USF1 abriu mão de correr na F1 após chegar a mostrar sede e até montagem de partes do carro

Anúncios da F1 que jamais saíram do papel | 10+ Projeto Motor #4

Uma das características mais notáveis da F1 é sua capacidade de gerar rumores. O ambiente fechado da categoria, com personagens pouco acessíveis, é propício para isso, tanto que há um nome dado especificamente para este tipo de situação: silly season, ou “temporada de besteiras”, em tradução livre. Mas tudo muda de figura quando as partes envolvidas fazem um anúncio oficial, colocando, em tese, fim às especulações.

Mas nem sempre é assim que funciona. A história recente da F1 já mostrou que há uma diferença grande entre algo ser oficializado e ser propriamente executado, já que muitos dos planos confirmados por equipes ou pilotos jamais foram concretizados.

Existem alguns exemplos bastante curiosos. Eles vão desde a contratação de um piloto que nunca chegou a correr por determinado time, uma aposentadoria que não foi vista de fato ou a projetos interessantes e promissores que não foram colocados em prática. Coisas que atiçaram a curiosidade do público, mas que, por diferentes motivos, continuaram só na imaginação.

Por isso, o Projeto Motor relembra dez anúncios oficiais que acabaram nunca saindo do papel, por razões das mais distintas. Confira e não deixe de fazer seu comentário:

1 – A aposentadoria de Nigel Mansell da F1 (1990)

Mansell anunciou adeus em 1990, mas voltou atrás e correu pela Williams em 1991, 92, além de um segundo retorno em 94

Batido constantemente por seu companheiro de equipe na Ferrari, Alain Prost, Nigel Mansell era um homem frustrado em 1990. E, depois de um abandono no GP da Inglaterra, o piloto decidiu que, beirando os 37 anos de idade, se aposentaria da categoria ao término daquele ano. Para a sua sorte, a Williams viu nisso uma oportunidade de trazê-lo de volta aos seus cockpits, o que acabou rendendo a Mansell o título de 1992.

2 – O contrato de Jenson Button com a Williams (2005)

Button se arrependeu de assinar com a Williams depois que contrato estava fechado e fez acordo para ficar na BAR

Após o terceiro lugar no campeonato de 2004, obtido com a mediana BAR, Jenson Button assinou com a Williams para trocar de casa em 2005. Ao ver que a parceria do time multicampeão com a BMW estava se esfacelando, contudo, o britânico preferiu ficar onde estava e, após meses de árdua negociação, pagou multa de US$ 20 milhões e se livrou do acordo com Frank Williams para seguir caminho com a recém-formada Honda.

3 – Michael Schumacher substituto de Felipe Massa (2009)

O terrível acidente de Felipe Massa na classificação para o GP da Hungria de 2009 deixou vago um assento da Ferrari . Então consultor da equipe, Michael Schumacher foi anunciado como substituto, em um surpreendente retorno às pistas após dois anos e meio parado. Entretanto, dores no pescoço geradas por um acidente de moto impediram o retorno do heptacampeão, abrindo lugar para o fiasco de Luca Badoer.

4 – USF1, a escuderia do jornalista Peter Windsor (2010)

Quando a FIA anunciou a abertura de vagas para novas equipes, em julho 2009, a USF1, do jornalista bretão Peter Windsor, foi uma das primeiras a se inscrever. A esquadra chegou até a lançar um site, soltar teasers do carro que seria usado em 2010 e anunciar José Maria Lopez como um dos pilotos. Entretanto, não obteve fundos suficientes para iniciar a temporada e, após meses de enrolação, foi banida de qualquer competição chancelada pela FIA.

5. Luiz Razia na Marussia (2013)

Em março de 2013, Luiz Razia, à época vice-campeão da GP2, foi anunciado como piloto titular da Marussia. No entanto, um dos patrocinadores que o baiano levou para Banbury não cumpriu uma das parcelas na data combinada. Como resultado, Razia teve o contrato rescindido pela equipe 23 dias após ser confirmado como volante oficial para 2013.

Razia esteve próximo de se tornar o primeiro piloto do Nordeste na F1 (Divulgação)

6 – Pure, a fornecedora de motores da F1 que não vingou (2011-12)

Criada em maio de 2011 pelo ex-sócio da BAR, Craig Pollock, a Pure (Propulsion Universelle et Récuperation d’Énergie) pretendia ser uma das fornecedoras de motores V6 turbo no atual regime técnico da F1. O projeto, com sede na Suíça, era liderado por Gilles Simon, ex-Ferrari, e formado por antigos membros de Renault e Peugeot. Por falta de investimentos, porém, Pollock resolveu fechar a fábrica em julho de 2012.

7 – Phoenix/Dart, a substituta da Prost (2002)

A britânica Phoenix – também chamada de Dart GP – quis ingressar na F1 em 2002 após comprar os espólios da Prost. Com um chassi de 2001 e um motor Hart V10 de 98, a equipe inclusive preparou uma inscrição para o GP da Malásia, tendo Tarso Marques e Gastón Mazzacane como volantes titulares. Mas a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) rejeitou a filiação porque o time não pagou a taxa necessária para disputar o campeonato. A Phoenix ainda viajou a Sepang, mas seus pilotos e engenheiros foram impedidos de entrar no autódromo.

8. Primeiro retorno da Lotus à F1 (1999)

“Na véspera do 30º aniversário do recorde de Jim Clark de cinco vitórias no GP da Inglaterra pela equipe Lotus e para acabar com as recentes especulações, o Team Lotus está satisfeito em anunciar que irá retornar à F1 em 1999.” Foi assim que a equipe comunicou o seu retorno, sob liderança de David Hunt, então dono da marca. O projeto não andou e o nome Lotus só voltou em 2010, com Tony Fernandes.

9. Inoue na Minardi (1996)

Após duas temporadas na F1, Taki Inoue, que teve como seu maior destaque o fato de ser atropelado por um carro de serviço na Hungria, foi anunciado para correr na Minardi em 1996. Ele chegou a viajar para o GP de abertura, na Austrália, mas, um dia antes dos treinos, a equipe anunciou que iria substituí-lo por Giancarlo Fisichella, por falta de patrocínio. Inoue nunca mais correu na categoria.

10. Equipe GLAS-Lamborghini (1990/91)

Projeto Lambo de equipe na F1 foi um fracasso retumbante
A Lambo foi para a pista de forma atabalhoada após o projeto inicial não dar certo

Projeto Motor já contou a história da GLAS-Lamborghini, equipe oficial da montadora italiana para 1991, mas que seria administrada pelo mexicano Fernando Gonzalez Luna. O time chegou a ter logo e cronograma anunciados, mas, um dia antes da apresentação oficial, o empresário sumiu com o dinheiro arrecadado de patrocinadores. A fabricante seguiu com o projeto rebatizado de Team Modena.

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