Os cinco melhores pilotos americanos da história da F1
A relação entre os Estados Unidos e a F1 sempre foi cheia de altos e baixos. A categoria já teve diversas sedes para seus GPs no país, chegando a três nos anos 80 em uma mesma temporada, o que inclusive será repetido em 2023, e muitos pilotos americanos e equipes.
Alguns desses nomes tiveram bastante sucesso, outros nem tanto. O interesse por parte dos americanos também sempre foi questionado enquanto a F1 sempre sonhou em se tornar mais popular nos Estados Unidos por questões comerciais.
Mas a verdade é que muitos dos planos da categoria fracassaram pelo fato da própria F1 esbarrar em suas próprias pernas, como na crise dos pneus no GP de 2005 ou pela falta de flexibilidade em sua rotina para incorporar costumes do público americano.
Nos últimos tempos, com a compra dos direitos comerciais da F1 por uma empresa americana, o Grupo Liberty, alguns projetos foram reformulados. Os GPs locais estão ganhando mais a cara dos promotores americanos, a transmissão também ganhou formatos com os quais os espectadores estão mais acostumados, sem dizer da série de bastidores do Mundial na Netflix, que faz bastante sucesso por lá.
E os números de audiência já demonstram um interesse cada vez maior dos americanos pela F1. Hoje a categoria também tem uma equipe local, a Haas, mas ainda falta a cereja no bolo, que seria um piloto.
Um nome que surgiu com força nos últimos tempos foi o do promissor Colton Herta, que compete na Indy, mas, como já explicamos aqui no Projeto Motor, ele não tem direito a uma Superlicença para correr já em 2023. Outro que pode estar abrindo caminho é de Logan Sargeant, que precisa confirmar seu terceiro lugar no campeonato da F2 para garantir uma Superlicença e assim ter uma chance. Ele já é piloto de testes da Williams.
A falta de um piloto competitivo nas últimas décadas afasta, no entanto, da memória dos fãs o grande sucesso que americanos já tiveram na F1. E nesta lista, o Projeto Motor relembra que foram os cinco que mais chamaram a atenção na história do Mundial:
Peter Revson
GPs: 30 (1964-74)
Equipes: McLaren (23 GPs), Reg Parnell Racing (4), Shadow (2) e Tyrrell (1)
Melhor posição campeonato: 5º (1972 e 73)
Vitórias: 2
Poles: 1
Pódios: 8
Revson teve duas passagens pela F1. A primeira nos anos 60 e a segunda, já nos 70, após obter bastante sucesso no automobilismo americano na Can-Am e Indy, principalmente com carros da McLaren.
E foi na equipe inglesa que ele também teve seus melhores momentos na F1, com suas duas vitórias em 1973 com o modelo M23. Ao final daquela temporada, ele terminou à frente do companheiro campeão mundial, Denny Hulme, em quinto no campeonato, repetindo o seu resultado do ano anterior.
Mesmo assim, para o ano seguinte, ele perdeu a vaga para Emerson Fittipaldi e participou de apenas mais dois GPs pela Shadow.
Richie Ginther
GPs: 52 (1960-66)
Equipes: Owen Racing (29), Honda (11), Ferrari (10) e Cooper (2)
Melhor posição campeonato: 3º (1963)
Vitórias: 1
Poles: 0
Pódios: 14
Piloto de bastante talento, Richie Ginther foi convencido por seu compatriota Phil Hill a tentar uma carreira europeia na F1. O próprio Hill abriu ainda as portas da Ferrari para a sua estreia no Mundial em 1960, quando teve um sucesso relativo ao terminar entre os seis primeiros em três de suas quatro participações, incluindo um segundo lugar no GP da Itália.
Seus grandes momentos na F1, no entanto, foram pela BRM, em 1963, com cinco pódios e o terceiro lugar no campeonato atrás do campeão Jim Clark e empatado com o companheiro de equipe, Graham Hill, e principalmente na primeira vitória da história da Honda, em 1965.
Phil Hill
GPs: 47 (1958-64)
Equipes: Ferrari (30), Cooper (10), ATS (5), Lotus (1) e Maserati (1)
Melhor posição campeonato: 1º (1961)
Vitórias: 3
Poles: 6
Pódios: 16
Phil Hill é um dos nomes mais importantes do automobilismo americano e que construiu durante os anos 50 e 60 uma relação próxima com a Ferrari. Pelo time de Maranello, ele conquistou três vezes as 24 Horas de Le Mans e duas vezes as 12 Horas de Sebring.
Os bons resultados no endurance lhe abriram as portas para ele correr pela equipe na F1. Ele conquistou resultados importantes em 59, quando foi o melhor piloto da equipe na quarta posição do campeonato, e se tornou o primeiro americano campeão mundial em 1961.
A conquista, no entanto, veio embrulhada em luto, já que veio acompanhada da morte de seu companheiro de equipe, Wolfgang von Trips, que liderava o campeonato até seu acidente fatal no GP da Itália.
Dan Gurney
GPs: 86 (1959-70)
Equipes: Brabham (30), AAR (27), Porsche (15), Owen Racing (7), McLaren (3) e Ferrari (4)
Melhor posição campeonato: 4º (1961 e 65)
Vitórias: 4
Poles: 3
Pódios: 19
Apesar dos números não serem tão impressionantes, Dan Gurney foi um dos melhores pilotos da década de 60 e um dos mais completos da história do automobilismo.
O americano chamou a atenção no endurance, competindo pela North America Ferrari e foi contrato para correr na F1 pela BRM. Ele passou anos, no entanto, sofrendo com carros difíceis e de pouca confiabilidade, mas sempre impressionando por suas atuações individuais. Entre elas, a que levou a Porsche a sua única vitória como equipe no GP da França de 1961.
Seus melhores momentos, no entanto, foram na Brabham, entre 1963 e 65, quando se menteve sempre como um piloto de pelotão de frente. Sua grande chance de conquistar o título poderia ter sido em 66, quando a Brabham fez um ótimo carro e seu fundador, Jack, levou a taça, mas naquela temporada ele preferiu deixar o time para fundar a sua própria equipe, a Anglo American Racers (AAR), e se tornar um construtor de carros para diversas categorias, incluindo a F1.
Mario Andretti
GPs: 128 (1968-82)
Equipes: Lotus (79), Parnelli (16), Alfa Romeo (15), Ferrari (12), March (5) e Williams (1)
Melhor posição campeonato: 1º (1978)
Vitórias: 12
Poles: 18
Pódios: 19
Mario Andretti é sem dúvida nenhuma um dos maiores nomes da história do automobilismo americano e da F1. Quando ele chegou à categoria, Andretti já era bicampeão da USAC, primeira versão da Indy.
Durante anos, ele optou por campanhas divididas, correndo tanto na F1 quanto nos Estados Unidos, dando, no entanto, prioridade para o segundo. Quando focou no Mundial, no entanto, ele rapidamente se consolidou.
Isso aconteceu principalmente na segunda metade da década de 70, quando ele chegou à Lotus. Em 77, ele ficou em terceiro no campeonato, e em 78, aproveitando-se do revolucionário modelo Lotus 79 levou o título ao bater em disputa direta o companheiro de equipe, Ronnie Peterson.
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