(Foto: Peter Fox/Getty Images / Red Bull Content)

Como foram todas as trocas da Red Bull em meio de temporada na f1

Desde que passou a ser dona de equipes da F1, a Red Bull adotou uma prática que não se mostrou tão rara: substituir pilotos com a temporada ainda em andamento. Algumas dessas mudanças foram polêmicas, outras, nem tanto, já que os pilotos realmente não estavam correspondendo à chance que tiveram.

A trocas já aconteceram tanto na equipe principal, que leva o nome da marca, quanto no time satélite, atual AlphaTauri, e que já carregou o nome de Toro Rosso. E normalmente geram alguma crítica a Helmut Marko, que supervisiona todo o programa de pilotos da empresa, além do próprio chefe do time Red Bull, Chistian Horner.

O caso mais recente veio em 2023. Depois de dez corridas pela AlphaTauri, Nyck de Vries perdeu o seu cockpit, e foi substituído pelo veterano Daniel Ricciardo antes da segunda metade do campeonato.

A notícia pegou muita gente de surpresa, mas na prática, como já dissemos, não é exatamente uma novidade por conta da longa lista de demissões durante o ano. Com este gancho, resolvemos relembrar todas as mudanças realizadas durante uma temporada pela Red Bull e sua equipe satélite.

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Christian Klien e Vitantonio Liuzzi – Red Bull (2005)

Em sua primeira temporada como equipe própria na F1, a Red Bull Racing teve como seu pilar o veterano David Coulthard no cockpit principal. Para a outra vaga, assinou contratos idênticos com dois jovens pilotos: Christian Klien, que já havia competido pela Jaguar em 2004, e Vitantonio Liuzzi, que havia acabado de ser campeão da F3000.

A ideia, da Red Bull, então, era dar chances a ambos. Klien competiu nas primeiras três corridas do ano, na Austrália, Malásia e Bahrein, enquanto que Liuzzi assumiu o cockpit entre os GPs de Imola e Nurburgring.

Klien, então, voltou ao carro do GP do Canadá em diante. Mas, durante este período, muita coisa aconteceu nos bastidores. A Red Bull renovou com Coulthard para 2006, e também assegurou a compra da Minardi, o que daria origem à Toro Rosso a partir do ano seguinte.

Assim, como havia garantias de vagas no grid tanto para Klien quanto para Liuzzi em 2006, a equipe decidiu interromper o revezamento, e manteve o austríaco em definitivo em seu time principal.

Christian Klien por Robert Doornbos – Red Bull (2006)

Christian Klien permaneceu como titular da Red Bull para a temporada de 2006, mas seguia com dificuldades para replicar os resultados de David Coulthard no outro carro da equipe. Então, com o ano ainda em andamento, a Red Bull anunciou que o austríaco perderia a vaga para 2007, já que o time ficaria com Coulthard, e traria o também experiente Mark Webber.

De sua parte, Klien focou em tentar permanecer no grid, e descartou as alternativas que a Red Bull lhe havia apresentado em outras categorias. Sendo assim, as duas partes romperam de vez após o GP da Itália, e o reserva Robert Doornbos assumiu temporariamente a vaga nas três últimas corridas do ano.

O holandês até que não fez feio, e conseguiu boas performances em classificação. Mas sua passagem pela Red Bull foi apenas algo provisório, na espera pela chegada de Webber.

Scoot Speed por Sebastian Vettel – Toro Rosso (2007)

Em 2007, a Toro Rosso, equipe satélite da Red Bull, não vinha tendo uma temporada fácil. Vitantonio Liuzzi e o americano Scott Speed estavam zerados nos pontos, o que aumentava a pressão sobre o time e sobre os pilotos. Desiludida, a Toro Rosso já considerava alternativas para o futuro.

Ela flertava com o multicampeão da Champ Car, Sébastien Bourdais, e com a promessa do programa de pilotos da Red Bull, Sebastian Vettel. O alemão havia deixado uma boa impressão quando foi convocado para correr pela BMW em Indianápolis, marcando um ponto logo na estreia.

Vettel em suas primeiras corridas pela Toro Rosso em 2007
Vettel em suas primeiras corridas pela Toro Rosso em 2007 (Foto: GEPA/Red Bull Content)

Em Nurburgring, a situação ficou à beira do caos. Speed e a equipe se desentenderam por conta da estratégia durante a chuvosa corrida, e até houve rumores de que a a situação chegou muito perto da agressão física. O piloto americano desabafou publicamente, e disse que os chefes da Toro Rosso estavam “se esforçando muito para se livrarem dele”.

Coincidência ou não, ele nunca mais competiria pela equipe. A partir do GP seguinte, na Hungria, Speed foi substituído por Vettel, e nunca mais participaria de uma prova na categoria.

Sébastien Bourdais por Jamie Alguersuari – Toro Rosso (2009)

A experiência de Sébastien Bourdais na F1 não se desenvolveu como o piloto esperava. Em 2008, ele foi ofuscado pelo parceiro, Sebastian Vettel, e deixou em todos uma sensação de potencial não cumprido. Assim, ele ganhou uma nova oportunidade em 2009, quando seria o piloto mais experiente da Toro Rosso.

Mas, novamente, as coisas não aconteceram. Bourdais mais uma vez teve dificuldades e acabou superado pelo novo parceiro, Sébastien Buemi, o que fez com que a paciência da Toro Rosso se esgotasse.

Antes do GP da Hungria, o francês foi dispensado após 27 largadas na F1, nas quais marcou apenas seis pontos. Em seu lugar, entrou o espanhol Jaime Alguersuari, que, na época, se tornava o piloto mais jovem da história a competir na categoria.

Daniil Kvyat e Max Verstappen – Red Bull e Toro Rosso (2016)

De todas as mudanças, essa foi a que ficou mais famosa, e que deu início a uma nova era para a Red Bull na F1. Em 2016, Daniil Kvyat partia para sua segunda temporada na Red Bull Racing. Mas as coisas não começaram das melhores, com classificações ruins na Austrália e no Bahrein, além de ter provocado um acidente na largada do GP da Rússia.

Para dificultar ainda mais a sua situação, Max Verstappen era destaque na Toro Rosso, e a Red Bull temia que o jovem holandês passasse a ser cobiçado por esccuderias rivais. Por isso, ela decidiu tomar uma medida drástica. A partir do GP da Espanha, apenas na quinta etapa do ano, promoveu Verstappen ao cockpit da Red Bull, e rebaixou Kvyat de volta à Toro Rosso, em uma mudança que na época chocou o paddock da F1.

Verstappen entrou no lugar de Kvyat durante a temporada de 2016 na Red Bull
Verstappen entrou no lugar de Kvyat durante a temporada de 2016 na Red Bull (Foto: Alexander Hassenstein/Getty Images / Red Bull Content)

Para deixar a história ainda mais intrigante, Verstappen conquistou uma inesperada vitória já em Barcelona, em sua primeira corrida na equipe principal do grupo Red Bull. Começava ali a parceria que, anos mais tarde, passaria a dominar a F1.

Carlos Sainz, Daniil Kvyat, Brendon Hartley e Pierre Gasly – Toro Rosso (2017)

Estas mudanças têm uma diferença em relação às outras desta lista: elas não partiram totalmente por iniciativa da Red Bull. Em 2017, Carlos Sainz se via em um beco sem saída na Toro Rosso, sem possibilidades imediatas de ter uma chance de correr pela equipe principal da Red Bull. Então, ele decidiu aceitar o convite da Renault, substituindo Jolyon Palmer a partir do GP dos Estados Unidos.

Isso colocou a Toro Rosso em uma posição de desvantagem, já que ela não teria Sainz, e ainda contava com um Daniil Kvyat que tinha dificuldades para reencontrar a boa forma. Com isso, ela promoveu um revezamento geral nas últimas corridas do ano, intercalando Kvyat e os estreantes Pierre Gasly e Brendon Hartley nos dois cockpits. Com isso, a Toro Rosso terminou a temporada com uma dupla completamente diferente com a qual começou o ano.

Pierre Gasly por Alex Albon – Red Bull e Toro Rosso (2019)

A surpreendente ida de Daniel Ricciardo para a Renault em 2019 provocou mudanças em cadeia nas equipes da Red Bull. Para substituir o australiano, ela decidiu promover Pierre Gasly, que até então vinha fazendo um trabalho sólido na Toro Rosso. Já no time satélite, decidiu apostar no estreante Alex Albon, além de dar uma nova oportunidade para Daniil Kvyat.

Acontece que Gasly não teve uma adaptação fácil na Red Bull, acumulando erros e não conseguindo fazer frente ao ritmo de Max Verstappen. Diante disso, houve mais uma troca drástica. A partir do GP da Bélgica, o francês foi colocado de volta na Toro Rosso, e Albon recebeu a promoção ao cockpit da Red Bull.

Pode-se dizer que, de certa forma, a troca funcionou bem para os dois pilotos, que até hoje conseguiram consolidar suas presenças no grid. Ambos, porém, não competem mais nas equipes do grupo Red Bull, com Gasly correndo pela Alpine e Albon, na Williams.

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