (NOR) – Red Bull
Ayumu Iwasa (JAP) – Red Bull
Zane Maloney (BRB) – Red Bull
Ollie Bearman (GBR) – Ferrari
Arthur Leclerc (MON) – Ferrari
Frederik Vesti (DNK) – Mercedes

Os quatro primeiros colocados da F3 de 2022 (Martins, Maloney, Bearman e Hadjar) chegam com uma moral considerável e já são nomes bastante comentados como candidatos a surpresa logo em uma primeira temporada na F2.

Entre os pilotos que já trazem alguma experiência na categoria, Fittipaldi, Pourchaire, Iwasa, Doohan, Vesti e Hauger são os que também aparecem como boas apostas para brigarem pelo título.

Com apoio da Ferrari e correndo pela bem estruturada equipe Prema, Ollie Bearman é um dos pilotos que devem chamar a atenção na F2 em 2023
Com apoio da Ferrari e correndo pela bem estruturada equipe Prema, Ollie Bearman é um dos pilotos que devem chamar a atenção na F2 em 2023 (Foto: Prema/Divulgação)

Confira o grid da F2

MP Motorsport: Dennis Hauger e Jehan Daruvala
Carlin: Enzo Fittipaldi e Zane Maloney
ART Grand Prix: Theo Pourchaire e Victor Martins
Prema Racing: Frederik Vesti e Oliver Bearman
Hitech Pulse-Eight: Jak Crawford e Isack Hadjar
DAMS: Ayumu Iwasa e Arthur Leclerc
Virtuosi Racing: Jack Doohan e Amaury Cordeel
PHM Charouz: Roy Nissany e Brad Benavides
Trident: Roman Stanek e Clement Novalak
Van Amersfoort Racing: Richard Verschoor e Juan Manuel Correa
Campos Racing: Kush Maini e Ralph Boschung

Quem ficar de olho na F3

Com 10 pilotos de 2022 subindo para a F2, a F3 continua mostrando sua importância na escada da F1, principalmente como uma porta de entrada para os pilotos participarem de provas dentro da programação dos GPs do Mundial.

Entre os pilotos que se destacam para se tornarem candidatos ao título de 2023, aparecem na lista os brasileiros Collet e Bortoleto. O primeiro pela sua experiência de duas temporadas na F3 e o segundo pelo bom retrospecto em outros campeonatos.  

Caio Collet tentará usar a experiência de duas temporadas na F3 para brigar pelo título em 2023
Caio Collet tentará usar a experiência de duas temporadas na F3 para brigar pelo título em 2023 (Foto: Sebastiaan Rozendaal / Dutch Photo Agency)

Porém, a lista de nomes é bastante grande, com algumas promessas que já chamam muita atenção de todos no paddock. Estão entre eles:

Dino Beganovic, Suécia, atual campeão da FRECA e representante da Academia Ferrari;
Paul Aron, Estônia, terceiro colocado da FRECA e representante do programa júnior da Mercedes
Grégoire Saucy, Suíça, que parte para sua segunda temporada na F3;
Nikola Tsolov, Bulgária, campeão da F4 espanhola e membro da programa da Alpine;
Franco Colapinto, Argentina, que faz seu segundo ano na F3 agora como membro do programa da Williams;
Gabriele Mini, Itália, vice da FRECA e membro do programa da Alpine;
Oliver Gray, Grã-Bretanha, vice da F4 britânica e membro do programa da Williams;}
Hugh Barter, França, vice da F4 francesa;
Luke Browning, Grã-Bretanha, campeão da GP3.

Também vale destacar Sophia Florsch, que após duas temporadas retorna à F3. A alemã de 22 anos não ficou parada neste tempo e competiu em categorias de alto nível como o DTM e o WEC, e pode surpreender justamente por sua maior experiência com carros mais potentes contra um grid bem mais jovem.

Por outro lado, Florsch deve sofrer pela menor estrutura de sua equipe, a PHM, que é a única estreante no grid da F3 em 2023.

Confira o grid da F3

Prema Racing: Paul Aron, Dino Beganovic e Zak O’Sullivan
Trident: Leonardo Fornaroli, Gabriel Bortoleto e Oliver Goethe
ART Grand Prix: Kaylen Frederick, Grégoire Saucy e Nikola Tsolov
MP Motorsport: Franco Colapinto, Mari Boya, Jonny Edgar
Hitech Pulse-Eight: Sebastian Montoya, Gabriele Mini e Luke Browning
Van Amersfoort Racing: Caio Collet, Rafael Villagómez e Tom Smith
Carlin: Oliver Gray, Hunter Yeany e Ido Cohen
Campos Racing: Pepe Martí, Christian Mansell e Hugh Barter
Jenzer Motorsport: Nikita Bedrin, Taylor Barnard e Alejandro García
PHM Racing by Charouz: Sophia Florsch, Roberto Faria e Piotr Wisnicki

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