(Foto: Dan Mullan/Getty Images/Pirelli)

7 razões para 2021 entrar para a lista de melhores temporadas da F1

A temporada de 2021 da F1 certamente entrará para a história como um dos campeonatos mais intensos que a categoria já viu. Uma disputa parelha pelo título terminou na coroação de Max Verstappen como campeão mundial, e o que não faltou ao longo do ano foram polêmicas, disputas e muita imprevisibilidade.

Nesta pequena retrospectiva, o Projeto Motor relembra aqui sete motivos para colocarmos a temporada de 2021 da F1 no hall das melhores de todos os tempos.

Duas equipes no páreo pelo título da F1

Fazia muito tempo que a F1 não contava com uma disputa tão acirrada entre duas equipes diferentes, e que tenha se prolongado por todo o ano. A Mercedes, que havia conquistado todos os títulos de 2014 para cá, sofreu um revés com os ajustes no regulamento aerodinâmico para 2021, o que tirou a vantagem que ela havia obtido no ano passado.

Em contrapartida, a Red Bull ganhou muito terreno com isso. A equipe das bebidas energéticas se mostrou forte não apenas em termos de ritmo, mas também em confiabilidade e operações de estratégia. O time queria fechar um ciclo com estilo no ano de despedida da Honda, então o duelo com a Mercedes foi intenso.

A relação de forças oscilava durante o ano: ora a Mercedes tinha vantagem, ora a Red Bull parecia mais forte, e este foi o tempero que faltava para uma disputa histórica.

Verstappen x Hamilton: um duelo histórico

O contexto parelho entre Mercedes e Red Bull proporcionou um confronto mano a mano entre Lewis Hamilton e Max Verstappen na luta pelo título. Os dois disputaram posição na pista do primeiro ao último GP do ano, sendo que eles ocuparam as primeiras posições do pódio em 14 de 22 corridas.

E, ao longo da batalha, houve vários momentos de prender a respiração, mas, em outros as coisas saíram do controle. Hamilton e Verstappen tiveram pelo menos três colisões de maior intensidade, com destaque para Silverstone, que resultou no abandono do holandês, Monza, que eliminou os dois da prova, e Arábia Saudita, quando a luta pelo título se aproximava dos momentos decisivos.

Verstappen, representante da ala jovem do grid, tentava desbancar o veterano e consagrado heptacampeão Hamilton, e isso deu origem a uma narrativa que ficará marcada na história da F1.

Verstappen e Hamilton dividem curva na Arábia Saudita
(Foto: Mark Thompson/Getty Images/Getty Images)

Decisão na última volta da última prova

E a disputa se manteve parelha e imprevisível literalmente até os segundos finais da temporada de 2021. Em anos anteriores, como 2017 e 2018, Hamilton até chegou a ter resistência da Ferrari e de Sebastian Vettel, mas, de alguma forma, ele conseguiu abrir vantagem no fim e conquistar os títulos por antecipação. Este não foi o caso de 2021.

Verstappen e a Red Bull se mantiveram fortes durante toda a campanha, e em certo momento parecia que seriam eles que conquistariam o título de forma antecipada. Só que a Mercedes soube responder ao desafio, e cresceu na reta final da campanha, emendando três vitórias seguidas, incluindo dois triunfos históricos no Brasil e Arábia Saudita.

Assim, os dois postulantes ao título chegaram à corrida final empatados, algo que não acontecia desde a distante temporada de 1974. E na decisão, para variar, houve mais duelos diretos entre Hamilton e Verstappen, com mais polêmicas.

O safety car nas voltas finais provocou uma reviravolta na disputa, e Verstappen só fez a ultrapassagem do título na volta final da temporada. Isso tudo gerou muita controvérsia e revolta da Mercedes, já que a equipe alemã protestou contra os procedimentos adotados pela direção de prova. Foi um desfecho intenso e polêmico, mas que simbolizou toda a loucura que foi a F1 em 2021.

Corridas que ficarão para a história da F1

2021 foi um campeonato marcado não apenas pela disputa lá na ponta, mas também por corridas que individualmente fizeram história. E nem estamos falando de episódios que envolveram apenas Hamilton e Verstappen.

Por exemplo, a confusão com a chuva na Hungria abriu a oportunidade para uma vitória inesperada de Esteban Ocon, da Alpine. Em Monza, uma das três corridas que contaram com a Sprint Race, Daniel Ricciardo teve fim de semana impecável para comandar uma dobradinha da McLaren, no primeiro triunfo da equipe inglesa desde 2012. Já na Rússia, Lando Norris também chegou perto de vencer, mas a chuva também proporcionou um fim de prova caótico.

Do lado que marcou negativamente, houve até uma corrida que não aconteceu na Bélgica devido ao mau tempo, o que até resultou no inesperado pódio de George Russell com a Williams. Ao todo, oito equipes subiram ao pódio, ou seja, todas tirando Alfa Romeo e Haas. Desde 2009 a F1 não via tanta equipe diferente no pódio. 

Jovens talentos se tornaram protagonistas

Uma outra coisa importante também aconteceu em 2021: a categoria serviu de terreno para que novas estrelas crescessem e ganhassem espaço, o que indica que ela estará bem servida de talento para os anos futuros. Por exemplo, Lando Norris desencantou de vez em sua terceira temporada na McLaren, quando conquistou uma pole position, subiu quatro vezes ao pódio e por pouco não triunfou em Sochi.

Outro que deslanchou foi George Russell, que obteve seus primeiros pontos com a Williams, e até largou da primeira fila e subiu no pódio em Spa. Aliás, a performance de Russell se destacou tanto que a Mercedes confirmou sua contratação para 2022, quando o jovem inglês formará dupla com Hamilton, o que trará uma nova e intrigante dinâmica para a equipe.

Lando Norris, da McLaren, em Sochi
(Foto: Mark Sutton / LAT Images/Pirelli)

Antigos campeões da F1 voltaram a brilhar

Dois antigos campeões ressurgiram nesta temporada. Fernando Alonso retornou pela Alpine depois de dois anos de ausência, e também teve os seus momentos de brilho. O espanhol terminou o campeonato à frente de seu parceiro, Esteban Ocon, e retornou ao pódio depois de sete anos, com um terceiro lugar no Catar. Aos 40 anos, Alonso permanecerá na Alpine em 2022, e chegará animado para as mudanças de regulamento.

Outro que também voltou a ter dias animadores foi Sebastian Vettel. Depois de sofrer em sua fase final da Ferrari, o alemão voltou a encontrar sua competitividade pela Aston Martin, subindo ao pódio no Azerbaijão e obtendo um outro segundo lugar na Hungria, mas que terminou em sua desclassificação .

A despedida de Kimi Raikkonen

E, no meio de todos estes acontecimentos, uma lenda do esporte saiu de cena. Campeão de 2007 e piloto com mais GPs disputados na história da F1, Kimi Raikkonen se aposentou da categoria ao término de 2021.

O finlandês, que chegou à F1 assustando a muitos por conta de sua rápida ascensão na base, fechou um ciclo que durava 20 anos no Mundial, e sua despedida até ficou sem a atenção que teria em outras circunstâncias, já que foi ofuscada tanto pela disputa pelo título como pela pouca competitividade da Alfa Romeo. O anúncio de sua aposentadoria teve papel importante para o mercado de pilotos, pois seu substituto será seu compatriota Valtteri Bottas, o que também abriu terreno para a chegada de Russell à Mercedes.

Comunicar erro

Comentários

Wordpress Social Share Plugin powered by Ultimatelysocial