(Foto: Lucas Santochi/Projeto Motor)

Conheça a história, a coleção e como funciona o museu de Indianápolis

O Indianápolis Motor Speedway é sede de uma das maiores corridas do esporte a motor do mundo e recebe cerca de 300 mil pessoas todo final de maio para a Indy 500. Mas a experiência dos carros de hoje na pista pode ficar ainda mais completa quando se visita o museu do autódromo, localizado dentro de suas dependências, entre as curvas um e dois do traçado.

Fundado em 1956 pelo então proprietário do circuito, Tony Hulman, o museu tem em sua posse mais de 300 carros, sendo de Indy, F1, stock cars, pace cars e até alguns carros de passeio icônicos e que tenham alguma ligação com a indústria automobilístico do estado de Indiana.

Na coleção principal, estão 34 carros que venceram a Indy 500, a maior coleção do tipo no mundo. Entre eles, estão por exemplo, o Marmon Wasp que levou Ray Harroun à vitória na primeira edição das 500 Milhas da história, em 1911. O visitante também pode ver modelos como o Coyote-Foyt de uma das vitórias de AJ Foyt, em 1977, ou até modelos mais recentes como o Reynard-Ford do triunfo de Jacques Villeneuve em 1995 ou o Dallara IR-05-Honda do ganhador de 2011, Dan Wheldon.

Os carros vitoriosos da Indy 500 ficam uma exposição fixa logo no hall de entrada do museu. No seu entorno, porém, o visitante também pode conferir outros artefatos como cartazes, ingressos, capacetes, macacões e equipamentos antigos que foram guardados, restaurados e preservados pelo museu.

Outros modelos, ficam em um estoque localizado no porão do museu, e participam eventualmente de outras exposições. A que está acontecendo em maio de 2023, por exemplo, quando a reportagem do Projeto Motor visitou o local durante sua cobertura da Indy 500, é sobre pilotos que terminaram a prova em segundo e nunca mais tiveram chance de conquistar a vitória.

Nela, está por exemplo o Lola T91-Chevrolet da equipe Newman-Haas com o qual Michael Andretti conseguiu seu melhor resultado em uma Indy 500, o segundo lugar de 1991. Também figura na exposição o Lola-Chevrolet em que Scott Goodyear terminou apenas 43 milésimos atrás do vencedor Al Unser Jr, até hoje a menor diferença entre primeiro e segundo na história da corrida.

O brasileiro Christian Fittipaldi também está representado nesta exposição especial pelo seu capacete de 1995, ano em que ficou com o vice-campeonato da corrida, atrás de Villeneuve.

Em um terceiro setor das instalações, existe toda uma área direcionada às tradições da Indy 500 e explicações gerais sobre a história da prova. O visitante também tem acesso a simuladores de corrida e pode ver, de bem perto (bem perto mesmo!), o famoso troféu original Borg-Warner, em que os rostos de cada vencedor das 500 Milhas é esculpido.

Trabalho de restauração e preservação do museu de Indianápolis

O Projeto Motor foi recebido no museu de Indianápolis pelo chefe de conteúdo digital da instituição, Luke Edwards, que contou detalhes sobre como são feitas as restaurações e manutenção dos carros e demais artefatos que estão guardados no local.

“Temos duas equipes aqui. A primeira é a equipe de restauração que consiste em  sete pessoas que são de origens diversas. Temos alguns caras aqui que vieram das corridas. Sejam engenheiros, especialistas em caixas de câmbio e especialistas em fabricação com metais. Alguns deles trabalharam em equipes, e alguns trabalharam em carros vencedores que estão aqui”, disse Edwards.

O museu do autódromo de Indianápolis fica dentro do anel do circuito, entre as curvas um e dois do traçado
O museu do autódromo de Indianápolis fica dentro do anel do circuito, entre as curvas um e dois do traçado (Foto: Lucas Santochi/Projeto Motor)

Um dos pontos principais, segundo o representante do museu, é que todos os carros armazenados no museu não ficam parados por muito tempo. Todos eles funcionam, andam na pista de tempos em tempos, e passam por revisões constantes para garantir que sigam ativos.

“Nenhum desses carros foi projetado para ficar parado. Eles foram projetados para terem fluídos correndo por eles, para o motor funcionar, para as rodas girarem, e os rolamentos serem lubrificados. Então, para manter nossa coleção preservada, servindo às próximas gerações, os carros precisam andar”, afirmou.

A segunda parte da equipe é composta por pessoas com experiência em museus, catalogação, preservação e alojamento de diferentes tipos de materiais e informações, para que nada seja perdido.

Como visitar o museu

Uma das partes mais legais é que você não precisa estar em Indianápolis apenas durante os dias da Indy 500 em maio para conhecer o museu do autódromo. O local fica aberto 363 dias por ano, fechando apenas no natal e dia de ação de graças.

No local, durante todo o ano, também são realizados diversos eventos com ex-pilotos e celebridades ligadas à Indy, às 500 Milhas de Indianápolis e ao automobilismo no geral.

Além disso, o visitante do museu tem a possibilidade de em qualquer momento conseguir ver a tradicional pista e até fazer tours organizados dentro do traçado e instalações do circuito.

Veja mais detalhes sobre o museu e a entrevista completa com Luke Edwards no vídeo acima.

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